AS IMBRICAÇÕES ENTRE TRABALHO, TECNOLOGIAS E FORMAÇÃO
Publicado em 27 de março de 2023 por CAETANO LUIZ FORONI
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ
TECNOLOGIA, FORMAÇÃO DE PROFESSORES E SOCIEDADE
CAETANO LUIZ FORONI
AS IMBRICAÇÕES ENTRE TRABALHO, TECNOLOGIAS E FORMAÇÃO
Itajubá MG
2021
As Imbricações Entre Trabalho, Tecnologias E Formação
- Introdução
Este trabalho é uma reflexão sobre o processo de interligação e interdependência entre a tecnologia, o trabalho e a formação dos trabalhadores. Observação do papel da tecnologia na sociedade contemporânea e em seu futuro.
Outro importante nuance neste estudo é a arguição do papel da educação como instrumento de propagação e manutenção dos interesses dos donos do capital industrial, submissa aos interesses econômicos e descomprometida com os interesses da classe operária.
Sendo o objetivo central a realização de uma análise dos textos apresentados e estudados durante os estudos da Aula 3 – O Homem como objeto da Tecnologia.
- Desenvolvimento
Inicialmente, devemos definir o que é educação. Educação, é o ato ou processo de educar, e aplicar métodos disponíveis para assegurar a formação e o desenvolvimento físico, intelectual e moral de um ser humano; de forma didático pedagógica de forma a prestar o serviço de ensino. Em seguida, podemos confirmar que a tecnologia é um estudo sistemático sobre técnicas e processos utilizados nas atividades humanas.
Portanto, pode-se dizer que tecnologia educacional é o estudo de técnicas pedagógicas eficientes utilizando-se de diversos recursos tecnológicos disponíveis, com o intuito de promover o bem estar social.
Verifica-se que alguns profissionais da educação, ainda veem os equipamentos de tecnologia da informação e comunicação como verdadeiras feras vorazes e famintas, e acreditam que em nada podem acrescentar em suas aulas, alguns até se desculpam utilizando a frase “minhas aulas sempre foram assim e tive sucesso”, o que corrobora com o desuso de muitos recursos tecnológicos considerados desnecessários. Andrade, 2011 reforça que os educadores devam se familiarizar com os recursos tecnológicos.
Diante do exposto faze se necessário o estudo e a familiarização dos profissionais da educação com as ferramentas tecnológicas, não sendo meros espectadores, mas sim como peça participativa do processo, e tenha a consciência que a aula continua sendo dele, e que o computador veio a auxiliá-lo como um giz (quadro negro) diferente. Andrade 2011, p 9
Há alguns anos os recursos tecnológicos, como os computadores, eram vistas apenas como instrumentos de média importância, mas nos atuais momentos de pandemia, tomaram vital relevância no preparo e no desenvolvimento das aulas.
Pudemos constatar que as instituições de ensino têm a responsabilidade de conscientizar o quadro docente a utilizar todos os recursos disponíveis para atingir o objetivo fim de uma educação social plena. (MERCADO, L., 20002)
O reconhecimento de uma sociedade cada vez mais tecnológica deve ser acompanhado da conscientização da necessidade de incluir nos currículos escolares as habilidades e competências para lidar com as novas tecnologias. No contexto de uma sociedade do conhecimento, a educação exige uma abordagem diferente em que o componente tecnológico não pode ser ignorado.
As novas tecnologias e o aumento exponencial da informação levam a uma nova organização de trabalho, em que se faz necessário: a imprescindível especialização dos saberes; a colaboração transdisciplinar e interdisciplinar: o fácil acesso à informação e a consideração do conhecimento como um valor precioso, de utilidade na vida econômica.
(MERCADO, L., 2002 p.11)
Vê-se também a necessidade imediata de promover uma capacitação digital dos educadores, para terem eficiente resultado na aplicação dos recursos tecnológicos disponíveis. A capacitação digital, é, sem dúvida uma ferramenta de vital importância para a sobrevivência da escola em toda sua plenitude. Segundo PEREIRA, 2009, faz-se impossível o profissional da educação promover a capacitação de seus alunos, sem ter sido capacitado ele próprio.
Evidencia-se que os educadores precisam inovar, mas para isso precisam passar por um processo de revalorização profissional, que passa não só por cursos de capacitação e atualização, mas também por um compromisso de valorização do trabalho do professor, através de política salarial justa e um plano de carreira adequado.
A dificuldade também reside no fato de que "ninguém promove o desenvolvimento daquilo que não teve oportunidade de construir em si mesmo. Ninguém promove a aprendizagem de conteúdos que não domina, nem a construção de significados que não possui, ou a autonomia que não teve a oportunidade de construir”. PEREIRA, 2009, p 03
A era da pandemia e a aceleração da informação mudou o quadro da realidade educacional e suas necessidades, as instituições de ensino se viram diante de uma nova realidade, que antes era vista com olhos de desdém.
Com a chegada da Era da Informação e a necessidade do desenvolvimento de uma estrutura horizontal, as pessoas passaram a desempenhar o principal papel dentro das organizações: como vantagem competitiva ou como fragilidade empresarial. Dessa forma, as empresas tiveram que desprender boa parte de sua atenção e esforços seja para reverter em benefícios para empresa tudo o que aqueles que representavam vantagem competitiva poderiam oferecer... ...Foi aí que surgiu o conceito de Talento Humano, que nada mais é que um tipo especial de pessoa. MARTINS, MARCOS AMANCIO P. 2017
Constata-se que dentre as principais atitudes assertivas implantadas na Escola Leonor Mendes de Barros, foi a de promover a atualização técnica de seus profissionais. Não há como chegarmos à uma Educação 4.0, com educadores desatualizados e fora do contexto educacional contemporâneo.
- Conclusão
Podemos citar vários exemplos de resultados ineptos, em virtude da simples falta de estudo técnico do caso, e do compromisso com o atingimento de objetivos qualitativos, como exemplo podemos citar o MOBRAL, que em tese era um programa com muitas possibilidades de êxito, mas foi implantando sem a devida análise e desenvolvimento de tecnologias educacionais, por profissionais capacitados, capazes de atingir o tão esperado sonho de alfabetização plena. Foram alocados recursos financeiros e humanos para atingir essa meta, mas não houve um estudo de qual seria a melhor forma de obter êxito e com quais ferramentas esse intento seria atingido.
Nas últimas décadas temos visto surgir vários projetos e programas com o intuito de promover a melhora da educação no país, com o objetivo de melhorar nossa posição nos índices mundiais de educação, mas ainda não lograram o êxito esperado, já que novamente não houve o compromisso de desenvolver tecnologias educacionais capazes de promover o real desenvolvimento de nossos educandos.
Conclui-se que a escola hoje é totalmente diferente da escola de uma década atrás, já tínhamos a internet como importante ferramenta de estudo e pesquisa, mas não se previa essa digitalização do conhecimento. A educação hoje é dinâmica, mutável, compartilhada, multifacetada de uma forma não prevista. Portanto, faz se necessário o estudo e desenvolvimento de tecnologia educacional que utilize dos recursos tecnológicos e humanos disponíveis, capaz de promover nosso objetivo primaz que é a real formação do cidadão
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Ana Paula Rocha de. O uso das tecnologias na educação: computador e internet. 2011.
MERCADO, Luís Paulo Leopoldo. Novas tecnologias na educação: reflexões sobre a prática. UFAL, 2002.
PEREIRA, Luiz Augusto Caldas. A formação de professores e a capacitação de trabalhadores da educação profissional e tecnológica. Disponível em Acesso em 19/06/2021
MARTINS, Marcos Amâncio P. Gestão Educacional: planejamento estratégico e marketing. Brasport, 2007.
SOFFNER, Renato Kraide. Tecnologias sociais e a educação para a práxis sociocomunitária. Série-Estudos-Periódico do Programa de Pós-Graduação em Educação da UCDB, p. 309-319, 2014.
KOBS, Fabio Fernando; JUNIOR, Eloy Fassi Casagrande. O papel das tecnologias digitais na educação: perspectivas para além dos muros da escola (p. 28-46). Revista de Ciências da Educação, 2016.