Bachelard.

Inicia sua carreira trabalhando nos correios, mais tarde prepara para concurso de engenheiro dos telégrafos, posteriormente licencia se em Matemática, após a primeira guerra transforma se em professor de Química e Física.

Logo em seguida começa a estudar Filosofia, em 1922 ele defende uma tese muito interessante, Ensaio sobre o conhecimento aproximado, quando ele inicia sua carreira como professor universitário.

Teve uma vida acadêmica prodigiosa, recebeu o premio nacional de letras pelo seu trabalho desenvolvido, O novo espírito científico, escrevendo logo em seguida, A formação do espírito científico, posteriormente O materialismo racional, como A poética do espaço e A poética do devaneio.

Sua tese básica, ele desenvolve principalmente uma reflexão visando à defesa dos métodos e fundamentos do conhecimento científico e renova naturalmente a epistemologia combatendo os dogmas do seu tempo histórico, torna-se um grande pensador e cientista.

Formula as condições para o conhecimento científico que longe de ser imediato progride lentamente e sempre superando os chamados obstáculos epistemológicos.

 É necessário ter muito cuidado com as representações do espírito as primeiras delas representa o senso comum.

O conhecimento científico primeiro é composto de convicções elementares das quais é fundamental a libertação para que a ciência possa aparecer e progredir, com efeito, não é fácil formular a construção científica.

A sua ideia desenvolvida, o conhecimento científico deve ser reformulado, A formação do pensamento científico, para ele é necessário purificar a razão dos mitos, das ilusões que dificultam a objetividade.

Para evolução do conhecimento científico, diante das crises que atravessava as ciências no século XX, especialmente a questão da relatividade e do determinismo, Bachelard elabora o conceito de corte epistemológico.

O que significa tal corte epistemológico, para ele as ciências não progride de maneira contínua, linear, mas por intermédio das rupturas com princípios anteriormente aceitos pela comunidade científica, todo conhecimento se elabora contra outro conhecimento anterior.

Dessa forma a ciência exige uma constante recolocação em consideração às causas das teorias aceitas.  Existe apenas um jeito de fazer as ciências avançar, que é atacar as ciências já constituídas, o que signica de certo modo a reconstrução.

Três etapas marcam a história das ciências, o denominado estado pré-científico, que vai da antiguidade até ao século XVIII, estado científico propriamente que vai do século XVIII até e o começo do século XX, o novo espírito científico, que inicia propriamente a partir de 1905, quando Einstein estabeleceu o principio da relatividade.

O novo espírito científico é um comportamento de reflexão e crítica permanente da ciência que possibilitou através da evolução epistemológica, o surgimento de novas teorias originais.

As teorias sempre complexas e abstratas têm suas origens não apenas na experiência sensível, mas também fundamentadas na matemática, é fundamental que a experiência supere ao próprio procedimento comum e volte sempre para sua verificação observacional.

Dessa forma o método científico deve ser de ordem do racional aplicado à empiria, a experiência científica teorizada nem sempre reflete na sua totalidade o real da forma em que de fato é a realidade do objeto.

O que se pode concluir com evidência que o mundo que pensamos nem sempre é o mundo em que vivemos.

Com efeito, a objetividade científica nunca é de fato da mesma naturalidade do que é o seu pressuposto, devido aos obstáculos, o conhecimento em nenhum momento é definitivo, fundamental as constantes rupturas, sem as mesmas não seria possível nenhum avanço.

Para o conhecimento científico toda resposta é dada a uma questão, que deve ser formalizada em forma de hipótese, o que merece comprovação.

 Se não desenvolver a questão empírica não é possível o desenvolvimento da ciência.  Isso significa que nada acontece por si só, o que naturalmente é evidente.  Nada de certa forma está dado, mas tudo é construído. A ciência é a construção dela mesma.

Em síntese Bachelard contrapõe a ciência à opinião, que é entendida a realidade ligada ao habito, esse é o grande obstáculo epistemológico a ser superado, para construção do conhecimento científico.

  A ciência procura antes de tudo, aquilo que dá certo, não uma resposta de causa e efeito, ela quer explicações, o porquê algo realmente acontece.

O pesquisador deve antes de tudo saber formular problemas e levantar possíveis hipóteses, motivo pelo qual precisa ter instrumento epistemológico.

 A opinião afirma as questões de forma dogmática, como verdadeiras, ingenuamente, julga a primeira impressão a sua eficácia.

 Quanto ao pensamento científico tem capacidade de verificar de forma procedente, pelo caminho da interrogação, da verificação hipotética dos fatos em questão.

Com efeito, o verdadeiro conhecimento científico, sabe colocar as questões empiricamente e soluciona-las de forma coerente por meio das demonstrações lógicas na perspectiva das demonstrações eficientes.

O mundo empírico para Bachelard nas ciências, nada  está dado, no plano da revelação metafísica, portanto, a necessidade da construção, por  meio do diálogo constante entre a razão e a experiência para saber formular as respostar, na melhor observação através da  comprovação dos fatos.

Desse modo para Bachelard à ciência é vista numa perspectiva de constante reconstrução, perpetuas retificações, com a finalidade de romper definitivamente com o senso comum.

 Opondo sempre a teorias anteriores às quais não fazem mais sentido pra o presente, superando, sobretudo, preconceitos em diversos níveis.

Edjar dias de Vasconcelos