Título: Aspectos da Educação nos Estados Unidos: A Formação de Professores no Século XIX

 

Resumo:

A partir da leitura dos livros School: The Story of American Public education (2001), City Teachers (1997), História da educação (1978 - 13°Edição) e da edição do American Journal of Education (1855 – volume 1), este trabalho tem por objetivo investigar alguns aspectos da formação de professores no Século XIX nos Estados Unidos. Para se entender a melhoria na formação destes professores se faz necessário pensar  a respeito do processo de consolidação do sistema americano de ensino, que teve grande reforma neste século.

A educação americana no início não era um sistema; em vez disso, era uma coleção de tradições locais, muitas vezes privadas. A extensão e o tipo de escolaridade disponível dependiam dos recursos e das ambições das cidades, muitas vezes sob orientação das denominações religiosas que procuram promover seus fins através das escolas e faculdades, juntamente com uma grande variedade de grupos privados, estabelecendo vários tipos de escolas para muitas razões diferentes. A ocorrência deste tipo de mudança na educação aconteceu principalmente pela introdução de outras questões educacionais, para além da religiosa, como a incorporação das explicações de caráter científico.

            Principais educadores como Horace Mann e Henry Barnard defenderam a sistematização da educação elementar para todos. Os reformadores da chamada “escola comum” desenvolveram argumentos que atribuíam à educação escolar a capacidade de transformar e construir uma nova sociedade, sem as segregações que caracterizavam a experiência estadunidense. A partir da preocupação com a educação, houve também a de se melhorar a transmissão de conteúdos por parte dos professores. Com a criação das escolas normais, o foco foi o de se promover a formação deste professor a partir de outras estratégias, como os laboratórios de aprendizagem e salas de aula modelo, convertidos em lugares nos quais os futuros professores pudessem desenvolver habilidades desejadas. A ênfase para a formação dos professores foi, portanto na aprendizagem por meio da prática.

Palavras-chave: Formação de professores; Política educacional; Estados Unidos.

Introdução: O novo panorama da Educação nos Estados Unidos no século XIX

 

            O movimento educacional da primeira metade do século XIX foi orientado por reformadores competentes que buscavam a melhoria do sistema de ensino estadunidense. Suas ordens gerais de reforma baseavam-se na instituição da ciência nas escolas, deixando de lado, como ordem central, o ensino apenas de caráter religioso. (MONROE, 1978, p.318).

            A nova forma de teoria do conhecimento educacional de maior valor é o que vida moderna exige, ou seja, os elementos que entram na cultura são muito diferentes daqueles de algumas centenas de anos passados. (MONROE, 1978, p.319). Neste século a educação começou a ser pensada como algo além de superficial e somente com instruções práticas. A principal fonte contribuidora para o sistema educacional no século XIX será a incorporação dos métodos científicos e sociológicos. (MONROE, 1978, p.321). Surge assim, a importância do interesse e das capacidades e inclinações do indivíduo. (MONROE, 1978, p.328).

            Os Estados Unidos começam a pensar em quais matérias deveriam ser incorporadas e quais seriam as mais apropriadas nos currículos. Aponta-se então para a necessidade de rever também uma elevação no profissional de educação. A educação torna-se assim, a força modificadora da sociedade neste período, com o estabelecimento de escolas sobre uma base política – econômica.

            O primeiro líder para essa mudança na concepção escolar foi Horace Mann[1]·, que sugeriu reformas como: abolição de pequenas escolas distritais em favor das escolas da cidade mais bem sustentadas, de melhor ensino, mais bem equipadas, e mais centralizadas; melhor preparação dos professores; estabelecimento de escolas normais; período letivo mais prolongado; bibliotecas escolares; currículo enriquecido e métodos de instrução melhorados. Os resultados imediatos dos trabalhos deste primeiro grande organizador das forças educacionais norte – americanos foram os mais animadores, principalmente para a formação  dos professores. (MONROE, 1978, p.357).

As consequências do ensino público gratuito e universal foram imediatas como a consolidação do distrito escolar e o aumento dos sistemas de ensino nas cidades. A teoria da economia política educacional previu:que a consolidação como uma federação de distritos escolares seria ideal se aumentasse o investimento global no ensino público e relacionados com os requisitos mínimos para as escolas públicas, como um sistema de classe. Essa visão ganha apoio por volta de 1888 com a consolidação do sistema de ensino, medida pelo aumento de receitas fiscais nas escolas com a tributação municipal, incentivando o desenvolvimento de sistemas de ensino, especialmente ao promover a expansão de mais alto grau de escolaridade. Antes de escolas comuns, a coisa mais próxima de escolas públicas foram às escolas que existiam em algumas regiões, muitas vezes só durando 10-12 semanas por ano, favorecendo a meninos. Como resultado, raça, gênero e família riqueza influenciando a educação.

            Educação para todos foi uma das grandes causas do progresso nacional. Menos de um século atrás, comparativamente poucos que trabalhavam poderiam ler. Uma das razões para o crescimento da educação popular foi à disseminação de ideias democráticas e da aplicação da indústria para a ciência. Começou a incorporar-se sobre o povo: como rentável seria para cada habitante de um país ser capaz de comunicar-se com ou a receber as comunicações dos outros pela capacidade de ler e escrever. Essa capacidade, uma vez adquirida e usada, iria quebrar as barreiras que cortou grande parte do povo da influência da corrente da vida intelectual da nação.

            As matrículas foram elevadas, muito antes dessas explicações sugerem. Vemos estes movimentos como refletindo o envolvimento e o sucesso da sociedade americana da economia de troca do mundo e o domínio das ideologias religiosas paralelas. Houve – se então por todos os fatores apresentados, a preocupação de se multiplicar rapidamente as escolas normais, sendo estas, as responsáveis por treinaram e prepararem os professores para fazer o melhor de suas oportunidades para a educação.

            A crença no poder da educação para moldar o caráter individual e melhorar a vida humana foi profunda em muitos setores da sociedade americana nesta era e juntamente com os esforços pioneiros de estabelecer instituições dedicadas à educação.

A Formação de Professores nos Estados Unidos no Século XIX

 

A preocupação pública com a preparação e a qualidade dos professores do país se motivou a partir do século XIX. A nação não teve nenhum meio abrangente de avaliação de professores até as reformas educacionais ocorridas neste século, principalmente com o nascimento da escola pública americana em meados do século XIX, conhecida como “Escola Comum”. (MONDALE, 2001, p.11). Os Estados tentaram vários meios de determinar a qualidade do ensino, mas estas tentativas foram localizadas e muitas vezes criticadas como inadequadas. Sistemas locais geralmente dependiam de um administrador para avaliar professores e fazer recomendações sobre o ensino. Cada vez mais, no entanto, distritos escolares incluem alguma forma de revisão, que permite a professores de julgar e aprender uns com os outros. Em algumas cidades, sindicatos desempenham um papel na avaliação do professor, embora o público e muitos conselhos escolares estivessem receosos para uma maior união, na avaliação profissional, para estes professores.

Na “Escola Comum” os professores tinham pouca formação geralmente o que eles  ensinavam, era o que  tinham aprendido na escola. Uma inovação que se tornou proeminente durante o meio do século foi o instituto de verão para professores, que é um conjunto de palestras e aulas destinadas a desenvolver as competências dos professores, com a pedagogia como o assunto. Estes institutos constituíram uma forma de treinamento para os professores, sendo o primeiro esforço formal para fornecer aos professores oportunidades de desenvolvimento profissional. Eles tipicamente ocorreram durante o verão, por um período que varia de 01 - 08 semanas, geralmente organizadas pelo município superintendente da escola ou num grupo de distritos escolares. (American Journal of Education, 1855 – volume 1, p.488).

Reformadores como Horace Mann (principal “promotor” do modelo de escola pública, MONDALE, 2001, p.27), tinham o objetivo de tornar o ensino mais democrático e universal. Mas como novas escolas públicas, chamadas de escolas comuns, surgiram em toda parte, não havia professores suficientes. Mann e seus colegas reformadores como James Carter[2], Henry Barnard[3] e Catharine Beecher[4] viram que nas escolas eram necessárias não só mais professores, mas os melhores professores. Muitos dos jovens mais promissores continuaram a se canalizada nas profissões de maior prestígio, bem como possibilidades de trabalho nas novas indústrias. Para suprir esta necessidade de falta de professores, começou o movimento para as mulheres assumirem as salas de aula.

Desde os tempos coloniais até as primeiras décadas do século XIX, a maioria dos professores eram homens e até o século XVIII a porcentagem de homens estudando era superior ao de mulheres. (MONDALE, 2001, p.12). Havia claro, professores de carreira, mas, especialmente em escolas menores e rurais. O papel da escolarização não era visto como importante, sendo muito comum a escolarização nas igrejas ou por tutores, sendo importante para isto o poder aquisitivo de cada família, visto que a escola não era para todos e cada professor ou tutor recebiam seus pagamentos das mais variadas formas, pelas famílias. (MONDALE, 2001, p.21).

Muitos Estados faziam críticas ao sistema educacional deste século, cobrando uma maior consolidação do mesmo e um maior suporte aos professores. (MONDALE, 2001, p.16). Outra crítica feita era de que o sistema educacional deveria ser mais libertador e igualitário, havendo um equilíbrio na educação. (MONDALE, 2001, p.17).

O principal motivo para a entrada das mulheres como educadoras de fato, foram os reformadores argumentarem que as mulheres tinham por natureza carinho materno, também a partir de elevado caráter moral. (MONDALE, 2001, p.55). Mesmo sendo os reformadores que concederam as mulheres superioridade moral, estes, estavam preocupados sobre a capacidade da mulher para manter a ordem na sala de aula e disciplinar as crianças indisciplinadas.

Frequentemente se ridicularizava a capacidade intelectual das mulheres, mesmo quando se notava que as mulheres estavam se tornando mais educadas do que nunca, e funcionários do estado tomavam conhecimento deste fato. Neste período, a maioria dos Estados-Membros começaram a colocar em requisitos de lugar para professores: competência acadêmica básica e atendimento em institutos de Verão para formação contínua. Muitos (começando por Massachusetts em 1838) tinham inaugurado escolas normais, instituições dedicadas à formação de professores. (MONDALE, 2001, p.25).

Além de ensinar a alfabetização básica e habilidades aritméticas, novas escolas seriam, segundo os reformadores,o de incutir uma filosofia política e social comum. Sendo,portanto,o papel principal da escola de democratizar a sociedade. (MONDALE, 2001, p.63). Mann e outros esperavam que tal consenso democrático fosse afastar a agitação e instabilidade política. Crianças ganhariam conhecimentos necessários ao aprender como serem produtivos cidadãos democráticos. O advento da escola comum estava significativamente, um pouco afetado pela falta de professores qualificados. O aumento do número de novas escolas em todo o país exigiu maior número de professores qualificados, então, para mais pessoas trabalhando nas escolas, a comunidade virou-se para as mulheres, estimulando a feminização da profissão docente.

Os Estados Unidos lideraram o mundo para a promessa universal de acesso à educação. Os debates sobre a melhor qualidade de ensino acerca de uma melhor democratização nas escolas continuou sendo a principal questão a ser discutida. As escolas públicas em 1900 tornaram-se o maior tesouro americano. Com o passar do tempo o currículo de professores,também foi revisto e passou-se a ter a necessidade de uma educação superior,em busca de uma melhor qualidade e qualificação. (MONDALE, 2001, p.64). O principal motivo de exigência em uma melhor qualificação desses professores foi o crescente número de matrículas nas escolas a partir do século XIX, havendo assim a preocupação com todo o aspecto pedagógico. (MONDALE, 2001, p.66).

 Escolas normais foram estabelecidas originalmente para fornecer formação sistemática dos professores. Seu objetivo era preparar professores para o trabalho nas escolas comuns emergentes em um nível além do simples ensino de gramática. As escolas normais orgulhavam-se de seu currículo completo, coeso e "científico". Eles forneceria uma norma para todos os professores (daí o termo Escola Normal) que iria garantir um nível de qualidade geralmente não disponível anteriormente. Os professores com formação normal trouxeram os melhores métodos para seu auxílio no seu trabalho. 

Em meados do século XIX com uma maior estabilidade de métodos educacionais, Boston se tornou o modelo para que muitas outras cidades através dos Estados Unidos incluíssem música nas escolas públicas, pelos programas de educação. A Metodologia de música para os professores como um curso foi introduzido na Escola Normal. O conceito de professores de sala de aula em uma escola que ensinariam música, sob a direção de um supervisor de música foi o modelo padrão para o ensino de música na escola pública durante este século. (American Journal of Education, 1855 – volume 1, p.489).

A primeira Escola Normal estabeleceu-se em Lexington, Massachusetts, em 1839, sob a orientação de Cyrus Peirce[5] (e com a insistência de Horace Mann). Enquanto a ideia de escolas normais alcançou grande popularidade por um período, muitos estados apressaram - se  para criar suas próprias escolas, na verdade, o auge das escolas normais foi relativamente curto. Por volta do século XX, como reformadores procuraram profissionalizar o ensino em maior grau, os cursos de educação, estavam cada vez mais movidos para faculdades e universidades. Mas o impacto das escolas normais no conceito de formação de professores foi enorme, reconhecendo a necessidade de fornecer professores e estimular cursos de preparação.

Durante os anos de 1880 e 1930 com as mudanças ocorridas na economia dos Estados Unidos, houve muitas influências sobre a escola pública, pois, elas estavam adaptadas às necessidades do governo. (MONDALE, 2001, p.176). Com a Crise de 1929 (também chamada de “Grande Depressão”)[6], houve um aumento significativo na procura por trabalho como educador. Nos anos de 1930 e 1940, houve um equilíbrio nos programas de escolaridade. (MONDALE, 2001, p.68).

Nestas décadas, a formação de professores tornou-se comum nas academias, o equivalente ao ensino secundário[7]. Desde que seu único propósito era instrução profissional dos professores para dar aula no ensino fundamental, houve uma especial ênfase em psicologia do desenvolvimento infantil. A preparação para o ensino de ensino secundário, que exigiu uma maior componente acadêmica, ainda foi deixada para faculdades de artes liberais. No entanto, na virada do século, que muitas escolas normais tinham se expandido em colégios de professores de graduações de quatro anos e na década de 1920 e 30 essas faculdades de professores, geralmente apoiadas pelo público, foram formando um número significativo de professores de escola pública do país.

O treinamento para professores do ensino secundário permaneceu primariamente em função das faculdades de artes liberais até depois da Segunda Guerra Mundial, com o número crescente de estudantes e a crescente necessidade de habilidades técnicas em força de trabalho, levando o país a uma procura de ensino secundário que faculdades tradicionais não poderiam atender.

Desde 1945, consequentemente, a maioria das faculdades de professores têm expandido suas missões educacionais em tornarem-se faculdades de artes liberais, oferecendo uma ampla educação geral, além de cursos especializados em pedagogia.

Nos Estados Unidos, estabeleceu-se o primeiro programa de pós-graduação em educação na Universidade de Nova York (1887). No ano seguinte foi fundada a escola de formação de professores que atualmente é conhecida como Teachers College, Columbia University. O estabelecimento dessas duas instituições, de pós-graduação em educação expandiu-se rapidamente.

 

 

 

 

Expansões no Campo de Trabalho: Mudanças no Currículo e Metodologia

As tendências mais evidentes de todas para o professor são as muitas modificações que o currículo passará. (MONROE, 1978, p.365).

Essas modificações são principalmente produto da tendência sociológica e são tentativas de fazer do currículo expressões das presentes atividades e aspirações. Após isso,vem o esforço para tornar o método educativo mais científico e mais universal. Requerendo maior preparação dos profissionais de educação na continuidade de seus estudos. Em conexão com todas essas mudanças, está à tendência que visa à articulação mais estreita das disciplinas dentro do currículo e dos diversos tipos de escolas dentro do sistema. Isto é o resultado reconhecimento da importância da educação como processo social, do caráter mais científico do trabalho escolar e da maior atenção concedida à administração e aperfeiçoamento das instituições.

A crescente centralização na administração escolar e o aperfeiçoamento da inspeção científica são os resultados das novas condições econômicas que realizaram a centralização de todos os aspectos das atividades sociais e a especialização em todos os ramos de trabalho, incluindo a especialização em ensinar, ou seja, também no âmbito da profissão docente. Passando – se  a reconhecer o ensino como uma vocação e como uma profissão dos mais elevados e dos mais definidos padrões. Esse reconhecimento depende principalmente de duas condições, a saber: a exigência de qualificações mais elevadas, incorporação da instrução na educação e da preparação para ensinar. (MONROE,1978,p.366).

Outra tendência é a expansão do campo do trabalho escolar. Grande parte do trabalho recentemente incluído na instrução escolar está ainda mal organizado e por isso apresentado com indiferença. A educação dever ser mais ampla, a instrução escolar mais útil, mais imediatamente prática, mais diretamente relacionada com a conduta, e por esta razão mais moral. Se isto é ou não uma concessão geral ao materialismo, é problema demasiadamente amplo. (MONROE, 1978, p.367).

O sentido de educação, como se concebe no século XIX provém da tentativa de combinar equilibrar direitos individuais, tanto de alunos quanto de professores. O sentido da educação encontra-se no processo de relacionar o indivíduo com sociedade, a fim de assegurar o desenvolvimento da educação como bem – estar social. (MONROE, 1978, p.369).

O currículo deve apresentar à criança, em forma idealizada, a vida presente, as atividades sociais do presente, as aspirações éticas do presente e a apreciação do valor cultural do passado. (MONROE, 1978, p.371).

Com relação ao método, todo o esforço do professor deveria ser dirigido para a orientação deste processo de aprendizagem, seu único interesse deveria estar no desenvolvimento da capacidade que a criança tem de adquirir conhecimento, em proporcionar-lhe as experiências adequadas à sua energia e devidamente relacionadas com os seus interesses e atividades. O professor deveria estar de tal forma equipado por prévio preparo, que pudesse dedicar uma atenção absoluta a este processo, daí a necessidade do método. Este método deveria ser: o conhecimento da criança, conhecimento de seus interesses, atividades e qualidades, domínio do material ou matérias que ensina compreensão do processo pelo qual a criança incorpora a nova experiência à sua própria, e capacidade para usar e dominar o mecanismo da escola e a técnica do processo da instrução. (MONROE, 1978, p.372).

Também deverão estar incluídos e deverão ser considerados essenciais na preparação do professor para sua tarefa, os métodos: psicológicos, científicos e sociológicos. (MONROE, 1978, p.373).

Um problema pertinente que começa a ser obervado a partir do século XIX com relação à educação de uma maneira abrangente, para o professor: é este educador fazer a seleção dos materiais essenciais à vida do indivíduo (aluno) e essencial à perpetuação e progresso da sociedade; elaborá – lo dentro do currículo, organizar uma instituição para conduzir este grande processo e formular as regras e princípios das práticas para serem abordadas em sala de aula. (MONROE, 1978, p.373 - 374).

Conclusão

 

O século XIX testemunhou uma explosão na atividade educacional e no desenvolvimento das instituições de ensino nos Estados Unidos em todos os níveis. Houve o crescimento de escolas públicas e faculdades de formação de professores (muitas vezes chamadas "escolas normais"), e os esforços pioneiros de estabelecer instituições dedicadas à educação de mulheres. A crença no poder da educação para moldar o caráter individual e melhorar a vida humana foi profunda em muitos setores da sociedade americana nesta era.

A instalação da escola pública norte – americana, bem no início do século XIX, atingiu inclusive o ensino universitário, com a fundação da primeira universidade estatal de Virgínia,em 1819,exemplo seguido por outros estados.

Somente no final do século XIX ficou estabelecido um sistema de educação nacional, com a conquista progressiva de financiamento do ensino pelos poderes públicos, gratuidade total em todos os níveis, inspeção por autoridades oficiais e criação de Universidades públicas mantidas pelo Estado. Tratou-se de longo processo e do empreendimento de uma luta encabeçada por políticos liberais e trabalhadores, contra conservadores.

Neste período há a concepção de democratização educacional expressou-se no ideal de igualdade de oportunidades educacionais. Essa tendência democrática mostrou-se não apenas nos discursos sobre a educação pública, mas, sobretudo, nas medidas efetivamente tomadas, como a adoção de preceitos legislativos quanto à organização do ensino nos diferentes níveis; na frequência obrigatória; na ampliação constante dos índices de escolaridade; na democratização administrativa, com intervenção popular direta e participação das comunidades locais, eleição dos diretores escolares e das autoridades da educação pública; na co-educação dos sexos em todas as instituições educacionais públicas. Ou seja, instituiu-se um sistema escolar público, gratuito, não sectário e aberto a todos.

Desde 1820 inúmeras instituições politécnicas destinadas ao ensino profissional orientado para a indústria, a agricultura e o comércio ajudaram o crescimento econômico do país. Na década seguinte, a atenção concentrou-se no ensino primário e, por volta de 1850, no secundário. Naquela época, vários estados possuíam departamentos para organizar e supervisionar a educação. (ARANHA, 2006, p.203).

Horace Mann (1796 – 1859), ao se tornar superintendente de educação no estado de Massachusetts,em 1837,criou escolas urbanas e rurais, escolas normais, bibliotecas e incentivou a expansão da educação pública além do seu estado. Segundo Mann, a empreitada abriria horizontes otimistas para as classes oprimidas: “A educação,mais do que qualquer outro instrumento de origem humana,é a grande igualadora das condições entre os homens  – eixo de equilíbrio da maquinaria social (...)”. (ARANHA, 2006, p.204).

Com as fortes mudanças educacionais, o século XIX foi marcado pela preocupação pública com a preparação e a qualidade dos professores A nação não tinha nenhum meio abrangente de avaliação de professores até a real necessidade de mudança na educação americana. Estados tentaram vários meios de determinar a qualidade do ensino, mas estas tentativas foram localizadas e muitas vezes criticadas como inadequadas. Sistemas locais geralmente dependiam de um administrador em casa para avaliar professores e fazer recomendações sobre a retenção e a posse. Cada vez mais, no entanto, os distritos escolares incluíam alguma forma de revisão por pares, que se permitiam professores de julgar e aprender uns com os outros. Em algumas cidades, sindicatos desempenham um papel na avaliação do professor, embora o público e muitos conselhos escolares fossem receosos para um envolvimento na avaliação.

Com a criação de escolas normais estatais para a formação de mestres, delineavam – se o quadro da educação norte – americana, já bem configurada em meados do século XIX, surge também à criação das primeiras universidades para a formação de professores (sendo a primeira Columbia).

A melhoria na qualificação da situação destes professores foi  de força muitas vezes de seus próprios méritos, bem como seus esforços no sentido de progressivo aperfeiçoamento intelectual e suas reivindicações por melhores níveis salariais e condições de trabalho, o magistério norte – americano, tanto primário como secundário, teve sua situação melhorada, na medida em que os Estados Unidos desenvolveram processos exclusivamente orientados para a resolução de problemas, em relação à avaliação pedagógica necessária à reforma educacional. (KAUFFMAN, 1966, p.101 – 102).

 

  • Bibliografia:

 

  • MONROE, Paul. História da educação - traduzido, 13°ed. São Paulo,Editora:Nacional.
  • Capítulo XII: A tendência científica moderna, p.317 - 333.
  • Capítulo XIII: A tendência sociológica na educação, p.335 - 362.
  • Capítulo XIV: Conclusões: A tendência eclética atual, p.364 - 373.

 

  • MONDALE,Sarah.School:The Story of American Public education,p.11,12,16,17,21,25,27,55,63,64,66,68 e 176.

 

  • The American Journal of Education,1855 - v.1,p.488-550.

 

  • ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação e da Pedagogia: geral e Brasil, 3°ed. –  rev. e ampl., São Paulo: Moderna 2006.

 

  • KAUFFMAN, Joseph. A educação nos Estados Unidos – Panorama Americano vol.1,1966.

 

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  • http://en.wikipedia.org/wiki/History_of_education_in_the_United_States
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  • http://chronicle.com/article/The-New-Normal-of-Teacher/127430/
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  • http://udini.proquest.com/view/the-rise-and-centralization-of-pqid:1912712851/
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  • http://www.infoplease.com/encyclopedia/society/teacher-training-history-united-states.html
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[1] [1] Horace Mann (4 de maio de 1796 – 2 de agosto de 1859) foi um estadunidense educador e abolucionista. Horace Mann teve um papel importante na criação das escolas para surdos e mudos americanos.

Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Horace_Mann

Acessado em 02/05/2013 às 13h47min

[2] James Gordon Carter (1795–1849)foi um reformador da educação e legislador do estado de Massachusetts. Ele escreveu "Influência de uma educação" em 1826 (ensaios sobre educação Popular) e em 1837, como Presidente da Comissão de educação, contribuiu para o estabelecimento do Conselho de educação  Massachusetts, é considerado o “Pai da Escola Normal”.

Disponível em http://en.wikipedia.org/wiki/James_G._Carter

Acessado em 02/05/2013 às 13h47min

[3] Henry Barnard (24 de janeiro de 1811, Hartford, Connecticut-5 de julho de 1900, Hartford, Connecticut) foi um professor americano e reformador.

Disponível em http://en.wikipedia.org/wiki/Henry_Barnard

Acessado em 02/05/2013 às 13h55min

[4] Catharine Esther Beecher (6 de setembro de 1800 — 12 de maio de 1878) foi uma educadora estadunidense conhecido por suas opiniões franca na educação feminina, bem como seu apoio veemente dos muitos benefícios da incorporação do jardim de infância na educação infantil.

Disponível em http://en.wikipedia.org/wiki/Catharine_Beecher

Acessado em 02/05/2013 às 14h00min

[5] Cyrus Peirce (1790–1860), educador americano e Ministro unitarista, foi Presidente-fundador da primeira americana pública escola normal, que evoluiu para Framingham State University.

Em 1831, Cyrus Peirce retornou a Nantucket e abriu uma "escola para jovens senhoras". Em 1838 Cyrus Peirce se tornou o primeiro diretor de Nantucket High School, mas deixou em julho de 1839 a mando de Horace Mann foi para Lexington, tornar-se o primeiro chefe (mais tarde chamado de Presidente) da primeira escola normal pública no país.

Disponível em http://en.wikipedia.org/wiki/Cyrus_Peirce

Acessado em 02/06/2013 às 14h23min

[6] Foi a mais grave crise econômica mundial do século 20. Tudo começou por causa de um grande desequilíbrio na economia dos Estados Unidos.

Disponível em http://mundoestranho.abril.com.br/materia/o-que-foi-a-grande-depressao

Acessado em 06/06/2013 às 10h44min

[7] O ensino secundário ou educação secundária constitui o ensino ministrado aos adolescentes, com idades que podem ir dos 10 aos 18 anos, conforme o país e o seu sistema educativo. Nos Estados Unidos está subdividido ocasionalmente em "Junior High School ou Middle School" e "High School".

Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Ensino_secund%C3%A1rio

Acessado em 08/06/2013 às 16h05min