Tempo e dinheiro, ação e reação, conhecimento e vivência. Estas são as mais conhecidas trocas resultantes de nossa energia em movimento. Dentre elas, o dinheiro, o epítome ilusório de nossa segurança no plano material. Sabemos de forma concreta que o dinheiro é fruto da dedicação, mas dificilmente conseguimos estender essa consciência para o plano espiritual. Também sabemos que a espiritualidade atua dentro do nosso merecimento, mas dificilmente conseguimos estender essa consciência para o plano material. Todos esses véus são resultado da deturpação das energias de troca.

A sociedade judaico-cristã condena veladamente o sucesso, confundindo os conceitos de humildade e avareza – condenando quem tem sucesso profissional à corrupção e falta de escrúpulos - ou, indo pelo completo oposto, comparando servidão espiritual à riqueza material – aclamando o sucesso profissional como uma extensão do serviço à Deus. Se por um lado não me permito prosperar por receio de faltar com humildade, por outro atribuo que não sou merecedor da prosperidade por cometer falhas com meus semelhantes. Eis o dilema que impede nosso crescimento material e espiritual.

Para quebrar esse ciclo, devemos deixar nossas energias fluírem com as trocas. O dinheiro é uma energia, portanto, este deve também fluir. Porém, não somente e aí entram as trocas espirituais.  Como vou prosperar se não reconheço meus erros e acertos, me perdoo e sigo novos caminhos? Como prosperar sem enxergar meu semelhante? O merecimento vem de nossa evolução interna, que resulta na estima e responsabilidade. E ser responsável é compreender o real valor das trocas. Se quisermos alcançar um objetivo, o que devemos “pagar” por ele? Em uma profissão existe a clássica receita das noites em claro estudando, economia, investimento em livros, tempo, tempo, tempo.... Na espiritualidade não é diferente.

Nada é gratuito, nem mesmo a caridade. Ela é também uma energia de troca e um investimento. De quem pratica ou recebe. Não para garantir uma vaga nas camadas superiores, não pelo egoísmo ou vaidade, mas para nos autoconhecermos, conhecermos o outro e, indubitavelmente, recebermos sim algo em troca: a humildade, a gratidão e o amor.  Tarefa difícil, pois viemos a este plano resgatar resumidamente essas três virtudes.

Da troca, o retorno, o novo conhecimento! Por isso, não só livros e cursos tem um custo justificável. Uma palavra custa muito. Escolher para quem a damos e ouvir com resiliência a quem nos dá exige a consciência e o merecimento. São caminhos para o equilíbrio. Preste atenção nas suas trocas, ou na falta delas, e pese em sua balança interior se elas valem a pena. Para os sábios ciganos, para os alquimistas e até nas leis do karma hindu, tudo demanda troca, mudança e empenho.

Permita-se receber e esforce-se em doar. Honre o recebido e passe-o para frente. Sem dúvida, nos mais improváveis caminhos, a prosperidade dos dois planos irá de encontro à sua vida.