A ecologia é um campo de estudo primordial para a compreensão dos processos biológicos que ocorrem em nosso planeta. Ela versa sobre os movimentos que ocorrem na chamada biosfera, camada terrestre na qual os seres vivos interagem com os abióticos e que é nosso ponto de partida para o entendimento da dinâmica ecológica do nosso lugar. Tendo isso em vista, se faz possível afirmar que as relações ecológicas existentes entre os seres bióticos são um fator importante para que possamos saber, por exemplo, o motivo pelo qual os predadores são necessários nas teias alimentares, ou a relevância dos líquens nos troncos de árvores, como também o modo como os antibióticos atuam no nosso meio, tornando a discussão sobre elas um componente fundamental para a construção do debate sobre a biodiversidade na contemporaneidade.

Analisando o panorama das relações ecológicas no âmbito natural, faço pensar que elas podem ser harmônicas ou desarmônicas, denominadas de acordo com as consequências das ações dos indivíduos em associação, e ainda inter e intra-específicas, sendo estas determinadas de acordo com os tipos de espécies que as praticam. Por conseguinte, afirmo que uma sociedade é um tipo de relação ecológica harmônica e intra-específica, isto é, seus constituintes não têm prejuízos e são da mesma espécie. Um exemplo desse tipo de relação são as colmeias, que associações de abelhas nas quais há divisão do trabalho e a liberdade individual – elas não dependem fisiologicamente umas das outras -, bem como produção de mel e reprodução, o que a caracteriza como harmônica e com benefícios para os seres que a praticam.

Sabendo que as relações inter-específicas são entre espécies distintas, é correto dizer que o mutualismo se constitui como uma importante relação para a promoção da biodiversidade no globo, afirmação que se justifica pelo fato de essa relação acarretar consequências benignas para ambos os organismos que participam, como por exemplo, no caso dos ruminantes e dos microrganismos que auxiliam na digestão da celulose dos vegetais que são ingeridos por eles, tanto quanto nos protozoários que agem no sistema digestório dos cupins, lhes proporcionando condições favoráveis para a vida. Desse modo, se faz correto atestar que a simbiose auxilia o processo de diversificação da fauna e flora do ambiente, pois dá condições para a vida dos organismos nesse meio.

Por fim, vale ressaltar que relações como o inquilinismo e o comensalismo também contribuem para a efetivação da biodiversidade, já que são harmônicas e ocorrem entre espécies distintas, propiciando condições favoráveis para a vida e reprodução dos seres vivos que participam delas, comportando-se como agentes promotores desse aspecto ambiental que salta aos nossos olhos. Adiante, o compromisso com a biosfera deve ser uma das premissas para a sociedade do século XXI, pois, se olharmos para a situação ecológica atual do nosso planeta, veremos que ela não é das melhores. Fato que se constata pelas ações dos seres humanos que não estão contribuindo para a manutenção do equilíbrio das fases clímax da sucessão ecológica, bem como da pioneira e da série, tornando-se maléficos para o painel das relações ecológicas e da biodiversidade nos tempos atuais. Com isso, cabe à própria sociedade civil lançar um olhar mais demorado sobre seus atos e as consequências destes para o ambiente em que vive, uma vez que a melhor forma de reagir para com a natureza, é tratando-a como ela realmente é: nossa mãe.