Atentados na Cidade da Luz lança luzes sobre o Brasil

Por rodolfo pina | 17/11/2015 | Sociedade

Atentado na Cidade da Luz lança luzes sobre o Brasil

O mundo está consternado com os atentados ocorridos em Paris na sexta-feira, 13 de novembro de 2015. Uma noite de horror promovida por terroristas ligados ao grupo Estado Islâmico (ISIS), que vitimou fatalmente mais de 120 pessoas, em vários pontos da capital francesa.

O prelúdio da desgraça veio primeiro pelas redes sociais, das mensagens daqueles que estavam nos locais atacados, que traduziam o desespero de quem ainda tentavam entender o que se passava. A dimensão do ato só foi percebida algum tempo depois, quando a polícia francesa conseguiu isolar as áreas, rechaçar os terroristas ainda em ação, iniciar o atendimento às vítimas e contabilizar e identificar os mortos.

A guerra ao terror é como uma nova ciência contemporânea, que promove há décadas um inesgotável debate internacional sobre prevenção a atentados, que permeia diversas áreas do conhecimento humano. A despeito de toda a tecnologia a serviço do combate ao terrorismo, ainda esbarramos nas vulnerabilidades promovidas por um frágil aparato de procedimentos, principalmente no que tange à conduta preventiva da população.

No recente caso francês, após o incidente, o governo adotou medidas protocolares de contingência, entre elas o fechamento das fronteiras, a decretação do estado de urgência, o reforço militar da segurança na capital e até o ataque aéreo às bases do ISIS na cidade de Raqq na Síria, mas foi o inicio do criterioso processo de inquirição das testemunhas que trouxe à tona as primeiras pontas desse imenso novelo da trama terrorista no país, e que possibilitou chegar aos veículos apreendidos e aos primeiros suspeitos.

No Brasil, o incidente certamente vai reverberar sobre o planejamento de segurança dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016, lançando nova luz às questões que já são colocadas em prática nos Grandes Eventos relacionadas ao antiterrorismo (vertente de cunho defensivo que objetiva a redução das vulnerabilidades aos atentados) e ao contraterrorismo (vertente ofensiva que tem como objetivo principal retaliar atos hostis praticados por organizações terroristas).

Me parece que investir na capacitação da sociedade em geral, como ferramenta antiterrorista de prevenção, é a alternativa das mais eficientes para mitigar riscos e reduz as perdas por atentados, principalmente em se tratando de frequentadores de eventos públicos. Se uma vitima sequer da barbárie francesa que ocorreu no Bataclan, tivesse suspeitado da intenção criminosa de algum dos terroristas e conseguisse sinalizar o alvo aos seguranças, e estes fossem preparados para tomar as medidas de salvaguarda necessárias, a ação poderia ter sido frustrada.

O radicalismo islâmico não dará tréguas ao mundo ocidental. Estamos vivendo uma guerra assimétrica há anos, na qual o apoio da população é fundamental, não só para garantir o exercício cívico da violência, mas, principalmente, para potencializar as ações operativas em curso. Nesse mister, envolver a sociedade para atuar como agente de antiterrorismo é o maior desafio a ser enfrentado pelas autoridades. Essa guerra não estabelece limites e fronteiras. O preço da Liberdade, abominada pelos terroristas do Islã, é, cada vez mais, a nossa eterna vigilância. Pensemos nisso como brasileiros e cidadãos do Mundo.

Artigo completo: