Atividade Teórica Acadêmica Sobre Deficiência Auditiva

1) Sabemos que a audição é o meio pelo qual o indivíduo entra em contato com o mundo sonoro e com as estruturas da língua oral, possibilitando, dentre outras coisas, o desenvolvimento da linguagem (PEDROSO, 2013, p. 55). Sendo assim, a audição desempenha as funções de:

a) Localização e identificação: capacidade de reconhecermos de onde vem um som e qual é a fonte sonora que o está produzindo.

Ao andar pelo campo um deficiente auditivo pode deixar passar desapercebidamente a presença de uma rolinha-do-planalto, ou seja, da Columbina cyanopis que está criticamente ameaçada de extinção e pelo fato de sempre estar escondida entre as folhagens protegida de seus predadores, é localizada pelo seu lindo canto sem igual . O último registro comprovado da espécie foi em 1941. 

Agora, um grupo de pesquisadores anunciou para a comunidade de especialistas a redescoberta da ave, que é uma das mais raras do mundo e só existe no Brasil.

b) Alerta: capacidade de nos atentarmos para todos os estímulos sonoros que nos rodeiam, como, por exemplo, a buzina de um carro vindo em nossa direção.

Uma das funções da audição é a localização e identificação de um som, ou seja, ouvindo podemos perceber o volume do som, se está alto ou baixo, se este é grave ou agudo, se é contínuo ou ondulante, crescente ou decrescente, como também podemos identificar qual é a sua fonte sonora, como exemplo podemos citar um homem parado à beira da calçada que ouve um barulho alto, crescente, que baseado em sua audição tem fortes indícios para afirmar que provém de um caminhão que está vindo em sua direção, logo a reação comum nesta situação é a que esta pessoa ao mesmo tempo que vire-se para a origem do som para identificar a sua fonte produtora locomova-se até a calçada para se proteger de uma situação de perigo em potencial.

Já no caso de um deficiente auditivo, este não terá esta comunicação auditiva com os veículos, logo o perigo de se atravessar uma rua é gigantesco, este terá que olhar continuamente e rapidamente para todos os lados sempre atualizando as informações para estar ciente da localização dos veículos e de seus movimentos garantindo assim a sua segurança.

c) Socialização: capacidade de nos relacionarmos, pois é principalmente pela audição que entramos em contato com as outras pessoas.

Os seres humanos não conseguem viver de maneira isolada, são seres dependentes das relações humanas. De maneira geral, a comunicação tem como papel a transmissão de significados, objetivando a integração das pessoas na sociedade, ou seja, objetivando as relações sociais.

O ser humano tem a necessidade constante de relacionar-se com o mundo, e para isso, utiliza a comunicação como mediadora das relações sociais, pois ela possibilita o entendimento e a participação de todos os indivíduos, por meio de códigos de linguagem.

Imagine um aluno recém chegado para pedir algum material emprestado ao seu colega ele se dirigirá a ele através de palavras faladas e terá o feedback de seu relacionamento ouvindo as respostas. O surdo mudo enfrentará uma dificuldade gigante quanto ao desenvolvimento deste simples e comum ato escolar, pois terá que estabelecer uma comunicação baseada na mímica, claro que estamos partindo do pressuposto de nossa realidade escolar atual onde os alunos não são incentivados a se desenvolverem e aprenderem a LIBRAS.

d) Intelectual: grande parte das informações nos é transmitida por meio do código oral.

Imagine um surdo e mudo tendo uma aula sobre a fotossíntese com o professor se desenvolvendo em sala como se sua classe fosse todos ouvintes. Todas as vezes que o professor ficasse de costas o aluno com esta necessidade especial perderia informação, se o professor perguntasse algo a classe e o aluno sentado na frente do aluno surdo, este não saberia a resposta dada, sem contar o fato de que se o aluno com esta necessidade manifestasse sua dúvida será que o professor teria capacidade de desenvolver este aluno?

e) Comunicação: a fala é o meio de comunicação mais utilizado pelo homem, e é por meio da audição que a linguagem e a fala se desenvolvem.

Sabe-se que usamos vários meios para nos comunicar, porém a oralidade é, sem dúvida, a mais usada e requerida, a maioria dos ambiente estão preparados para receber pessoas ouvintes. 

Por exemplo, um surdo está passeando e alguém lhe pede socorro, pelo fato da LIBRAS não ser de domínio comum a toda a sociedade o portador de necessidade especial pelo fato de demorar mais a entender a situação pode estar correndo perigo de vida.

2) Leia atentamente a citação a seguir:

“A maior parte dos surdos profundos, por exemplo, não exibem uma fala socialmente inteligível. Além disso, em geral, manifestam atraso significativo no desenvolvimento global e dificuldades ligadas a aprendizagem da leitura e da escrita, apresentando-se muitas vezes, apenas parcialmente alfabetizados após anos de escolarização” (MANTELATTO, PEDROSO & DIAS, 2000, n.p.).

Reflita sobre a relação que existe entre a situação educacional das crianças surdas reveladas por Mantelato, Pedroso e Dias (2000), a história da educação dos surdos e as abordagens educacionais.

A seguir responda se é correto afirmar que a história da educação dos surdos foi marcada pelo autoritarismo dos ouvintes. Justifique sua resposta relacionando-a com as abordagens educacionais estudadas nesta unidade.

Evidentemente que em relação aos alunos surdos, há uma gigante necessidade de reestruturação das escolas. Especificamente implicaria em:

1) criar as condições de interlocução entre os professores ouvintes e seus alunos surdos;

2) garantir práticas pedagógicas adequadas aos surdos;

3) viabilizar o aprendizado por meio da língua de sinais;

4) propiciar o intercâmbio entre os surdos;

5) incluir o professor surdo na equipe de profissionais da escola e o intérprete de Língua Brasileira de Sinais, entre outras condições.

Assim sendo, não podemos deixar de destacar, solenemente, a correlação entre a educação inclusiva e os pressupostos do bilinguismo que oferecem o ensino dos surdos fundamentado em sua primeira lín­gua, a língua de sinais, ou seja uma educação voltada à necessidade.

Contudo, de acordo com esses pressupostos, a escola, para atender às necessidades do aluno surdo, deve adequar-se, dando o espaço devido à língua de sinais na sala de aula, considerando-a como prioritária na reestruturação do modelo educacional vigente, enquanto há aluno com tal necessidade.

Claro que precisamos buscar superar a nossa histó­ria que foi marcada pelo autoritarismo e pelo controle do ouvinte sobre o surdo, nas decisões sobre sua vida e sua educação. Tornando-o apenas espectador do show de sua própria vida. Pontualmente na necessidade dos surdos, precisamos romper com esse modelo, isto significa desen­volvê-los nas decisões que dizem respeito à sua vida, prontamente em relação, não a apenas as políticas que apontam para a sua educação nas escolas comuns, mas em todos os demais quadros de nossa sociedade.

A construção da realidade aqui demonstrada não é de todo utópica, mas possível e sobretudo necessária, os surdos serão elementos-chave nesse processo de construção da escola para todos, isto é, para os surdos, para os ouvintes, haja vista, para os portadores de necessidades especiais e para os que não a portam, derrubando o muro da inimizade.

Referência bibliográfica

URL: Os desafios da Educação inclusiva: foco nas redes de apoio  , acessado em 20/09/2018.

IMG: Frases inspiradoras sobre Libras  , acessado em 20/09/2018.

URL: A educação especial no Brasil – da exclusão à inclusão escolar. , acessado em 08/04/2018.

URL: Relação De Poder: Interação Entre Surdos E Ouvintes   < https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/idiomas/relacao-de-poder-interacao-entre-surdos-e-ouvintes/21682>, acessado em 20/09/2018.

URL: Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva , acessado em 20/09/2018.