ASPECTOS INTRODUTÓRIOS E TEÓRICOS PARA O ESTUDO AMADOR DA ASTRONOMIA: PLANETAS E CORPOS MENORES

SAULO BARBOSA SANTIAGO DOS SANTOS

Resumo

Não há como entender o sistema solar sem antes pesquisar sobre seu sistema planetário. Uma ou mais estrelas compõe um sistema, que por sua vez, devido à força gravitacional, além de outras forças, “puxam” corpos celestes para si. No caso do nosso sistema, o Sol é centro e ao redor dele há 8 planetas, que estão classificados entre rochosos e gasosos, diversos satélites e uma enorme extensão de outros objetos. Inexiste corpos iguais, cada um tem sua própria característica, conta sua história e neste trabalho será tratado algumas delas.

Palavras-chaves: Sistema Solar. Planetas. Corpos Menores

Aracaju

2019

1 - INTRODUÇÃO

 

      Por séculos nos achávamos sós na vastidão do universo, aos poucos, nossos ancestrais perceberam tal engano, pois existiam planetas e outros corpos celestes como “vizinhos”. À medida que as tecnologias evoluíram, a capacidade de descobrir outros astros tornou-se constante. O objetivo deste texto é explicitar, mesmo que de forma breve, características dos planetas e outros corpos celestes devido a necessidade de descobrir a cientificidade do tema com o intuito de  separar as falsas ciências por utilizarem tais conhecimentos para criar crenças que não coadunam com o rigor científico.

 

2 - SISTEMAS PLANETÁRIOS

 

      São sistemas que contêm uma ou mais estrelas ligadas gravitacionalmente, mas não para por aí, inclui-se também outros corpos celestes a exemplo dos meteoros, cometas, planetas, satélites, etc. Há outros sistemas planetários, porém, até o século 17, devido às limitações tecnológicas observacionais, saber que existia planetas na órbita estrelares era teoricamente hipotético, mas foi resolvida somente em 1995 quando encontraram um planeta na estrela 51 Pégaso. Segundo estudos da NASA, há entre 200 e 400 bilhões de estrelas na via láctea e 15 a 30 bilhões de planetas similares a este.

 

3 - SISTEMA SOLAR

 

    Tendo o Sol como centro do nosso sistema planetário, ainda compunha cerca de 99,85% de toda a matéria deste sistema, há oito planetas: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, além de diversos corpos celestiais. Há pessoas que confundem o ordenamento planetário, darei uma dica. Grave a frase: Minha Vó Tem Muita Jaca SUculeNta. As letras em negrito correspondem às primeiras letras dos planetas na respectiva ordem.

    O Sistema Solar é dividido em duas partes:interior e exterior. Na parte interior se encontram os planetas rochosos e a parte exterior é tudo aquilo que está depois de Marte. Quanto mais distante o planeta for, mais difícil é ter dados confiáveis devido a dificuldade de enviar sondas para analisá-los.

    O limite do Sistema Solar é a nuvem de Oort, uma vasta nuvem cometária envolta do sistema solar orbitando à distância de 7,5 trilhões de quilômetro. Às vezes, a gravidade de algum corpo celeste interfere na órbita cometária e isto é suficiente para levar partes deste cometas para regiões mais internas deste sistema, mas suas passagens não são infinitas, quando passam muito perto do Sol eles se desintegram não suportando 1000 passagens.

 

4 - OS PLANETAS E SUAS CLASSIFICAÇÃO

 

    Planeta, cujo significado é “errante” em grego, geralmente leva um nome de algum deus grego ou romano. Os planetas possuem classificações que variam de acordo com cada autor, todavia, iremos classificá-los em dois grupos, quais sejam:

  • Planetas rochosos ou telúricos: São planetas que possuem algumas similaridades com a Terra, neste caso, falamos de Mercúrio, Vênus e Marte. Normalmente são pequenos, sem a presença de anéis, com pequena quantidade de massa e um número pequeno de (se houver algum) satélites.

  • Planetas Jovianos: São planetas semelhantes a Júpiter, compostos por hidrogênio e hélio, possuem muita massa, pouca densidade e não tem superfície sólida, além disto, todos têm anéis, alguns visíveis, outros não. Os planetas jovianos se dividem em dois tipos:

    • Gigantes gasosos: Júpiter e Saturno;

    • Gigantes de gelo: Urano e Netuno.

 

4.1 - MERCÚRIO

 

      O planeta Mercúrio é bem pequeno, sua massa corresponde a 5% da Terra. Apesar de ser o planeta mais próximo do Sol, ele não é o mais quente, esse título fica para Vênus, com isso o leitor se pergunta: Como o planeta mais próximo do Sol pode não ser o mais quente? O segredo está na atmosfera. A temperatura na sua superfície pode chegar ao absurdo de 465ºC, mas como o planeta não possui uma atmosfera para segurar esse calor, quando chega a noite a temperatura cai para menos de 184º C negativos, ou seja, uma variação de mais de 600º C.

      Apesar das variações térmicas extremas, há água congelada nas crateras em torno do pólo norte, isto acontece porque os raios solares não chegam até essas regiões, já que ficam permanentemente à sombra do calor do Sol, tudo isso graças ao eixo de rotação do planeta, que apresenta um ângulo de apenas 1ºC. Apesar da coloração em sua superfície, Mercúrio é bastante parecida com a da Lua

 

se um explorador andasse pela superfície de Mercúrio, veria um mundo semelhante ao solo lunar. Os montes ondulados e cobertos de poeira foram erodidos pelo constante bombardeamento de meteoritos. Existem escarpas com vários quilómetros de altura e centenas de quilómetros do comprimento. A superfície está ponteada de crateras. O explorador notaria que o Sol parece duas vezes e meia maior do que na Terra; no entanto, o céu é sempre negro porque Mercúrio praticamente não tem atmosfera e a que tem não é decerto suficiente para causar a dispersão da luz. Se o explorador olhasse fixamente para o espaço, veria duas estrelas brilhantes. Veria uma com tonalidade creme, Vénus, e a outra azul, a Terra. (ROSSIERI, 2008, p. 42)

 

      Mas não se engane quanto a este planeta, ele tem campo magnético que está lá há quase 4 bilhões de anos e isto é fundamental para proteger qualquer atmosfera (quando e se existir alguma), o que possibilita a uma quase improvável vida.

DADOS DE MERCÚRIO EM RELAÇÃO À TERRA

  • Translação: 87,97 dias;

  • Rotação: 58,6 dias;

  • Massa: 5% da Terra;

  • Volume: 5% da Terra;

  • Distância do Sol: 57 milhões de quilômetros;

  • Temperatura: Mínima de -184º C, máxima de 465º C;

  • Diâmetro: 4.876 km.

 

4.2 - VÊNUS

 

      Segundo planeta do Sistema Solar, depois da Lua é o corpo celeste mais brilhante a ser visto sem necessidade de equipamentos. Com nome da deusa grega do amor, Vênus é 

 

facilmente identificável no céu, esse planeta é também chamado de Estrela D'Alva ou estrela matutina - mas ele não é uma estrela! É o mais brilhante dos planetas e está sempre próximo ao Sol, como Mercúrio, pois suas órbitas são internas à da Terra. Enquanto Mercúrio é bastante pequeno (2/5 da Terra), Vênus já possui um tamanho comparável ao da Terra. Aliás, esse planeta é bastante parecido com o nosso, em massa e composição química. Apesar dessas similaridades, entretanto, sua atmosfera é bastante diferente da terrestre. (MILONE et al, 2003, p. 3-22)

 

      Seu movimento de rotação é bastante incomum, além de ser o mais lento, é o único que gira no sentido horário, se houvesse algum astronauta lá, ele veria o Sol nascer do lado oeste e se pôr no lado leste de onde estivesse. Com diâmetro um pouco menor do que a Terra, algo em torno de 640 km de diferença ou uma viagem de Aracaju para João Pessoa, seu núcleo é metálico envolto por um manto de 3 mil quilômetros de rochas derretidas, coberto por uma crosta que é feita de basalto.

      Também conhecido como “irmão da Terra” devido as suas semelhanças, este nobre planeta é muito quente e cheio de vulcões (ativos e inativos), sua superfície chega fácil a 470ºC (5ºC maior que a máxima de Mercúrio), isto se deve pelo fato do seu excesso de gás carbônico e o efeito estufa que ele faz. Embora haja tamanho calor, há estudos que leva a crer que já foi um planeta habitável há bilhões de anos porque houve uma fase de resfriamento que propiciou a existência de uma atmosfera com potencial à vida, no entanto, não se sabe o que aconteceu para que o clima mudasse tanto tal ponto como hoje.

      É sabido que tanto Vênus como Mercúrio estão mais próximo do Sol se comparado à Terra. Mas algo interessante e raro acontece, eles ficam alinhados no mesmo ângulo entre a Terra e o Sol, quando isso ocorre é possível observar, daqui do nosso planeta, a passagem deles à frente do Sol, por isso chama-se Trânsito de Vênus. O problema é que ele faz isso a cada 243 anos, mas calma, isso não quer dizer que só aparecerá depois de 243 anos, o evento ocorre novamente 8 anos depois e depois desses 8 anos, ocorrerá novamente num intervalo que varia entre 121,5 anos e 105,5 anos. Sabe quando foi a última vez que ocorreu? Em junho de 2004, daí com mais 8 anos, o fenômeno ocorreu outra vez em Junho de 2012, infelizmente ele só ocorre duas vezes no século. Abaixo há uma tabela mostrando quando e que horas ocorreu e ocorrerá os próximos.

DADOS DE VÊNUS EM RELAÇÃO À TERRA

  • Translação: 240,70 dias;

  • Rotação: 243,16 dias;

  • Massa: 81% da Terra;

  • Volume: 86% da Terra;

  • Distância do Sol: 107 milhões de quilômetros;

  • Temperatura média: 449º C;

  • Diâmetro: 12.107 km.

 

4.3 - TERRA

 

    Já parou para pensar de onde veio o nome “Terra”? Há diversas explicações, mas há uma que se deve levar com bastante atenção é que tal nomenclatura não necessariamente tem a ver com a quantidade de terra, no sentido de terreno em si, como alguns costumam dizer que se fosse para ter num nome deveria ser “água” por ter mais água que terra. Não é por aí. No século XVI, pensava-se que nosso planeta possuía uma posição tão privilegiado em relação ao universo que era dado como certo sermos especiais, diferente de tudo aquilo que há no restante do universo. Obviamente, com as limitações da época, mal sabiam que não éramos o centro do universo onde tudo rodeava a nossa volta, que estamos circulando uma estrela tão comum como qualquer outra. “Terra”, nesta concepção, é o nome dado ao nosso planeta por causa de uma deusa romana “Terra”, que é uma palavra derivada de outra deusa, Gaia.

    Terceiro planeta do sistema solar com 4,5 bilhões de anos de idade e, por enquanto único, obviamente, que contém vida comprovada, ele está há 150 milhões de quilômetro de nossa estrela principal. Tal valor desta lonjura é usado como referencial para calcular grandes distâncias, desta forma, ela significa “unidade astronômica”. Portanto, cada unidade astronômica equivale a 150 milhões de quilômetros.

    Seu núcleo, como normalmente encontramos em planetas rochosos, é metálico e líquido, chegando facilmente a 5 mil graus celsius. Possui placas tectônicas que se deslocam e são separadas, elas estão divididas em camadas, quais sejam: Crosta Continental, Crosta Oceânica, Manto Superior, Manto Inferior, Núcleo Externo e Núcleo Interno.

DADOS DA TERRA

  • Translação: 365,3 dias;

  • Rotação: 23H 56MIN dias;

  • Massa: 6 Bilhões de Toneladas;

  • Distância do Sol: 150 milhões de quilômetros;

  • Temperatura Média: 7,2º C;

  • Diâmetro: 12.755 km.

 

4.4 - MARTE

 

      Quarto planeta na ordem do sistema, Marte, também conhecido como “Planeta Vermelho”, tem esta coloração pela enorme quantidade de óxido de ferro, ou ferrugem, e muita poeira. Por incrível que pareça, nosso planeta vizinho tem atmosfera, pouca, mas tem, bem como gravidade, além disso, acredite, ele é pequeno, sua massa mal ultrapassa 10% da massa da Terra. A gravidade de lá é algo em torno de 37% da que experimentamos aqui, ou seja, qualquer pulo que der certamente será, no mínimo, três vezes mais alto.

      Vênus, como já tínhamos dito antes, possui mais de 1600 vulcões, no entanto, nenhum planeta do sistema solar possui um vulcão tão grande quanto o marciano Monte Olimpo. Ele é tão absurdo que para termos uma ideia do seu tamanho precisaríamos imaginar três Monte Everest empilhados um sobre o outro. Diferentemente de como muitos pensam, o monte Olimpo não é a maior montanha dos sistema solar, este título fica para a montanha Rheasilvia que fica no asteroide (ou protoplaneta) Vesta.

      Um ano marciano dura 687 dias terrestres, os dois planetas (Terra e Marte) se aproximam e se afastam entre 54,6 milhões de quilômetros e 402 milhões. Mas aí você pensa: “Que legal, tem atmosfera, tem gravidade, há um mínimo de proximidade, dá para enviar qualquer coisa”. Não se engane, somente os americanos conseguiram pousar algo lá, ainda assim, das 56 missões enviadas apenas 30 lograram êxito, com isso, não é algo muito fácil ter sucesso lá.

DADOS DE MARTE EM RELAÇÃO À TERRA

  • Translação: 686,98 dias;

  • Rotação: 24H 37MIN dias;

  • Massa: 10% da Terra;

  • Volume: 15% da Terra;

  • Distância do Sol: 229 milhões de quilômetros;

  • Temperatura Média: Máxima de 36º e mínima de -123º

  • Diâmetro: 6.794 km.

 

4.5 - JÚPITER

 

    Também conhecido como planeta Joviano, Júpiter cujo nome em romano equivale a Zeus, o maior de todos os deuses, sem dúvidas, é o maior e mais massivo, com seus quase 140 mil quilômetros no diâmetro dentro dele cabem mais de mil Terras, e, se somar todos os planetas ele ainda consegue ser 2,5 vezes mais pesado, quinto na posição e o primeiro entre os gasosos, por pouco não se tornou uma estrela, por isso ser composto basicamente por hidrogênio e hélio. A composição gasosa, quando afetadas pelos raios solares, colorem de marrom e laranja a atmosfera. Possui núcleo rochoso, provavelmente do tamanho da Terra, formado por materiais pesados, tais como hidrogênio metálico, de qualquer forma, não possui superfície sólida. Segundo DAMINELI, A. et al (p. 108, 2011)

 

a alta atmosfera joviana é composta essencialmente de gás hidrogênio (H₂), cerca de 80% segundo a sonda Galileo. O restante é praticamente hélio (He). Esta composição química é a mesma do Sol e praticamente a predominante no Universo. Isto significa que este planeta tem a mesma composição química da nuvem primordial que deu origem ao Sistema Solar, há 4,6 bilhões de anos. Sua baixa densidade, 1,33 g/cm³ , revela que esta composição química ainda predomina em seu interior. Compostos químicos contendo hidrogênio, como metano (CH₄), amônia (NH₃) e água (H₂O), predominam entre as espécies atmosféricas mais densas.

 

    Enquanto nosso planeta demora 1 ano para completar uma volta pelo Sol, Júpiter demora quase 12 anos, mas sua rotação dura 12 horas para ser concluída. Apesar de não ser tão visível, Júpiter possui anel muito tênue, não dá para se ver facilmente como vemos os anéis de Saturno, precisa-se de equipamentos mais sofisticados para isso.

    Júpiter possui 79 satélites, mas não pense que eles foram descobertos facilmente e numa imagem só, como se tivesse catando feijão, a coisa é muito mais complexa do que imaginamos. Para se ter uma ideia, em 2003 só havia 28 satélites catalogados, com o desenvolvimento de novas tecnologias e algoritmos, certamente descobrirá ainda mais. Um fato curioso é que, em fevereiro de 2019, os últimos satélites descobertos tiveram seus nomes escolhidos através de concurso na rede social e servidor para microblogging Twitter, a regra é que se seguisse a tradição, usar nomes de deuses gregos ou romanos. Damos um destaque maior a quatro satélites: Io (letra “i” maiúscula), Europa, Calisto e Ganimedes.

    Uma outra característica interessante deste planeta é a Grande Mancha Vermelha (GMV), 1,3 vezes maior que a Terra, esta tempestade é anticiclônica (giro anti horário em torno de si) e jorra ventos a uma velocidade de 600 km/h e está lá há centenas de ano. Para tristeza de todos, ela está diminuindo seu tamanho gradativamente, será questão de tempo para que desapareça.

DADOS DE JÚPITER EM RELAÇÃO À TERRA

  • Translação: 4332,9 dias;

  • Rotação: 9H 55MIN;

  • Massa: 317 vezes da Terra;

  • Volume: 1318 vezes da Terra;

  • Distância do Sol: 777 milhões de quilômetros;

  • Temperatura Média: -153º C;

  • Diâmetro: 143.983 km.

 

4.6 - SATURNO

 

      Nas escala dos planetas, ele é o sexto na posição e o segundo maior no nosso sistema planetário, dentro dele cabem 760 Terras e é tão leve que flutuaria facilmente em nossos oceanos se fosse possível banhá-lo. Assim como os planetas gasosos, Saturno possui proporções tão absurdas quanto Júpiter, mas não é só nas proporções que possuem similaridades, ambos são parecidos, inclusive, em sua constituição, tanto na parte interna, que é feita de amônia e gelo, quanto externa, que é feita de nuvens de gelo. Composto de hidrogênio e hélio, seu núcleo provavelmente é rochoso.

      Há furiosas tempestades e redemoinhos que podem chegar a 1800 km/h, mas nenhuma delas se parece com a grande mancha vermelha joviana, entretanto, no polo norte há um hexágono que, mesmo com tantos anos de descoberto, pouco se sabe sobre ele, mas é enorme, capaz de englobar a Terra até 4 vezes e não há algo parecido noutra parte dele ou em qualquer outro planeta. Recentemente, a NASA descobriu a existência de um vórtice no centro e acima do hexágono.

      Não tem como falar de Saturno sem entrar num dos seus grandes detalhes, os anéis. Facilmente vistos daqui da Terra com equipamentos simples, eles são feitos a partir uma mistura de gelo, poeira e outros materiais sólidos de tamanhos que podem medir de centímetros a quilômetros, estes anéis, na verdade, é um conjunto de outros que são tão finos que sua espessura não ultrapassa os 2 quilômetros, entretanto, possui quase 280 mil quilômetro de largura e, do centro de Saturno até a parte mais externa do raio, somam-se 138 mil quilômetros. Não se sabe muito bem como estes anéis se formaram, de acordo com ROSSIERI (2008, p. 71)

 

a origem dos anéis é desconhecida. Originalmente pensou-se que teriam tido origem na formação dos planetas à cerca de 4000 milhões de anos, mas estudos recentes apontam para que sejam mais novos, tendo apenas algumas centenas de milhões de anos. Uma das teorias aponta para um cometa que se tenha desintegrado devido a forças tidal quando passava perto de Saturno. Uma outra possibilidade é o choque de um cometa com uma lua de Saturno, desintegrando-se.

 

    Infelizmente, estudos feitos pela NASA a partir de dados coletados das sondas Voyager 1 e 2, lançadas na década de 80, mostram que os anéis estão aos poucos desaparecendo até seu fim, que será mais ou menos em 100 milhões de anos, porque estão sendo tragados pela gravidade saturnina. Vemos algo poético neste triste drama, pois, na medida que Saturno dá vida dos anéis, ao mesmo tempo, é a morte deles.

      Sabe-se que Saturno possui 82 satélites bem diversos, sendo que um dos mais importantes é Titan por, entre outras características, ser o segundo maior satélite do sistema solar e possuir atmosfera muito parecida com a atmosfera da Terra numa época mais primitiva.

DADOS DE SATURNO EM RELAÇÃO À TERRA

  • Translação: 10.759,2 dias;

  • Rotação: 10H 13MIN;

  • Massa: 97 vezes da Terra;

  • Volume: 744 vezes da Terra;

  • Distância do Sol: 1.429 milhões de quilômetros;

  • Temperatura Média: -184º C;

  • Diâmetro: 120.536 km.

 

4.7 - URANO

 

    Com nome advindo do deus grego do céu, desta vez não foi um deus romano, Urano foi o primeiro planeta descoberto sob o uso de um telescópio. Sétimo na posição planetária e o terceiro maior, ele possui 27 satélites e, apesar de ser pouco visível mesmo com equipamentos avançados, possui um conjunto de anéis. Sem muitas novidades dos outros planetas gasosos, sua atmosfera é composta por hidrogênio e hélio, mas boa parte dele é constituída por metano, que é o que dá a cor azulada, água e amônia. Em relação à formação de seu núcleo, há pesquisas que levam a crer que é rochoso e coberto por um manto de gelo.

    Um fato intrigante e incomum, já que é o único planeta com esta característica, é que ele é “tombado” ou “deitado”, isto é, sua região equatorial não está voltada para o Sol, pelo contrário, está inclinado “para cima”, desta forma, são seus pólos que estão voltados para a nossa estrela. Como consequência de tal anomalia, as estações demoram 21 anos. Não se sabe ao certo que fez o planeta ficar desta forma, devido a sua temperatura, especula-se que houve um enorme colisão de proporções cataclísmica entre este planeta e algum corpo celeste.

DADOS DE URANO EM RELAÇÃO À TERRA

  • Translação: 30.684 dias;

  • Rotação: 17H 12MIN;

  • Massa: 14,6 vezes da Terra;

  • Volume: 67 vezes da Terra;

  • Distância do Sol: 2.871 milhões de quilômetros;

  • Temperatura Média: -184º C;

  • Diâmetro: 51.117 km.

 

4.8 - NETUNO

 

    Chegamos ao oitavo e último planeta que, na mitologia romana, é o deus dos mares, Netuno. Sua existência já é emblemática porque sua “descoberta” foi dada por previsão, não houve método observacional inicialmente, mas pelo brilho da ciência e os cálculos matemáticos que ela nos fornece, logo, foi o primeiro planeta descoberto através de uma previsão teórica. Enquanto Urano estava sendo estudado, percebeu-se que algo afetava sua órbita, havia perturbação, com o tempo, foi entendido que tal perturbação era a interferência gravitacional de um planeta, só depois apontaram os olhares clínico e viram o corpo celeste.

      Possui 14 satélites e um sistema de anéis parecidos com os de Saturno. Como Júpiter, ele também tem uma tempestade furiosa chamada de “ Grande Mancha Escura”

 

trata-se de uma tempestade anticiclônica (centros de alta pressão que giram em sentido horário nos topos das nuvens) de forma ovalada com 13.000 km × 6.600 km, porém não estável como a mancha joviana. Ela e outra menor mais ao sul foram descobertas em 1989 pela sonda Voyager 2, no hemisfério sul do planeta e desapareceram cinco anos mais tarde. Em novembro de 1994, com a ajuda do telescópio espacial Hubble, foi descoberta outra mancha, desta vez no hemisfério norte. As razões dessas alterações são desconhecidas. (DAMINELI, A. et al, 2011, p. 112)

 

      Localizado a quase 4,5 bilhões de quilômetros do Sol, certamente é o planeta mais distante,  com uma translação que dura 165 anos, desde sua “descoberta” que foi no final do século retrasado, somente em Julho de 2011 foi registrado sua primeira órbita. Entre os planetas gasosos, ele se assemelha mais a Urano do que Júpiter e Saturno, haja vista, além da presença de hidrogênio e hélio, há metano, amônia e água, o que faz, assim como Urano, ter coloração azulada.

DADOS DE NETUNO EM RELAÇÃO À TERRA

  • Translação: 60.190 dias;

  • Rotação: 16H 17MIN;

  • Massa: 17 vezes da Terra;

  • Volume: 57 vezes da Terra;

  • Distância do Sol: 4.496 milhões de quilômetros;

  • Temperatura Média: -223º C;

  • Diâmetro: 49.527 km.

 

4.9 - PLANETA 9

 

      Apesar de ainda não ter sido localizado visualmente, há quase certeza que ele existe devido os efeitos gravitacionais que causa em outros objetos ao seu redor, algo parecido com o que aconteceu com Netuno.

Este planeta seria 10 vezes maior que a Terra e sua órbita teria uma trajetória elíptica em torno do Sol, com um período orbital de 10 mil a 20 mil anos. Esse provável planeta estaria bem longe, que vagava no espaço e, de alguma forma, foi pego pela gravidade do Sol. Especula-se que ele seja um gigante gelado, com composição similar a de Urano e Netuno, uma mistura de rocha e gelo cobertos por uma camada de gás feita de hidrogênio e hélio.

 

5 - PLANETAS-ANÕES

 

      A classificação “planeta-anão” é algo recente, a definição para caracterizar um corpo celeste como planeta é algo mais complexo ainda, entretanto, com o objetivo de facilitar o conhecimento, será dado somente uma base da ideia para entender o porquê de astros, tais como Plutão, sofreram uma nova classificação.

      Em agosto de 2006, na reunião trienal, a União Astronômica Internacional, depois de debates calorosos e muita controvérsia, já que fornecer uma classe a algo nunca agrada a todos, foi criado uma divisão para os corpos celestes, tal qual resume-se em três: Planeta, Planeta-anão e Corpos menores.

      Chamamos de planeta todo o astro que (1) orbita o Sol, (2) que possui tamanho suficiente para se assemelhar a uma esfera e (3) tenha “varrido” todos os outros objetos que estejam na sua órbita. Um planeta-anão se diferencia de um planeta por duas causas: não “varreu” os objetos em sua órbita e não é um satélite. Com exceção dos satélites, os “corpos menores” é tudo aquilo que orbita o Sol e não possui as característica de um planeta ou planeta-anão. Apesar de haver 200 candidatos a planetas-anões, só 5 fazem parte desta ordem, quais sejam: Eris, Plutão, Haumea, Makemake e Ceres.

 

6 - CORPOS MENORES

 

    Estudar os corpos menores não é só por questões de curiosidade, mas também necessidade.  Entender a órbita destes corpos é importante por diversas questões, primeiro pela sua capacidade de causar desastres caso algum enorme entre na nossa atmosfera, embora seja muito difícil acontecer, segundo porque eles podem colidir com os satélites artificiais e assim causar prejuízos enormes. Por isso, monitorá-los é fundamental para prevenir catástrofes ou a contenção delas ou desviar equipamentos que estejam em rota de colisão.

 

6.1 - SATÉLITES

 

    São corpos de formação natural que orbitam um corpo maior que ele e não necessariamente precisa ser um planeta, há satélites em planetas-anões e até em asteróides. Suas constituições variam, alguns são rochosos, outros gasosos e inclusive há alguns com atmosfera.

    O primeiro e quinto maior satélite do sistema solar, além de ser o corpo celeste mais próximo de nosso planeta e o único que os humanos pisaram, é a Lua. Marte possui dois satélites: Fobos e Deimos. Segundo estudos recentes, devido aos efeitos da gravidade que interage na curta distância entre Fobos e Marte, estima-se que entre 30 a 50 milhões de anos este satélite colidirá com o planeta vermelho. Sabe-se que há mais de 200 satélites naturais no sistema solae, atualmente, os seis maiores são: Ganímedes, Titã, Calisto, Io, Lua e Europa.

 

6.2 - ASTEROIDES

 

    Asteroide é uma palavra grega que significa “parecida com uma estrela”. São objetos rochosos ou metálicos ou ambos, sendo que há alguns deles feitos de gelo e por isso pode ser confundido com um cometa. Possuem tamanhos diversos e formatos irregulares, alguns não passam de dezenas métricas e outros chegam a centenas de quilômetros mas ainda sim são muito pequenos para serem chamados de planeta, todavia, à medida que são maiores, mais esféricos aparentam devido à força da gravidade.

    Os astrônomos sabem de muitos deles, a maioria está localizado entre Marte e Júpiter no conhecido Cinturão dos Asteróides, entretanto existem muitas regiões deste cinturão que estão vazias de asteroides e são conhecida como Falhas de Kirkwood. Nas áreas “cobertas”, os asteroides estão distantes entre si em mais de 500 mil quilômetros. A explicação mais aceita para a existência destas falhas é que se dá por conta da atração gravitacional jupteriana.

    Após Netuno há outro cinturão que se chama Edgeworth-Kuiper, ou simplesmente, cinturão de Kuiper. O cinturão de Kuiper foi descoberto teoricamente em 1930, porém, sua comprovação visual foi feita em 1992, ele tem uma quantidade bem menor de corpos se comparado ao Cinturão de Asteróides, são gélidos e possuem uma órbita muito lenta em relação ao Sol.

    Por falta de conhecimento é comum ouvir que foi um meteoro que impactou nosso planeta há mais de 60 milhões de anos e que causou uma grande extinção em massa mas, na verdade, foi um asteroide. Ele tinha 15 quilômetros de diâmetro a abriu um buraco de 30 quilômetros de profundidade com 100 quilômetros de extensão, mas logo depois houve um colapso e dobrou a extensão. O local do impacto se encontra no México, na península de Yucatán.

 

6.3 - COMETAS

 

    Normalmente originados da Nuvem de Oort, cometas, que do grego significa “cabeleira da cabeça”, são corpos feitos de poeira e gases congelados (maioria feito de água) e não duram mais que 10 milhões de anos. De acordo com pesquisadores, são grandes as chances deles serem ainda da época da formação do sistema solar. Seu tamanho e massa são variados, podem atingir algumas dezenas de metros a vários quilômetros e possuem entre 100 bilhões a 1 trilhão de toneladas. Outro aspecto dos cometas é o desvio que suas órbitas possuem em relação ao Sol e seus períodos, que são quase elípticas. As órbitas são divididas em três grupos periódicos:

 

  1. Períodos curtos: São cometas cuja órbita é completa em algumas dezenas de anos. Exemplo: cometa Halley;

  2. Períodos médios: São cometas cuja órbita é completa em algumas dezenas a centenas de anos. Exemplo: cometa Herschel-Rigollet;

  3. Períodos longos: São cometas cuja órbita é completa em algumas centenas até milhões de anos. Exemplo: Cometa Hyakutake.

 

    Seria um desrespeito astronômico falar sobre cometas e não comentar do seu brilho, mas para entendê-lo, primeiro temos que saber as partes da sua formação, quais sejam:

 

  1. Núcleo -> É onde tem a maior quantidade de matéria do corpo, que é feito de gelo, gases e poeira;

  2. Coma -> Está envolta do núcleo como se fosse uma bolha e entra em sublimação quando se aproxima do Sol, nela encontramos vapores de água, gás carbônico e outros gases;

  3. Cauda -> Podendo chegar até 250 mil quilômetros de comprimento, é o escoamento do coma e se divide em duas partes, uma de gás e outra de poeira.

 

6.4 - METEOROIDES, METEOROS E METEORITOS 

 

    Meteoróides são fragmentos de rocha com tamanho que varia, no mínimo.  0,1 milímetro e, no máximo, 10 metros, caso o objeto seja menor que o mínimo, será considerado como poeira e, se maior que o máximo, será visto como um asteróide. Dependendo do comportamento dele quando entra na nossa atmosfera podemos ser considerá-lo como um meteoro ou meteorito. Se o meteoroide entrar no nosso planeta e aparecer um brilho bonito e luminoso onde muitos chamam vulgarmente de “estrela cadente”, não se preocupe, porque o atrito com a atmosfera está lhe fragmentando até desaparecer, e damos o nome de meteoro. Preocupe-se se este meteoroide ter tamanho suficiente para que a atmosfera não consiga esfacelar-lhe, será um meteorito e certamente seu impacto com o solo causará uma grande destruição, embora seja algo raro e serem mais frequentes no hemisfério norte haja vista lá possui mais terras.

 

7 - CONCLUSÃO

 

    Por sorte não estamos sozinhos e nem somos tão especiais, pelo contrário, fazemos parte de um todo que, de tão abrangente, somos limitados a frações do conhecimento sobre o cosmos. O Sol é a nossa estrela mais próxima e o centro de nosso sistema, com ela, há todo um conjunto de planetas, planetas-anões e corpos menores que se movimentam ao redor dela. Cada planeta, seja ele gasoso e sólido, possui sua história que se inicia desde a forma de como foi descoberta até a composição

REFERÊNCIAS

 

  • AQUINO, R. Astronomia Básica: Um guia introdutório. 1ª Ed. São Paulo - SP: Editora Amazon, 2018;

  • CARDOSO, J. Nós e o Universo: A astronomia. 1ª Ed. São Paulo - SP: Editora Amazon, 2018;

  • DAMINELI, A. et al. O céu que nos envolve. 1ª Ed. São Paulo - SP: Editora Odysseus, 2011;

  • DAMINELI, A.; STEINER J. Fascínio do universo. 1ª Ed. São Paulo - SP : Editora Odysseus, 2010;

  • FILHO, J. C. C.; GERMANO, A. S. M. Astronomia: Interdisciplinar / Joel Câmara de Carvalho Filho, Auta Stella de Medeiros Germano. – Natal, RN: EDUFRN, 2007;

  • MILONE, A. C. et al. Introdução à astronomia e astrofísica. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. São José dos Campos - SP, 2003;

  • ROSSIERI, M. A. Desvelando a astronomia: Uma proposta para o ensino de ciência. PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL. Jacarezinho - PR, 2008;

  • ZABOT, C. Astrofísica para todos. 2018. Disponível em: https://www.youtube.com/playlist?list=PL_my-TwWaWBi1NAEhmKzv0U0jAbyh4d7o. Acessado em Junho de 2019.