I. INTRODUÇÃO
Sabemos que é importante que o professor promova espaços para pesquisas, discussões em grupo, montagem de painéis referente aos temas, maquetes, enfim, tudo aquilo que se tornar centro de interesse dos alunos, podendo aprofundar o estudo e o conhecimento a cada dia.
Neste sentido temos o propósito de levar a oportunidade de interpretar e refletir acerca das obras Medusa Marinara, Leda e o Cisne ambas de Vik Muniz e Operários de Tarsila do Amaral. Identificando qual a matéria prima utilizada por cada um deles para a produção de suas obras, qual o propósito de cada um ao construir e divulgar suas obras e qual as repercussões que cada um tem perante a sociedade.
Isso porque entendemos que a Arte tem uma importância que vai além de disciplina no currículo escolar, pois ela é produto íntimo da formação humana. E com através dela o sujeito percebe a sensibilidade da humanidade quando por isso é importante ter a arte como algo significativo em sua educação, pois a arte constantemente abre portas, e que proporciona a oportunidade do sujeito entrar no terreno criativo humano de forma.
Este será vivenciado na 4ª serie/5º ano do ensino fundamental I no Colégio municipal José Soares de Almeida na cidade de Capoeiras, Pernambuco. Tendo uma carga horária de 10h/aulas divididas entre teoria e pratica conforme plano de aula em anexo.

II. METODOLOGIA
Primeiramente serão expostas para os alunos algumas das obras de Vik Muniz, a partir daí serão feitas indagações sobre a obra e sobre as possíveis leituras da mesma. Em seguida os alunos serão questionados sobre o material que o artista usa para a culminância das suas obras, em seguida será feita uma reflexão em cima destes materiais (se eles são convencionalmente usados por outros artistas, se é freqüente a presença destes materiais em obras de arte, qual é a utilidade destes materiais no meio social dos alunos etc.).
Em outro momento serão apresentadas para os alunos obras de Tarsila do Amaral, onde será feito o mesmo procedimento que foi vivenciado no momento Vik Muniz.
Em seguida será feita uma "dinâmica" para releitura da obra Operários de Tarsila do Amaral. Esta será feita da seguinte maneira serão expostos Bala de Goma (Kuky), Amendoim Chocolate (Kuky), Confeti, Pingo d?ouro (que são elementos que estão ligados ao meio literário de Vik Muniz) e será pedido para que os alunos escolham apenas um destes elementos, o de sua preferência, após todos escolherem será pedido para que os alunos coloquem este elemento em uma versão ampliada da figura 04 em anexos.
Após esta atividade será mostrado para os alunos à importância de interpretação e da releitura das obras de arte assim como também é importante saber a origem e o processo de criação de cada obra, alem da "facilidade" de interpretação de uma obra quando se conhece a biografia do autor e as suas realidades sociais.
Neste contexto também serão mostradas as diferenças em características no que diz respeito a personalidade e com realidade de cada um através da escolha de um dos materiais (a preferência de cada um) que foram colocados mostram que não há ninguém igual a ninguém e como na releitura a obra "operários" de Tarsila é a nossa vida cada um com seus gostos, cada um com suas característica, cada um com seu jeito de ser.
E estes fatos devem ser respeitados no cotidiano de cada um, pois sempre estarão presentes no nosso dia-a-dia e não podem nos levar a reações já que se trata de algo comum e não apresenta nem um tipo inadequação e sim de diversidade a ser respeita e admirada.

III. A vida e as obras de Vik Muniz
Neste pretendemos junto com os alunos fazer um estudo sobre a vida e as obras de Vik Muniz e de Tarsila do Amaral. Fazendo um diálogo contra o racismo nas series iniciais do ensino fundamental. Com o intuito de mostrar aos alunos as características artísticas de cada um dos autores e as diversas interpretações que suas obras podem ter.
As atividades estarão voltadas ao exercício do desenvolvimento do pensamento critico dos alunos e das suas respectivas capacidades de expressão oral em público.
Neste sentido veremos Vicente José de Oliveira Muniz conhecido como Vik Muniz (São Paulo SP 1961). Fotógrafo, desenhista, pintor e gravador.
Que em 1983, passou a viver e trabalhar em Nova York. Realiza, desde 1988 investiga principalmente, temas relativos à memória, à percepção e à representação de imagens do mundo das artes e dos meios de comunicação.
Faz uso de técnicas diversas e emprega nas obras, com freqüência, materiais inusitados como açúcar, chocolate líquido, doce de leite, catchup, gel para cabelo, lixo e poeira. Em 1988, realiza a série de desenhos The Best of Life, na qual reproduz de memória, uma parte das famosas fotografias veiculadas pela revista americana Life.
Convidado a expor os desenhos, o artista fotografa-os e dá às fotografias um tratamento de impressão em periódico, simulando um caráter de realidade às imagens originárias de sua memória. Com essa operação inaugura sua abordagem das questões envolvidas na circulação e retenção de imagens.
Nas séries seguintes, que recebem, em geral, o nome do material utilizado - Imagens de Arame, Imagens de Terra, Imagens de Chocolate, Crianças de Açúcar etc. -, passa a empregar os elementos para recriar figuras referentes tanto ao universo da história da arte como do cotidiano.
Seu processo de trabalho consiste em compor as imagens com os materiais, normalmente instáveis e perecíveis, sobre uma superfície e fotografá-las. Nessas séries, as fotografias, em edições limitadas, são o produto final do trabalho. Sua obra também se estende para outras experiências artísticas como a earthwork e as questões envolvidas no registro dessas criações.
NO 81º "Christmas Book" anual de Neiman Marcus, em 2007, os compradores podiam encomendar por US$ 110.000 um dos retratos de chocolate "His & Hers" feitos por Muniz e receber uma reprodução fotográfica tamanho 60" X 48" do trabalho. Muniz doou o produto das vendas para o Centro Espacial Rio de Janeiro, uma organização de caridade que trabalha com arte para crianças e adolescentes pobres no Brasil. Segundo Muniz, "os pobres precisam de dinheiro. É preciso ajudá-los diretamente. Não acredito em arte política. Sensibilizar: você tem o jornal para isso."
Muniz fez uma exposição individual no University of South Florida Contemporary Art Museum, em Tampa, Flórida, atualmente denominada "Vik Muniz: Reflex". Esta exposição, organizada pelo Museu de Arte de Miami, esteve em exposição no Seattle Art Museum e no PS1 Contemporary Art Museum em Nova York. Até janeiro de 2008, a exposição esteve em exibição no Musée d'Art Compemporain em Montreal, Quebec (Canadá). Muniz também publicou um livro, "Reflex - A Vik Muniz Primer" (2005: Aperture Foundation, Nova York), que contém uma compilação do seu trabalho e seus comentário sobre ele.
Seu trabalho também foi destaque no "The Hours-Visual Art of Contemporary Latin America" (2007), mostra apresentada no Museu de Arte Contemporânea de Sydney, New South Wales, Austrália.
Em 30 de janeiro de 2010, o documentário "Lixo Extraordinário" sobre o trabalho de Vik Muniz com catadores de lixo em Duque de Caxias foi premiado no Festival de Sundance. No Festival de Berlim em 2010, foi premiado em duas categorias, o da Anistia Internacional e o público na mostra Panorama.

IV. A vida e as obras de Tarsila do Amaral

E veremos também Tarsila do Amaral nasceu em 1º de setembro de 1886 na Fazenda São Bernardo, município de Capivari, interior do Estado de São Paulo. Filha de José Estanislau do Amaral e Lydia Dias de Aguiar do Amaral. Era neta de José Estanislau do Amaral, cognominado "o milionário" em razão da imensa fortuna que acumulou abrindo fazendas no interior de São Paulo. Seu pai herdou apreciável fortuna e diversas fazendas nas quais Tarsila passou a infância e adolescência.
Estuda em São Paulo no Colégio Sion e completa seus estudos em Barcelona, na Espanha, onde pinta seu primeiro quadro, "Sagrado Coração de Jesus", aos 16 anos. Casa-se em 1906 com André Teixeira Pinto com quem teve sua única filha, Dulce. Separa-se dele e começa a estudar escultura em 1916 com Zadig e Mantovani em São Paulo. Posteriormente estuda desenho e pintura com Pedro Alexandrino. Em 1920 embarca para a Europa objetivando ingressar na Académie Julian em Paris. Frequenta também o ateliê de Émile Renard.
Em 1922 tem uma tela sua admitida no Salão Oficial dos Artistas Franceses. Nesse mesmo ano regressa ao Brasil e se integra com os intelectuais do grupo modernista. Faz parte do "grupo dos cinco" juntamente com Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti del Picchia. Nessa época começa seu namoro com o escritor Oswald de Andrade. Embora não tenha sido participante da "Semana de 22" integra-se ao Modernismo que surgia no Brasil, visto que na Europa estava fazendo estudos acadêmicos.
Volta à Europa em 1923 e tem contato com os modernistas que lá se encontravam: intelectuais, pintores, músicos e poetas. Estuda com Albert Gleizes e Fernand Léger, grandes mestres cubistas. Mantém estreita amizade com Blaise Cendrars, poeta franco-suiço que visita o Brasil em 1924. Inicia sua pintura "pau-brasil" dotada de cores e temas acentuadamente brasileiros. Em 1926 expõe em Paris, obtendo grande sucesso. Casa-se no mesmo com Oswald de Andrade. Em 1928 pinta o "Abaporu" para dar de presente de aniversário a Oswald que se empolga com a tela e cria o Movimento Antropofágico. É deste período a fase antropofágica da sua pintura. Em 1929 expõe individualmente pela primeira vez no Brasil. Separa-se de Oswald em 1930.
Em 1933 pinta o quadro "Operários" e dá início à pintura social no Brasil. No ano seguinte participa do I Salão Paulista de Belas Artes. Passa a viver com o escritor Luís Martins por quase vinte anos, de meados dos anos 30 a meados dos anos 50. De 1936 à 1952, trabalha como colunista nos Diários Associados.
Nos anos 50 volta ao tema "pau brasil". Participa em 1951 da I Bienal de São Paulo. Em 1963 tem sala especial na VII Bienal de São Paulo e no ano seguinte participação especial na XXXII Bienal de Veneza. Faleceu em São Paulo no dia 17 de janeiro de 1973.
As atividades estarão focando nas obras Medusa Marinara de Vik Muniz (figura 01 em anexo), Leda e o Cisne de Vik Muniz (figura 02 em anexo), Operários de Tarsila do Amaral (figura 03 em anexo).

REFERENCIAS

MOURA, Selma de Assis. Arte-Educação para quê (Razões para ensinar arte). Disponívelemwww.artenaescola.org.br/pesquise_monografias_texto.php?id_m=241. Acesso em 08/10/10.
BARBOSA, Ana Mae. Arte-educação no Brasil. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/ea/v3n7/v3n7a10.pdf. Acesso em 05/10/10.



ANEXOS

Figura 01
Medusa Marinara de Vik Muniz
Figura 02
Leda e o Cisne Vik Muniz


Figura 03
Operários de Tarsila do Amaral



Figura 04
Figura para recriação (fornecida aos alunos)

Anexo 05
Plano de Aula

Disciplina: Arte
Conteúdo: As obras de Vik Muniz e Tarsila do Amaral dialogando contra o racismo
Duração em h/aula: 10 h/aulas
Serie: 4ª Serie/5º ano

Objetivos:
Geral:
? Relacionar as obras de Vik Muniz e Tarsila do Amaral com os contextos sociais dos alunos
? Explanar a vida e as obras de Vik Muniz e Tarsila do Amaral, em um diálogo contra o racismo.
Específicos:
? Mostrar aos alunos a biografia de Vik Muniz e Tarsila do Amaral;
? Explanar e pontuar as características artísticas de cada um;
? Fazer leituras interpretativas de diferentes obras de ambos os autores;
? Fazer uma releitura da obra "Operários" de Tarsila do Amaral com características que marcam o contexto artístico de Vik Muniz.

Materiais:
? Biografia de Vik Muniz;
? Obras Medusa Marinara de Vik Muniz (figura 01 em anexo), Leda e o Cisne Vik Muniz (figura 02 em anexo), de Vik Muniz;
? Biografia de Tarsila do Amaral;
? Obra Operários (figura 03) de Tarsila do Amaral;
? Folhas A4;
? Obra de Tarsila do Amaral (com adaptação para esta atividade, Ver figura 04 em anexos)
? Bala de Goma;
? Amendoim Chocolate;
? Confeti;
? Pingo d?ouro;
? Cola de isopor;
? Verniz;
? Recursos humanos.
Avaliação:
A avaliação será continua e levara em conta a participação de cada aluno nas atividades realizadas em sala assim como também serão levados em conta os empenhos para a realização das atividades