ASPECTOS RELEVANTES DA AVALIAÇÃO EDUCACIONAL

Aldeneide da Costa Pereira; Sydney Pinto dos Santos[1]

Segundo, Barbosa (2010, p.120), assim enfatiza sobre a avaliação educacional: “como um constante exercício de reflexão..., assim como um mecanismo de legitimação das desigualdades existentes no âmbito sócio-econômico.”

 Desta forma entendemos que, a avaliação, é o processo instrumentalizado extremamente relevante no processo ensino – aprendizagem que visa determinar a presença ou ausência de conhecimentos e habilidades dos discentes no decorrer do processo educacional, o qual diante da proposta curricular deve ser dinâmico e flexível, atendendo as peculiaridades e aspectos diversos que implicam o aprendizado do discente, norteando desta forma o trabalho docente em todas as suas metas, particularidades e desafios.

A avaliação tem ocorrido dentro de um processo que, infelizmente, na maioria das escolas, oferecida de forma punitiva, onde os docentes nas suas diversas metodologias a promovem como uma maneira clara e objetiva de eliminar, segregar ou mesmo selecionar, não aproximando nunca da avaliação diagnóstica. E que segundo Celso Antunes, muitas vezes “faz com que o ensino se minimize em favor da avaliação”, ainda assim, devemos segundo Celso Antunes, “avaliar o aluno na sua integridade” seja ela social, cognitiva, motora e psicológica. Mas tendo em mente que estes aspectos não se delineiam separadamente, mas que se complementam e interagem entre si.

Como também, enfatiza Luckesi (2008, p. 23): “as notas são operadas como se nada tivesse a ver com a aprendizagem. As médias são médias entre números e não expressões de aprendizagem bem ou malsucedidas.”

Neste contexto não devemos esquecer de fazer uma abordagem da avaliação nas práticas da Educação Física Escolar, quando muitas escolas, especialmente nossos profissionais desta área ou disciplina, ainda se comportam de três maneiras básicas em relação ele e o discente: primeira, em uma concepção da medicina, em que ele se ver como o médico e o aluno como puro e simples paciente; na segundo, o professor, estabelece para si o papel de treinador de futebol e os seus alunos meros atletas; e terceiro e última, a qual infelizmente permanece perdura esta concepção em muitas unidades escolares Brasil a dentro, o professor no papal do militar disciplinador, e os educandos, reagindo , ou pelo menos, representando os soldados rasos, com finalidade de se obter através da ordem e disciplina, a manutenção do respeito e subordinação. Não correspondendo aos papeis vitais e as funções que requerem uma avaliação de educação física embasada na prevalência das características do sujeito, mas sim sendo visto, este sujeito, como objeto que deve produzir e reproduzir. 

Devemos avaliar para possibilitar a correção de rumos, de rever, melhorar, adequar o processo de ensino de forma que o aluno atinja seus objetivos através da aprendizagem, ou ainda estabelecer critérios para comparar os resultados. Implementando assim, a soma do aprendizado e das atividades vivenciadas no cotidiano deste cliente, que é o discente.

A avaliação, segundo os PCNs (1998), enfatiza desta forma: “é fundamental tanto para os alunos, como também para o professor...”

 Assim, o como avaliar, em nossa perspectiva e proposição deve ser feita, observando os desempenhos dos alunos das diferentes atividades desenvolvidas em sala de aula, assim como se utilizando de instrumentos de provas ou requisito qualquer que contribua neste processo. Como também levar em consideração os fatores sociais, como aqueles da vivência familiar que de alguma forma se tornam implicadores no processo de assimilação de todas as etapas vividas no ambiente escolar, seja ela pedagógica/didática, seja de interação com os seus pares.

De acordo com Barbosa (2010, p. 121), existem três tipos básicos de avaliações, segundo a sua função: “a avaliação diagnóstica, que é aquela realizada no início do ano letivo, tem como objetivo dar o professor informações sobre o nível de conhecimentos ou habilidades que o aluno já possui; a avaliação formativa, que se realiza durante o curso, tem por objetivo detectar as falhas existentes no processo-aprendizagem; e a avaliação somativa, feita no final do curso ou ano letivo, e tem como e por objetivo verificar o resultado do processo ensino – aprendizagem.”

Desta forma, acredita-se, que existam mais possibilidades de se avaliar, dentro das funções permissíveis, dentro e para o processo educacional na sua síntese de formador de opiniões dos indivíduos que se inter-relacionam na educação.

No entanto, para os anos que permeiam os anos iniciais do EF, percebemos que a avaliação diagnóstica, sendo a mais propícia para atender a faixa etária que está neste ciclo de ensino, tem as seguintes funções: informar quais as discrepâncias existentes no aprendizado dos discentes; buscar pré-requisitos para as novas experiências educacionais; possibilitar o interesse pelo tema que os alunos já sabem sobre o assunto ou conteúdo.

E, diante das nossas observações sobre a maneira de como são estabelecidos os “olhares” sobre os indivíduos e seus comportamentos e atitudes na área da Educação Física escolar, percebemos que, atualmente, com a promoção dos conhecimentos dados através dos cursos de formação de professores, especialmente aqueles direcionados à formação do docente em Educação Física escolar, as concepções de papel e ação vem mudando paulatinamente, inclusive no entendimento sobre a avaliação no seu uso e  execução o próprio papel exercido pelo profissional da disciplina.

Os critérios para definir a avaliação, são inúmeros, que vai desde a observação e participação, até o seu rendimento diante aos conteúdos repassados e apreendidos. Mas, como a própria lei que rege a educação no âmbito nacional, a LDB (art. 24), estabelece: “através da avaliação contínua e cumulativa do desempenho dos alunos... com prevalências dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos”. Logo, entendemos que os critérios devem abranger um conjunto de fatores e aspectos, sejam eles qualitativos e quantitativos que interferem continuamente no processo ensino – aprendizagem dos discentes e das unidades escolares.

Quando falamos de PPP, estamos abordando uma proposição elaborada e discutida dentro dos ambientes escolares; já em referência ao currículo, defini-se, como um instrumento muito maior e dinâmico, e que sofre suas alterações de acordo com as novas problemáticas surgidas e solicitadas na sociedade e para esta sociedade. Ou seja, a relação básica está na utilização da avaliação como aspecto mediador e de interferência proposta tanto no PPP e como no Currículo. Tendo em vista que, o PPP que não utiliza como diretriz ou aspecto relevante em seu conteúdo não está de acordo com os propósitos ou objetivos do processo ensino-aprendizagem. Assim como a escola, na possui em seu currículo a avaliação como objeto de interferência, não é considerado um currículo eficiente ou propício ao PE.

Desta forma, a avaliação educacional, neste contexto e pressuposto, surge como um instrumento que deve concluir de forma didática e necessária a permanência do trabalho do docente, assim seguindo a totalidade do processo ensino aprendizagem, seja quais delas forem as suas funções sociais: democrática civil ou a produtivista.

Pois, sabe-se que, um PPP bem planejado e tendo objetivos bem elaborados e definidos para o processo educacional, seja ele direcionado à Educação Física ou outras disciplinas afins, assim como as unidades escolares se basearem em um currículo de qualidade, onde seus aspectos não somente abranjam os elementos constitutivos do ambiente escolar, mas também outros de convivência dos discentes, temos certeza que as metas serão almejadas, e os desafios amenizados.

Evidentemente, sabemos que, como afirma Silva (s.d.), essa: “...ausência dessa compreensão... tem levado muitos educadores a enfrentar dificuldades, atribuindo as mesmas lacunas na formação inicial, quando deveriam receber conhecimentos acerca da avaliação da aprendizagem.”

REFERÊNCIAS

BARBOSA, C. L. A. Educação Física e Didática: Um diálogo possível: Avaliação em educação Física Escolar: do domínio psicomotor ao domínio cognitivo.  Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional/LDB – Lei de Nº 9.394/96. Brasília/DF: MEC/SEF, 1996.

______. Parâmetros Curriculares nacionais/PCNs. Brasília – DF: MEC/SEF, 1997.

LUCKESI, C. C. Avaliação da Aprendizagem escolar: estudos e proposições. – 19ª Ed. – São Paulo: Cortez, 2008.

SILVA, A. H. Avaliação da Aprendizagem em Educação Física Escolar: desvelando a categoria. (s.d.).

FONTE: Falas do vídeo (Celso Antunes)

Obs.

Prainha – Pará, 20 de fevereiro de 2014.



[1] Professores da Rede Pública de Ensino do Município de Prainha – Pará; Graduandos em Educação Física – UFPA; Professora Graduada em Filosofia; Professor Graduado em Pedagogia.