ANA DE SOUSA CELESTINO SILVA SANTOS

IVANILDA ALVES DE SOUZA GOMES

 

 Quadro comparativo da Escola Tradicional e da Escola Nova, onde pontuamos alguns aspectos essenciais desse ensino, para ser analisadas as vantagens e desvantagens na formação do indivíduo.

 

 ESCOLA TRADICIONAL

ESCOLA NOVA

Homem com essência única e imutável, se tomando pronto quando de posse de informações transmitidas pela escola.

O homem é mutável, ajusta socialmente. Modifica sendo modificado pelo meio.

Mundo exterior ao homem.          

O mundo não é estático nem independente do homem.

As normas e os valores tradicionais da sociedade devem ser repassados através da educação.

Os valores são mutáveis, criados pela sociedade e repassados pela interação.

O conhecimento é acumulado ao longo dos tempos e compõe a herança cultural.

O conhecimento está constantemente em construção.

A educação é responsável por preparar intelectual e moralmente os alunos, a fim de que possam desempenhar os papéis conferidos pela sociedade.

A educação visa à autonomia e a subjetividade do aluno, levando-o também a refletir sobre a aceitação e o respeito ao outro.

A escola é o local onde se preparam as novas gerações. Dá acesso às grandes produções culturais da humanidade.

A escola é um ambiente de estimulação ao desenvolvimento do aluno.

Ensino-aprendizagem        envolve trabalho árduo, perseverança, aplicação e disciplina.

Ensino-aprendizagem        parte das necessidades e interesses do educando, considerando aptidões e ritmos de um.

Aula centrada no professor. Os alunos conceitos devem ser assimilados pelos alunos.

Aula centrada no aluno, tendo o um professor como um facilitador da aprendizagem.

Professor expõe o conteúdo que deve ser repetido e aplicado pelo aluno.

 

Os métodos partem da adequação ao desenvolvimento biológico e cognitivo do aluno.

A avaliação é feita por provas escritas e orais para constatar o que foi assimilado.

 

Avaliação quantitativa não tem sentido, o processo de aquisição do saber é mais importante que o saber propriamente dito.

 

 

Não podemos falar em avaliação educacional escolar, sem fazermos uma análise do sistema educacional já que a avaliação é uma peça de engrenagem desse sistema. E dentro dessa perspectiva de reprodução da sociedade, surgem as diversas tendências com este objetivo. A atual prática da avaliação educacional está muitas vezes ainda a serviço de um entendimento teórico-conservador da sociedade e da educação. Libânio contempla que:

 

A avaliação é uma tarefa didática necessária e permanente do trabalho docente, que deve acompanhar passo a passo o processo de ensino e aprendizagem. Através dela, os resultados que vão sendo obtidos no decorrer do trabalho conjunto do professor e dos alunos são comparados com os objetivos propostos, a fim de constatar progressos, dificuldades, e reorientar o trabalho para as correções necessárias. A avaliação é uma reflexão sobre o nível de qualidade do trabalho escolar tanto do professor como dos alunos. (LIBÂNEO, 1985:195).

 

Dentro dessa concepção surgiram as chamadas Pedagogias Dominantes:

Pedagogia Liberal Tradicional, Pedagogia Liberal Renovada ou Escola

novista, Pedagogia Liberal Tecnicista.

Na Pedagogia Liberal Tradicional, o aluno é um ser passivo, sem direito a criticar ou opinar, sendo o professor o centro do processo de ensino. A avaliação dentro dessa pedagogia valoriza o intelecto do aluno.

Na Pedagogia Renovada Ou Escola novista a sala de aula tornou-se um divã, onde prevalecem os sentimentos, a espontaneidade, etc. A avaliação se dá de forma individual, onde as diferenças são consideradas, bem como a produção de conhecimentos.

Já a Pedagogia Tecnicista, subordina a educação à sociedade tendo como função a preparação de mão-de-obra. O indivíduo torna-se então, um mero técnico. A avaliação é utilizada para verificar habilidades, atitudes e os conhecimentos específicos a que o educando foi condicionado.

As respectivas pedagogias não proporcionam nenhuma mudança na atual sociedade, ao contrário, elas a conservam e reproduzem na íntegra.

Nesse contexto a prática pedagógica se tornou ultrapassada e insatisfatória, nascendo assim o desejo de renová-la.       

Para maior clareza sobre o entendimento do nosso objeto de estudo, torna-se interessante recorrer á contribuição de Luckesi, onde:

 

No seio e no contexto da prática social liberal conservadora, vem se aspirando e vem nascendo uma opção do outro modelo social, onde a igualdade entre os se humanos e a sua liberdade não se mantivesse tão somente ao nível da formalidade da lei, mas que traduzissem em concretudes históricas. (LUCKESI, 1995:36).

 

Existem assim, pedagogias que expressam ou pretendem expressar os interesses das classes populares, que apesar de ser a maioria da nação não controlam os mecanismos políticos e culturais do país. Dentro dessa perspectiva, segundo Luckesi, "é possível encontrar três tendências pedagógicas não circulantes no âmbito da ideologia dominante: a pedagogia libertária, libertadora e a crítico-social dos conteúdos".’(1995:39).

A Pedagogia Libertária preocupa-se em considerar todo o conhecimento capaz de solucionar problemas da vida social, independente de qualquer sistematização rigorosa, como conteúdos válidos para o processo pedagógico, interessando mais a forma de apreensão dos mesmos.

Propõe também a avaliação do sistema punitivo de notas exames, freqüência, etc.

A Pedagogia Libertadora também dá menos importância aos conteúdos. O que ela enfatiza é a discussão em grupo, a conscientização, o cotidiano do educando onde ele deve ser estimulado a problematizar as situações vividas por ele próprio.

A Pedagogia crítico-social dos conteúdos está mais preocupada em assegurar a função social da escola enquanto instituição. Ela valoriza a escola, principalmente, a escola pública.

A análise das pedagogias ajuda-nos a questionar sobre as formas de avaliação escolar, já que a mesma está embutida de valores, estando assim preocupada com a reprodução e conservação da sociedade.

Para falar de Pedagogia é preciso que seja revisto alguns pontos das tendências pedagógicas, que pelas quais influenciaram na trajetória educacional no Brasil e que através destas nos espelhamos num ensino de qualidade que contribua na aprendizagem dos alunos, que são nossos sujeitos principais, como apontam caminhos que auxiliem na compreensão do ensino ciclado atual. Também nos deparamos com algumas concepções pedagógicas que perpassaram durante a história e que deixaram suas marcas, favorecendo uma nova visão de educação como possibilitando o avanço de outras concepções que contribuirão com a educação.

O processo de avaliação da aprendizagem vem se constituindo em objeto de estudo por diferentes teóricos da educação desde o início do século. A necessidade de compreender um processo tão complexo e que tanta interferência causa na vida das pessoas pode ser a explicação de tanto interesse.

A busca de entendimento permitiu perceber que existe uma relação intrínseca entre avaliação da aprendizagem e educação, da qual é um componente fundamental. 

 

 

REFERÊNCIAS 

 

LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 1985

 

LUCKESI, C.C. Prática docente e avaliação educacional e escolar: Compreensão teórica, ensino e produção de conhecimento. São Paulo: ANPED, 1986.

 

-----------. Avaliação da aprendizagem escolar. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 1994.

 

-----------. Avaliação educacional para além do autoritarismo. Revista A.E.C.,n° 60, 1986.