Fundamentos e Metodologia do Ensino de Geografia - Atividade Orientada
Por Carolina Silva Ferreira | 19/02/2021 | EducaçãoUNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO-UEMA
POLO: GOVERNADOR NUNES FREIRE
CURSO: PEDAGOGIA
DISCIPLINA: FUNDAMENTOS E METODOLOGIA DO ENSINO DA GEOGRAFIA
PROFESSOR: VILMAR MARTINS DA SILVA
ACADÊMICO (A): CAROLINA SILVA FERREIRA, DEYDIANE DE JESUS PEREIRA E ELIVALDA FERREIRA.
ATIVIDADE ORIENTADA 3
RESUMO CRÍTICO – AVALIAÇÃO
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. Capítulo 9.
Didática
LIBANEO (1994, p.195) afirma que: “a avaliação é uma tarefa complexa que não se resume a realização de provas e atribuições de notas. A avaliação, assim, cumpre funções pedagógico-didáticas de diagnóstico e de controle em relação às quais se recorrem a instrumentos de verificação do rendimento escolar”.
Neste sentindo a avaliação é apenas um resultado qualitativo do trabalho pedagógico desenvolvido para avaliar certo período escolar. São inúmeras as formas de avaliar no nosso país. No entanto, os docentes precisam estar atentos para se adequar as necessidades dos seus alunos analisando o mundo de cada um.
Segundo o autor esse processo de avaliar precisa se adequar as três funções estratégicas para que possa propiciar aos seus alunos um melhor entendimento no papel de avaliar.
- A função pedagógico-didática;
- Função de diagnóstico;
- Função de controle;
A escola tem prazo estipulado para obter esses resultados avaliativos nesse processo de ensino-aprendizagem, onde o professor tem a função de identificar as falhas na sua prática pedagógica para redefinir os objetivos para alcançar as suas metas.
Livro: Avaliação: Mito e Desafio: uma perspectiva construtivista/ Jussara Hoffmann. - Porto Alegre: Mediação, 2009. (40 ed. Atual. ortg) 104p.
Mito e Desafio
Hoffmann começa abordando avaliação com um processo improvisado e arbitrário, trazendo a contradição entre o discurso e a prática de alguns educadores e a ação classificatória e autoritária exercida pela maioria. No entanto, a autora afirma que tudo isso é reflexo da história de vida do docente como aluno e que, precisa-se desvelar essas contradições e equívocos, construindo um ressignificado para a avaliação e desmistifica-la de fantasmas de um passado ainda muito em voga.
A autora ressalta a urgência em encaminhar a avaliação, a partir da efetiva relação professor e aluno, em benefício da educação do nosso país, contrapondo-se à concepção sentenciva, grande responsável pelo processo de eliminação de crianças e jovens da escola. O texto traz alguns questionamentos sobre os termos testar e medir, onde a expressão medida, com o tempo, passou a adquirir uma conotação ampla e difusa. Segundo Hoffmann (2003), p.37 “a discussão direta desse tema encontra um forte complicador que se constitui na relação estreita estabelecida por professores, do tipo: “da nota é avaliar”, “fazer prova é avaliar”“.
A avaliação mediadora é abordada como uma tomada de decisão sobre o que se executa, onde o professor acompanha toda a produção de conhecimento do aluno, provocando, dialogando e buscando a sua superação. Sobre a avaliação na educação infantil Hoffmann salienta a importância da observação e reflexão contínua sobre a criança para que se possa acompanhar o seu processo de construção do conhecimento. O professor precisa perceber a criança como o centro da avaliação, considerando suas diferenças, seu desenvolvimento e sua espontaneidade.
Avaliar para promover- As setas do conhecimento.
Avaliar para promover. As setas do caminho. HOFFMANN, Jussara. Editora mediação. 6ª edição. 2001. 144p.
O texto avaliar para promover é um título que poderá gerar diferentes interpretações, diferentes leituras. Neste livro a autora pretende dialogar com o leitor para que juntos possam ter uma visão ampla sobre os caminhos que a avaliação deve percorrer, a partir do engajamento das ações educacionais comprometidas com uma escola do presente e do futuro.
No capítulo 1 a autora vem fazer uma abordagem sobre os rumos da avaliação neste século. Nas últimas décadas, a atenção dos educadores, dos políticos e da sociedade voltou-se para a dimensão social e política da avaliação por representar, muitas vezes, práticas incompatíveis com uma educação democrática. Intensificaram-se, a partir daí, os estudos e as pesquisas na área, o que já não era sem tempo, observando-se movimentos universais nesse sentido.
Neste capítulo a autora cita alguns autores contemporâneos como Arroyo, Demo, Estrela, Hadji, Luckesi, Macedo, Perrenoud, Vasconcellos e muitos outros, onde esses autores têm levantado algumas questões sobre a avaliação no âmbito da educação brasileira. O professor como mediador é que tem a extrema responsabilidade na hora de fazer sua avaliação, ou seja, tem com o seu comprometimento procurar inovar suas práticas, devem estar conscientes das suas próprias concepções. Com isso quando a autora aborda sobre as setas do caminho, ela quer dizer que esse processo passa a ser coletivo e tem que haver diálogo entre os envolvidos.
No tópico a seguir onde a autora fala sobre a avaliação a serviço da ação, este principio estabelece a contraposição básica entre uma concepção classificatória de avaliação, de julgamento de resultados, e a concepção de avaliação mediadora, de ação pedagógica reflexiva. Observar, compreender, explicar uma situação não é avaliá-la, essas ações são apenas uma parte do processo. Para além da investigação e da interpretação da situação, a avaliação envolve necessariamente uma ação que promove a sua melhoria.
Esse princípio é o mais importante de todos para se compreender as novas tendências, porque altera radicalmente, a finalidade da avaliação em relação às práticas classificatórias, seja da aprendizagem do aluno, seja de um currículo ou programa. Observa-se, entretanto, que a maioria das escolas e universidades iniciam processos de mudanças alterando normas e práticas avaliativas, ao invés de delinear, com os professores, princípios norteadores de suas práticas.
A avaliação em serviço da ação é a observação permanente das manifestações de aprendizagens para proceder a uma ação educativa que aperfeiçoe os percursos individuais. O principio de avaliação na visão do conhecimento que implica no princípio de historicidade: o conhecimento humano visa sempre ao futuro, à evolução, à superação, assim destina se a avaliação mediadora para promover ações em benefícios aos educando, as escolas e futuramente as universidades. Compreendendo a promoção moral e intelectual dos alunos.
No segundo capítulo “Outra concepção de tempo em Avaliação”, Jussara destaca a real necessidade de educadores e educando para parar e refletir sobre a experiência educativa que ambos estão compartilhando, nesse contexto a avaliação tem o significado de encontro, abertura ao diálogo e interação. Não podemos determinar tempos fixos para a aprendizagem.
As palavras que se destacam no capítulo são passado, presente e futuro. O processo é evolução, é o desenvolvimento numa organização de experiências educativas, levando a perseguir novos rumos metodológicos. O ajuste permanente das propostas pedagógicas considerara os múltiplos aspectos e a diversidade dos alunos.
Em cada passo que o aluno der precisa ser observado em seu sentido próprio: de mobilização do processo, de formulação de conceitos. Não se podem definir pontos de chegada se o aluno começou a caminhar, condições oferecidas pela organização do trabalho pedagógico e pela clareza a cerca das finalidades de cada momento.
Na auto avaliação como processo contínuo, a autora faz uma crítica quando predomina o campo atitudinal, sem revelar a sua dimensão abstrata, reflexivas, pertinentes a construção do conhecimento, processo permanente, ou seja, no dia –a –dia das salas de aula. Esse processo só ocorre quando o próprio aluno tem que se auto avaliar.
Esse processo de auto avaliação só tem significado enquanto a reflexão do próprio educando, tomada de consciência sobre suas aprendizagens e condutas cotidianas, de forma natural e espontânea como aspecto intrínseco ao seu desenvolvimento, e para ampliar o âmbito de suas possibilidades iniciais, favorecendo a sua superação em termos intelectuais.
O capitulo 3 que fala sobre: “As múltiplas dimensões do olhar avaliativo”, esse capítulo vem nos trazendo um leque de informações quanto a esse olhar avaliativo, os objetivos de avaliar são definidos através das ações educativas, com isso é necessário saber quais critérios serão atribuídos para essa tal avaliação. Necessariamente devemos ter um olhar qualitativo e abrangente no ato de aprender e só assim se adequar a prática pedagógica do professor interativo.
Para as estratégias de aprendizagem, Jussara cita que os jogos matemáticos permitem noções de conhecimento, onde assim o alunato através de experiências vividas distinguirá os saberes e valores.
I.ed.Haydt, Regina celia, Cazaux. Curso de didática geral/ Regina Celia Cazaux Haydt.- I.ed.- São Paulo: Ática, 2011.- ( Educação) Capítulo: 13
Didática Geral
Este capítulo traz uma concepção pedagógica arcaica da avaliação, onde a mesma é utilizada apenas como uma atribuição de nota, para aprovar ou reprovar o aluno, o que torna o ato de avaliar seletivo e competitivo. Em contra partida a autora trás também a avaliação sob a visão de concepções pedagógicas mais modernas, onde o aluno é um ser participante do processo do conhecimento e o ato de avaliar reflete na postura do professor.
A avaliação é descrita como processo de coleta de dados, onde verifica-se se os objetivos foram atingidos, o que o aluno aprendeu e o que o professor conseguiu ensinar. Haydt apresenta alguns pressupostos e princípios sobre a avaliação:
- A avaliação como um processo contínuo e sistemático: o ato de avaliar não pode ser improvisado, deve ser constante e planejado, acontecendo ao longo de todo o processo de ensino-aprendizagem;
- A avaliação funcional: consiste em verificar se o aluno alcançou os objetivos pré-estabelecidos;
- A avaliação orientadora: indica os avanços e dificuldades do aluno ajudando-o a progredir e atingir os objetivos propostos. Ajuda também o professor replanejar o seu trabalho;
- A avaliação integral: considera o aluno como ser total e integrado. Sendo assim, o professor deve utilizar todos os recursos disponíveis para avaliar.
O termo avaliar durante muito tempo foi usado como sinônimo de medir e testar, pois a educação era encarada como mera transmissão e acumulação de conhecimento. Enquanto se fala em testar e medir, a ênfase recai na aquisição de conhecimentos, já quando usamos o termo avaliar pensamos nos aspectos quantitativos e qualitativos, abrangendo a aquisição de conhecimentos e habilidades.
Portanto, esses termos não são sinônimos, embora seus significados se justaponham. Dessa forma, nota-se que a avaliação pode ser útil para orientar tanto o aluno como o professor: fornecendo informações ao aluno para melhorar sua atuação e dando elementos ao professor para aperfeiçoar seus procedimentos didáticos. A autora trás ainda alguns propósitos da avaliação no processo ensino-aprendizagem: Conhecer os alunos; Identificar as dificuldades de aprendizagem; Determinar se os objetivos propostos foram ou não atingidos; Aperfeiçoar o processo ensino-aprendizagem e promover os alunos.
Sobre a relação funcional entre objetivos e avaliação Haydt afirma que há uma estreita relação entre avaliação e a definição de objetivos. Para isso ela traz o pensamento de Gadotti onde ele diz que os critérios de avaliação precisam estar subordinados as finalidades e objetivos pré – estabelecidos. E que avaliar pode se constituir no exercício autoritário do poder de julgar ou, ao contrário, pode-se constituir num processo em que avaliador e avaliando buscam e sofrem uma mudança qualitativa. Esta segunda prática é denominada por Gadotti como concepção dialética da avaliação.
O ato de avaliar deve ser um instrumento para estimular o interesse e motivar o aluno o maior esforço e aproveitamento e não uma arma de tortura ou punição. A avaliação deve permitir que o aluno conheça seus avanços e dificuldades. Portanto, não se deve apresentar aos alunos apenas uma nota fria, sem maior significado. O resultado das provas e dos trabalhos deve ser comentado com eles, indicando-lhes os progressos e necessidades a fim de que a avaliação contribua para o aperfeiçoamento da aprendizagem.
Diante de tudo o que foi abrangido sobre avaliação, o que se pode afirmar é que é sempre válido repensar a avaliação. Os autores citados fazem uma reflexão de maneira clara e simples, alguns de forma mais sucintas e outros de forma mais abrangentes. Contudo, todos tem o intuito de fazer com que o seu leitor e de forma especifica os professores se questionem sobre os métodos de avaliar e a importância do docente e do aluno nesse processo.
Percebe-se que o ato de avaliar é uma estrada de “mão dupla”, onde o aluno é avaliado e a metodologia avaliativa do avaliador também. O professor nesse processo precisa ser conhecedor de suas práticas e de seus alunos, de modo que suas técnicas de avaliar estejam interligadas com os seus objetivos e que este processo ocorra de forma contínua e não só em um período determinado. Sendo assim, os resultados da avaliação terão que ser utilizados em benefícios para a construção da aprendizagem, fornecendo tanto ao aluno quanto ao professor um feedback para que estes possam realizar o aprimoramento de seus resultados.
A questão a ser discutida é que talvez precise modificar alguns métodos para alcançar esses objetivos propostos pelos autores, uma vez que o processo avaliativo ainda continua muito arraigado ao método arcaico e tradicional. Observa-se que há ainda a necessidade de vencer o mito da avaliação e tornar o ato de avaliar como um processo dialético entre o processo de ensino-aprendizagem, a prática pedagógica do avaliador e o processo de formação do aluno como sujeito ativo e participativo.