AS FLORES E AS SEMENTES
Publicado em 30 de julho de 2011 por JUNIA PIRES FALCAO
Por um longo tempo eu contemplei aquele casal que estava celebrando as suas bodas de ouro, cinqüenta anos de uma convivência feliz e abençoada, como ela mesma assim se expressou com voz rouca e pausada, antes de ler uma comovente poesia que compôs para ele.
Ao vê-los ali diante do altar, ela sentada numa cadeira de rodas ao lado do seu amado velhinho e companheiro de cabelos tão brancos, rodeados pelos filhos, pelos filhos dos filhos e ainda por filhos dos seus filhos, foi como se eu estivesse olhando para um imenso jardim. Comecei a pensar nas flores e nas sementes, na semelhança das nossas vidas com a vida das flores, que desabrocham em terra seca ou em terra molhada, que enfrentam o sol e a chuva, que balançam ao peso do vento e da tempestade, resistem ao calor do meio dia e se restauram com o orvalho da madrugada. E depois, com todo o seu viço e beleza alegram as nossas vidas com as suas cores e com o seu perfume, como as rosas que estavam ornamentando a nave da igreja naquela manhã especial. As flores, depois de darem de si mesmas tudo que podem dar, antes de murcharem e retornarem ao pó, deixarão sobre a terra as sementes que produziram, as marcas de sua passagem por esta vida. E assim, as mesmas belas e velhas flores murchas sempre renascerão em novas flores, em outras primaveras, no imenso jardim da natureza, que também é nosso jardim.
Júnia - 2011
Ao vê-los ali diante do altar, ela sentada numa cadeira de rodas ao lado do seu amado velhinho e companheiro de cabelos tão brancos, rodeados pelos filhos, pelos filhos dos filhos e ainda por filhos dos seus filhos, foi como se eu estivesse olhando para um imenso jardim. Comecei a pensar nas flores e nas sementes, na semelhança das nossas vidas com a vida das flores, que desabrocham em terra seca ou em terra molhada, que enfrentam o sol e a chuva, que balançam ao peso do vento e da tempestade, resistem ao calor do meio dia e se restauram com o orvalho da madrugada. E depois, com todo o seu viço e beleza alegram as nossas vidas com as suas cores e com o seu perfume, como as rosas que estavam ornamentando a nave da igreja naquela manhã especial. As flores, depois de darem de si mesmas tudo que podem dar, antes de murcharem e retornarem ao pó, deixarão sobre a terra as sementes que produziram, as marcas de sua passagem por esta vida. E assim, as mesmas belas e velhas flores murchas sempre renascerão em novas flores, em outras primaveras, no imenso jardim da natureza, que também é nosso jardim.
Júnia - 2011