Autora 1- Mayara da Silva Lopes

 (SMEC- Secretaria Municipal de Educação) 

Autora 2- Sebastiana Santana da Conceição 

(SMEC- Secretaria Municipal de Educação) 

Resumo

 O objetivo deste artigo é identificar as percepções das tendências no ensino de Ciências e Matemática à luz das pesquisas publicadas, em periódicos da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) nos últimos doze anos, envolvendo as tendências dessas duas áreas de ensino. Este estudo apoia-se na abordagem qualitativa com caráter exploratório, os procedimentos metodológicos utilizados para a coleta de dados foram a revisão bibliográfica integrativa, dos periódicos. Por se tratar de uma pesquisa de caráter exploratório bibliográfico, o mesmo busca percepções e entendimento sobre a natureza geral de uma questão, abrindo espaço para a interpretação. Os dados foram organizados e analisados como base no estudo de caso e por meio da Análise de Conteúdo, que consiste em um conjunto de instrumentos metodológicos que se aplicam a “discursos” (conteúdos e o que estes encerram) diversos (BARDIN, 2004). O presente artigo está organizado da seguinte maneira: primeiro apresentamos algumas característica das Tendências de Ensino em Ciências e Matemática, em seguida abordamos os aspectos metodológicos. Dando continuidade apresentaremos a análise dos dados, e por fim, tecemos nossas considerações finais. Palavras-chave: Metodologias de Ensino; Práticas Pedagógicas; Educação. 

INTRODUÇÃO

 As discussões acerca do ensino no Brasil apresentam muitas reflexões quanto a mudança de prática. Existe uma forte negação ao ensino tradicional, entretanto quando questionados sobre as características deste ensino, os professores parecem não distinguir o correto do incorreto, sem apontar de maneira concreta as carências e defeitos desse ensino, e assim praticam o que eles dizem ir contra (GIL-PÉREZ, 2006). Entretanto, a mudança de prática envolve não apenas o interesse particular de cada docente, mas também, as possibilidades de metodologias de ensino apresentadas durante a sua formação seja ela inicial e/ou continuada. Nesta perspectiva, o ensino pode ou não apresentar deficiências quanto a sua eficácia para com a aprendizagem. 

A mudança de prática metodológica do ensino requer de o docente se apropriar dos conhecimentos teóricos para resolver os problemas da sua prática (GIL-PÉREZ, 2006), para tanto eles devem conhecer além das teorias, os pontos positivos e negativos de sua prática para que a mudança seja coerente com a necessidade de aprendizagem dos discentes. Essas percepções podem contribuir para o leitor, no sentido de apresentar indícios de tendências no ensino de Ciências e Matemática, ampliando novas reflexões sobre as realidades apresentadas e as possibilidades de contribuir para o desenvolvimento de metodologias didático-pedagógicas que visam bons resultados no processo de ensino e aprendizagem. Para a sua realização foi utilizada como metodologia de pesquisa a abordagem qualitativa, por se tratar de uma pesquisa de caráter exploratório, que busca percepções e entendimento sobre a natureza geral de uma questão, abrindo espaço para a interpretação. Os dados foram organizados e analisados como base no estudo de caso e por meio da Análise de Conteúdo, que consiste em um conjunto de instrumentos metodológicos que se aplicam a “discursos” (conteúdos e o que estes encerram) diversos (BARDIN, 2004). O presente artigo está organizado da seguinte maneira: primeiro apresentamos algumas característica das Tendências de Ensino em Ciências e Matemática, em seguida abordamos os aspectos metodológicos. Dando continuidade apresentaremos a análise dos dados, e por fim, tecemos nossas considerações finais. 

CARACTERIZANDO AS TENDÊNCIAS DE ENSINO EM CIÊNCIAS E MATEMÁTICA 

As tendências de ensino em Ciências e Matemática são de extrema relevância para a Educação, principalmente as mais recentes, pois contribuem para a condução de um trabalho docente mais consciente, baseado nas demandas atuais da clientela em questão. O conhecimento dessas tendências e perspectivas de ensino por parte dos professores é fundamental para a realização de uma prática docente realmente significativa, que tenha algum sentido para o aluno, pois tais tendências objetivam nortear o trabalho do educador, ajudando-o a responder a questões sobre as quais deve se estruturar todo o processo de ensino, tais como: o que ensinar? Para quem? Como? Para quê? Por quê? De acordo com Saviani (2003), as tendências de ensino do Brasil foram muito influenciadas pelo momento cultural e político da sociedade, pois foram levadas à luz graças aos movimentos sociais e filosóficos. Essas formaram a prática pedagógica do país. Os professores Saviani (2003) e Libâneo (1990) apontam que as principais tendências de ensino usadas na educação brasileira se dividem em duas grandes linhas de pensamento pedagógico. Elas são: Tendências Liberais e Tendências Progressistas. Na Tendência Liberal, Segundo Luckesi (2005), a educação brasileira, pelo menos nos últimos 50 anos, tem se identificado fortemente com as tendências liberais. Esta influência não necessariamente é percebida por muitos professores. A tendência liberal tem como fundamento a preparação do indivíduo para a sociedade, porém, como uma visão restrita sobre as diferenças de classe. A Tendência Liberal é descrita através de quatro tendências: (i) a tradicional; (ii) a renovado progressiva; (iii) a renovadora não diretiva; (iiii) e a tecnicista. Para Luckesi (2005), a Tendência Progressista parte de uma análise crítica das realidades sociais. Postulam a compreensão da educação a partir de seus condicionantes sociais (SAVIANI, 1988). A Tendência Progressista engloba três tendências: (i) a libertadora; (ii) a libertária e (iii) a crítico-social dos conteúdos. Segundo esses autores os professores devem estudar e se apropriar dessas tendências, que servem de apoio para a sua prática docente. Não se deve usar uma delas de forma isolada em toda a sua docência. Mas, deve-se procurar analisar cada uma e ver a que melhor convém ao seu desempenho acadêmico, com maior eficiência e qualidade de atuação. De acordo a situação que surge, usa-se a tendência mais adequada. E observa-se que hoje, na prática docente, há uma mistura dessas tendências. E para que a prática docente em sala de aula alcance seus objetivos, o professor deve ter as respostas para essas questões. A discussão a respeito das tendências tem uma importância prática da maior relevância, pois a cada professor situar-se teoricamente sobre suas opções, articulando-se e auto definindo-se. (LUCKESI, 1994, p.53) Essas tendências de ensino em Ciências e Matemática, formuladas ao longo dos tempos por diversos teóricos (Saviani (2003), Libâneo (1990) e Luckesi (1994)) que se debruçaram sobre o tema, foram concebidas com base nas visões desses pensadores em relação ao contexto histórico das sociedades em que estavam inseridos, além de suas concepções de homem e de mundo, tendo como principal objetivo nortear o trabalho docente, modelando-o a partir das necessidades de ensino observadas no âmbito social em que viviam. O conhecimento das tendências de ensino, por parte dos professores, principalmente as mais recentes, torna-se de extrema relevância, visto que possibilitam ao educador um aprofundamento maior sobre os pressupostos e variáveis do processo de ensino-aprendizagem. Nesse sentido cria-se inúmeras possibilidades de direcionamento do trabalho docente, considerando as suas convicções pessoais, profissionais, políticas e sociais, contribuindo para a produção de uma prática docente estruturada, significativa, esclarecedora e, principalmente, interessante para os educandos. É essencial que todos os professores tenham conhecimento aprofundado das tendências de ensino, pois elas foram concebidas para nortear as práticas pedagógicas. O professor deve conhecê-las, ainda que seja para negá-las, mas de forma crítica e consciente, ou, quem sabe, para utilizar os pontos positivos observados em cada uma delas para construir uma base pedagógica própria, mas com coerência e propriedade. 

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A metodologia utilizada para a construção deste artigo pautou-se em uma abordagem qualitativa, cujos objetivos são de caráter exploratório. A pesquisa, de caráter qualitativo, conforme descreve Lüdke e André (1986, p.13), “envolve a obtenção de dados descritivos, obtidos no contato direto do pesquisador com a situação estudada, enfatiza mais o progresso do que o produto e se preocupa em retratar a perspectiva dos participantes”. Os procedimentos metodológicos adotados foram Análise de Conteúdo e a revisão bibliográfica integrativa. A revisão bibliográfica integrativa “é um método que proporciona a síntese de conhecimento e a incorporação da aplicabilidade de resultados de estudos significativos na prática” (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010, p.102). Nesta perspectiva, a pesquisa deu-se por meio de uma catalogação de pesquisas no banco de periódicos revisados por pares da CAPES, produzidos no Brasil nos últimos dez anos referente às tendências no Ensino de Ciências e Matemática. Na fase de exploração dos artigos no periódico CAPES, organizamos as coletas da seguinte maneira: (i) Tendências no Ensino de Ciências, (ii) Tendências no Ensino de Matemática. Para a seleção dos artigos a serem analisados, adotou-se critérios de inclusão e exclusão baseados em Magee (1998). Sobre as tendências no ensino de Ciências, foram utilizados os descritores: ‘Ensino de Ciências’ e ‘Práticas Pedagógicas’, sendo encontradas 35 pesquisas relacionadas ao tema e ‘Ensino de Ciências’ e ‘Tendências de Ensino’, identificando um total de 19 artigos. Os critérios de seleção e exclusão foram: artigos revisados por pares entre os anos de 2000 e 2012, escritos em português e com assuntos referentes a tendências e práticas de ensino, resultando em 6 (seis) artigos para ‘Ensino de Ciências’ e ‘Práticas Pedagógicas’, e 2 (dois) para ‘Ensino de Ciências’ e ‘Tendências de Ensino’, totalizando 8 (oito) artigos. Algumas delas não eram de interesse para este levantamento, uma vez que não trataram das tendências no ensino de Ciências. Assim, selecionamos apenas aquelas que vinham ao encontro do foco, neste caso foram 4 (quatro) pesquisas. Para facilitar a identificação dos artigos selecionados para a análise, organizamos os dados em um quadro (Ver quadro 1). Quadro 1 - Resultados selecionados para análise “Tendências no Ensino de Ciências”. ANOAUTOR e TÍTULO 2012ANA TERESA BRÁS, A. T.; REIS, C. S. “As Aptidões Sociais das Crianças em Idade Pré-Escolar”. 2012 VALENTINA, C.; GALIAN, A. “A Prática Pedagógica e a Criação de um Contexto Favorável Para A Aprendizagem de Ciências No Ensino Fundamental”. 2012MUNDIM, J. V.; SANTOS, W. L. P. “Ensino De Ciências no Ensino Fundamental Por Meio de Temas Sociocientíficos: Análise de uma Prática Pedagógica com Vista À Superação do Ensino Disciplinar”. 2010 PERTICARRARI, A.; TRIGO, F. R. BARBIERI, M. R.; COVAS, D. T. “O Uso de Textos De Divulgação Científica Para o Ensino de Conceitos Sobre Ecologia a Estudantes da Educação Básica”. Figura 1: Elaborado pelas autoras. Nos artigos selecionados alguns dos objetivos eram: promover o desenvolvimento social harmonioso através da modificação das aptidões sociais de uma turma do nível pré-escolar, após a intervenção de uma prática pedagógica estruturada e direcionada; identificar, com base em registros de observações de aulas de ciências no Ensino Fundamental II, se a prática pedagógica pode criar condições que potencializem ou limitem a exigência conceitual no tratamento do conhecimento; Apontar uma abordagem sóciocientfica no ensino de ciências, propiciando um relacionamento entre conhecimento científico e cotidiano; avaliar o processo de aprendizagem de alunos do Ensino Básico a partir do uso de texto de divulgação científica. O contexto para a produção dos dados foram escolas públicas de Ensino Fundamental e Médio. Dentre os teóricos citados nessas pesquisas destacamos: GUIMARÃES, (2002); AZAMBUJA e SOUZA, (1995); VIELLA, (2006); DELIZOICOV (2002); GIOVINAZZO JR., (1999, 2003); MECONI, (2004); OLIVEIRA, (2001); SOUZA, (2003). VALE, (2009) e MAJOR, (2011). O paradigma metodológico mais empregado é o qualitativo. As tendências observadas foram progressistas e liberais. Para a busca sobre as tendências no ensino de Matemática utilizou-se os descritores: ‘Ensino de Matemática’ e ‘Práticas de Ensino’, sendo localizados 58(cinquenta e oito) artigos, e para ‘Ensino de Matemática’ e ‘Tendências de Ensino’, localizamos 7 (sete) artigos. Na segunda etapa da busca foram selecionados os periódicos revisados por pares, no período de 2000 a 2012 sendo estes, escritos em Português, e com assuntos referentes a tendências e práticas de ensino, obtendo, 05 (cinco) artigos abordando ‘Ensino de Matemática’ e ‘Tendências de Ensino’ e 10 (dez) artigos selecionados com os descritores: “Ensino de Matemática” e “Práticas de Ensino”. Para a análise selecionamos apenas os que vão ao encontro dos nossos objetivos, o resultado deste procedimento está sumarizado no quadro 2. Quadro 2 - Resultados selecionados para análise “Tendências no Ensino de Matemática”. ANOAUTOR e TÍTULO 2005D’ AMBRÓSIO, UBIRATAN. “Sociedade Cultura Matemática e seu Ensino”. 2010SCALVI, R. M. F.; SILVA, M. R. P.; FONSECA, G.: LEITÃO, F. S. P.D’LUCIA, R. S. “O Ensino de Xadrez com Ferramenta no Processo de Aprendizado Infantil”. 2003 ARAÚJO, M. S. T. “Atividade Experimental no Ensino de Física: Diferentes enfoque e finalidades”. 2008REGINA CÉLIA GRANDO, R. C. NACARATO, A. M.; GONÇALVES, L. M. G. “Compartilhando Saberes em Geometria Investigando e Aprendendo com Nossos Alunos”. 2010 RAUPP, A. D.; NEIVA, I. G. “Processos Interativos em Situações de Jogo no Ensino Fundamental”. 2007 OZÁMIZ, M. G. “Ensino de Ciência e Matemática”. Figura 2: Elaborado pelas autoras (2016). Nos artigos selecionados alguns dos objetivos eram: utilizar o jogo de xadrez como uma ferramenta no processo de aprendizagem de crianças, colaborando tanto intelectualmente como socialmente para o seu desenvolvimento; possibilitar uma melhor compreensão sobre as diferentes possibilidades de tendências na área de investigações sobre a utilização da experimentação como estratégia de ensino de Física, tendo em vista subsidiar o trabalho de professores e pesquisadores do ensino no nível médio; discutir as atuais tendências didático-pedagógicas para o ensino de geometria na educação básica; abordar o uso de jogos em sala de aula como uma das tendências em educação matemática. O contexto para a produção dos dados foram escolas públicas de Ensino Fundamental e Médio, Universidades e pesquisas publicadas em revistas. Dentre os teóricos citados nessas pesquisas destacamos: COSTA (2005); BAPTISTONE (2000); FREIRE (1996); ALVES FILHO (2000); VENTURA (1992); NACARATO (2005); GARNICA (2002); PONTE (2003); POZO (2002). O paradigma metodológico mais empregado é o qualitativo. A tendência observada foi a progressista. ANÁLISES E DISCUSSÕES DOS DADOS No intuito de identificar as percepções das tendências no ensino de Ciências e Matemática à luz das práticas desenvolvidas em unidades escolares públicas do município de Barra do Bugres no Estado de Mato Grosso e analisar o foco das pesquisas publicadas, em periódicos da CAPES nos últimos doze anos, envolvendo as tendências dessas duas áreas de ensino, realizamos um levantamento das pesquisas que abordam as tendências no ensino de Ciências e Matemática e observações in loco e entrevista realizada com os profissionais da rede pública de educação. As análises dos dados coletados foram pautados nas percepções das Tendências no Ensino de Ciências e Matemática. 

UM ZOOM NAS PESQUISAS TENDÊNCIAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS E MATEMÁTICA 

Para as análises dos artigos, foram observadas quais das tendências pedagógicas de ensino: Tendência Liberal (Tradicional, Renovada Progressista, Renovada Não-diretiva e Tecnicista) e Tendência Progressista (Libertadora, Libertária e Crítico-social dos conteúdos), se destacaram. As pesquisas evidenciaram a ocorrência de atividades que promovem a aprendizagem baseada nas estruturas cognitivas já estruturadas nos alunos, isto é, nos seus conhecimentos prévios e, que eles sejam participantes ativos neste processo. Na pesquisa selecionada de Raupp e Grando (2010), relatam que uma sala de aula pode e deve ser um espaço em que se possam promover experiências e o desafio de conhecer e superar os próprios limites, de trabalhar com a diversidade e de promover a apropriação do conhecimento coletivamente. No artigo de Reis (2012), apresenta em sua pesquisa uma mudança de comportamento das crianças em um curto período de tempo, quando os professores fazem as intervenções dirigidas. Evidencia-se neste artigo uma predominância a Tendência Progressista, visto que o foco da pesquisa, para além de sala de aula, os professores insere seus alunos em um contexto social para um comportamento de socialização do grupo de alunos. De acordo com Libâneo (1994), as discussões acerca da tendência progressista de ensino, a educação escolar deve recuperar sua unidade através de uma perspectiva integradora. Na verdade, é dessa integração que resultarão os princípios de um novo projeto de fazer pedagógico. Numa perspectiva de educação progressista o professor precisa acima de tudo dar aulas, fazer planos, controlar a disciplina, manejar a classe, dominar o conteúdo e acima de tudo, entender o caráter social dos processos educativos, principalmente aqueles que acontecem na instituição escola. De acordo com o artigo de Mundim (2012), o envolvimento dos alunos nas atividades desenvolvidas e a participação deles com a aplicação dos conceitos estudados evidenciam uma mudança satisfatória em relação ao significado que eles passaram a atribuir ao conhecimento científico estudado. Dessa forma, o ensino de ciências para esses alunos passou a ter uma relevância social e ajudá-los na sua formação como cidadãos. Entendemos que, da mesma forma, os demais conteúdos de ciências naturais do Ensino Fundamental podem ser abordados por meio de temas sociocientíficos, superando a visão fragmentada que tem marcado esse ensino. Caracterizou o ensino contextualizado nas pesquisas deste artigo onde a Tendência Progressista fica evidente. Outras pesquisas analisadas também evidencia a predominância da Tendência Progressista, a exemplo Scalvi, Fonseca, Leitão E .D’lucia (2010); Grando, Nacarato E Gonçalves, (2008); D’ Ambrósio (2005) Perticarrari (2010). Portanto, nestes artigos fica evidente que é fundamental que o professor estimule o aluno a verbalizar, sendo este um instrumento cognitivo importante para a compreensão de conceitos científicos. Tendo como característica predominante no fazer dentro de sala de aula a Tendência Progressista de Ensino. Diante da análise do artigo de Valentina (2012), foi observado que a prática docente, uma configuração de controle fortemente centralizado na professora, tanto no que se refere à seleção e à sequência dos temas tratados em aula, quanto às definições do tempo destinado para as situações de exploração/discussão destes temas, interações com os alunos em torno do conhecimento e realização de atividades durante as aulas. Também se pode destacar a força do controle da professora sobre a especificação do que é esperado dos alunos em termos de procedimentos a serem adotados na realização dos trabalhos/atividades a serem realizados, tanto em classe quanto em casa. No entanto esta clareza dos critérios de avaliação se perde quando se trata da elaboração das sínteses dos temas estudados. Aspectos que potencializam o rebaixamento do nível de exigência conceitual das aulas de ciências – hipótese anteriormente apresentada e confirmada na pesquisa. Expressando dessa maneira nas práticas pedagógicas uma Tendência Liberal de Ensino. Segundo Libâneo (1990), a tendência liberal tradicional se caracteriza por acentuar o ensino humanístico, de cultura geral. De acordo com essa escola tradicional, o aluno é educado para atingir sua plena realização através de seu próprio esforço. Sendo assim, as diferenças de classe social não são consideradas e toda a prática escolar não tem nenhuma relação com o cotidiano do aluno. Quanto aos pressupostos de aprendizagem, estão pautados na idéia de que o ensino consiste em repassar os conhecimentos para o espírito da criança é acompanhada de outra: a de que a capacidade de assimilação da criança é idêntica à do adulto, sem levar em conta as características próprias de cada idade. A criança é vista, assim, como um adulto em miniatura, apenas menos desenvolvida. Em geral, tem-se consciência da importância de qualificar o processo ensino-aprendizagem, visto que a necessidade de mudar a metodologia de sala de aula é uma premência dos dias atuais caso se queira possibilitar um efetivo aprendizado e desenvolvimento dos estudantes. O uso da metodologia somente com aulas expositivas é, geralmente, uma forma de que os professores se valem por não conseguirem desenvolver uma prática diferente. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Acreditamos que por meio dos dados produzidos nas explorações bibliográficas e nas pesquisas selecionadas e analisadas, podemos compreender os diferentes pontos de vistas, e com isso, verificar as tendências no ensino de Ciências e Matemática. Verificamos através das análises realizadas que ainda se encontram na tendência Liberal de ensino, com aula ‘aulas tradicionais’, resistindo sair da zona de conforto. Fica evidente nas análises feitas nos artigos selecionados trazem uma abordagem da Tendência Progressista de Ensino, vinculando uma ideia de que a prática utilizada em sala de aula quer uma inovação partindo da perspectiva progressista de ensino para que seja possível alcançar a aprendizagem dos alunos. Porém ao fazermos as análises nas fica evidente que vivenciamos um discurso mas na prática é outra coisa, ou seja dizemos que fazemos mas na realidade resultados apontam que na verdade dizemos, mas ainda precisamos fazer, praticar o que dizemos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, M. 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