Marcelo de Deus Campos
Jacot Stein

Este trabalho possui como tema a História Geral e do Brasil, a partir da obra de José G. V. de Moraes (MORAES, 2005). Nós utilizaremos como metodologia de análise da obra a arqueologia (FOUCAULT, 2001; 2011a; 2011b; 2012a; 2013a) e a genealogia (FOUCAULT, 2012b; 2013b; 2014a; 2014b; 2014c) foucaultianas, sempre que possível tomaremos a mão essas duas ferramentas na compreensão dos textos ora analisados. Dividiremos nossa análise em duas partes, na primeira delas trataremos da Pré-História, das Primeiras Civilizações, do Nascimento da Civilização Ocidental, da Época Medieval, da Idade Moderna e da Colonização da América; para este momento, utilizaremos as ferramentas da arqueologia. Para o momento seguinte, já sob a utilização das ferramentas da genealogia, faremos uma análise dos seguintes períodos históricos: o Tempo de Revoluções, a Era Industrial, o Mundo em Conflito, o Período da Guerra Fria e a Virada do Século XX. A partir da necessidade de compreensão de nosso próprio momento histórico; e, partindo da premissa de que a sociedade é sempre uma produção humana, e os seres humanos são compreendidos como produtos sociais; compreender cada um dos momentos principais da longa jornada dos seres humanos desde o momento que temos notícias de seu surgimento no Planeta Terra até os dias de hoje. A vida dos homens é contínua e complexa, deste modo buscar compreendê-la lança-nos o desafio de periodizar os momentos principais e destes entendê-los e caracterizá-los para que se efetue a compreensão maior que é a do ato civilizatório dos homens. Não proporemos uma nova modalidade de períodos históricos, mas antes buscaremos compreender, a partir das ferramentas foucaultianas, como fora forjado os dias atuais. Ou, mais precisamente, como podemos compreender os seres humanos em meio a esta produção contínua que é a história. 

A vivência pela qual temos da Filosofia demonstrou-nos que há três perspectivas principais a serem alcançadas na vida: uma histórica, outra epistemológica e ainda outra ontológica. Trata-se de um movimento que vai de um horizonte maior a um intermediário e deste a outro bem restrito, embora muitíssimo significativo. O que apresentamos neste artigo será o horizonte pelo qual trabalharemos sob a perspectiva histórica, caracterizando-a em onze momentos principais, já indicados anteriormente. Passemos a sua síntese a partir das palavras de Moraes: 1. Pré-História - Postura ereta, independência das mãos, ampliação da capacidade cerebral e domínio de uma linguagem: essas características, adquiridas no período conhecido como Pré-História, foram decisivas para a sobrevivência da espécie humana. É o que revela o estudo dos vestígios deixados por nossos ancestrais. (MORAES, 2005, p.7) A investigação de tais vestígios perpassará por dois caminhos, inicialmente trataremos dos primeiros representantes da espécie humana, abordando a sua luta pela sobrevivência, indicando a evolução biológica da espécie e tratando do início da história humana ao falar do Paleolítico e do Neolítico. O segundo caminho consiste na apresentação da pré-história da América, neste momento abordaremos a espinhosa pergunta (quem “descobriu” à América?) e caracterizaremos a vida no continente. Este último movimento será menor que o anterior; contudo, ele será-nos fundamental para quando formos tratar do período moderno ao confrontar os nativos com os estrangeiros ou europeus que aqui chegaram. Deste modo, podemos assinalar que os movimentos aqui empreendidos serão uma síntese razoável para nossa temática da Pré-História. 2. Primeiras Civilizações - Em regiões do planeta propícias à sedentarização, como os vales de alguns rios, desenvolveram-se as primeiras civilizações, cada qual com suas especificidades e em tempos históricos distintos. Nesta unidade, vamos examinar o processo de formação e as características de antigas civilizações da Ásia, da África e das Américas. (Idem, p.19) Aqui, ao tratarmos das primeiras civilizações também abordaremos essa temática por dois caminhos, no primeiro, teremos as primeiras civilizações orientais, com isso analisaremos o desenvolvimento dos núcleos urbanos, caracterizaremos as sociedades complexas dos vales fluviais (a Mesopotâmia, o Egito, a China e a Índia, a Pérsia, os hebreus e fenícios). Já no segundo caminho teremos as primeiras civilizações americanas, ou seja, trataremos das sociedades centro-americanas, isto é, os maias, os astecas e os incas. Há uma dificuldade crescente na abordagem desses três povos, amplamente compreendidos como indígenas, quando eles devem ser compreendidos como nativos. No momento certo explicitaremos essa dificuldade, algo muito próximo com o que ocorre aqui no Brasil em relação aos indígenas ou povos nativos. [...]