As diversas possibilidades e os problemas que se apresentam o uso computador por professores.

O uso do computador é fundamental para a educação nesse início do século XXI e nos moldes de uma educação inclusiva mais ainda pragmática que estamos vivenciando. Porém há certos problemas inquestionáveis na questão estrutural.
As escolas de certa forma recebem recursos provenientes de várias fontes para se equiparem e conduzirem o processo de utilização de computadores com o mínimo de dignidade. Porém dentro de uma esfera gigantesca de problemas temos alguns que estão sempre atrapalhando o processo de construção do ambiente necessário ao aprendizado dos alunos. Acredito que se fizermos uma escala teremos o problema da chamada licitação, “A lei 8666/93 é uma lei federal brasileira, sancionada em 21 de junho de 1993. Esta lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. A lei 10.520, de 2002, institui o pregão no ordenamento jurídico brasileiro, para aquisição de bens e serviços comuns”. Como não vamos falar de leis aqui, esclareço que em minha experiência quando estive na direção escolar é a de um professor que jogado ao sistema tem que comprar produtos, verificar prazos, comprar os mais baratos, utilizar de sistemas e conveniências do Estado e assumir riscos inclusos nesses processos, o que torna a compra de computadores um martírio, visto que o processo objetiva-se a comprar o mais barato, o mais comum e menos interessante, um sistema operacional ao qual os alunos não tem conhecimento e muito menos interesse, enfim, diversos problemas que tornam o computador comprado pela escola na gestão de um dos seus diretores, uma ferramenta atrasada e de presteza questionável.
Entre outros problemas, estão as estruturas, normalmente antigas, ornadas como patrimônio público, com falta de espaços em seus prédios para salas que não tem a função de “sala de aula”. O espaço se existir se restringe a pequeno ou inviável, muitas vezes sem cortina, sem ambientação que torne agradável a utilização. Temos carência de recursos por vezes para comprar equipamentos de manutenção, um computador e a estrutura que o envolve é condicionado a espaços repletos de problemas.
A falta de capacitação e de tempo para se capacitar do professor, que assume vários compromissos profissionais para dignificar seu salário, reduz a possibilidade do acerto e do sucesso de programas como o proinfo.
Se somarmos todos esses problemas iniciais ao excesso de burocracia, a demanda de turmas, muitas vezes uma escola com quinze, dezesseis ou mais turmas possui uma sala com vinte computadores que naquele momento funcionam sete ou oito.
Concluindo as barreiras estruturais e burocráticas conduzem qualquer projeto de computador na sala de aula a um risco de fracasso.
Claro que o professor tem que trabalhar com as ferramentas que tem e sempre improvisar o necessário para o bom aprendizado.
Se hora ou outra a sala funcionar, mesmo que com pouca eficiência terá sim, funcionários e professores que a utilizem com o mínimo de dignidade, com o mínimo de fluidez.
As razões para isso não faltam, as aulas se dinamizam, os processos de aprendizagem se tornam mais dinâmicos e o aluno mais atraído por eles. Mas temos que verificar os problemas aqui citados no início, que são muitos. Estamos tendo a oportunidade aqui nesse curso de contar nossas histórias e fundamentar a verdade quanto ao uso do computador na sala de aula, portanto todo texto com essa possibilidade é fundamental para darmos luz ao que verdadeiramente acontece.
Nas escolas em que trabalho e nas que conheço, existem pouco mais de 20 computadores, porém em todas elas, a maioria tem problemas de funcionamento e manutenção, pois quem faz a manutenção é a Superintendência de Educação Regional, que necessita de um pedido feito pelo diretor que possui dezenas de outras atribuições. Também por conta da demanda que é excessiva, o serviço de manutenção demora a acontecer, muitas vezes as máquinas estão obsoletas ou com defeitos e outras tantas vezes o sistema operacional é uma barreira intransponível, tanto por parte dos professores que na prática pouco ou nada utilizam sistemas operacionais diferentes do Windows, ou porque os alunos também se quer conhecem e possuem capacitação para executar programas básicos relativos aos sistemas diferentes do padrão.
Há diversas maneiras para utilizar o computador em sala de aula, se o ambiente estiver com o mínimo de funcionamento, podemos conduzir os alunos e aguçar a curiosidade deles através de ferramentas que permitirão o acesso irrestrito a informação e o aprofundamento dos estudos de forma mais prazerosa. Utilizando o computador como ferramenta de busca para direcionar e focar algo de nosso interesse, podemos assim estruturar e ordenar melhor o objetivo do estudo, compreendendo melhor conceitos e enriquecendo textos com vídeos, páginas de aperfeiçoamento e imagens que ilustram a compreensão a um assunto de interesse naquele momento. Essas ferramentas de busca são prerrogativas usadas para diversos objetivos e o aluno que está familiarizado com elas não terá dificuldade para entender seus objetivos. Em raros casos temos que levar alguns alunos que não possuem hábito na utilização de um sistema de busca a compreensão da função da ferramenta o que permitirá a ele o acesso a imagens, vídeos, jogos, e uma série de atrações para aperfeiçoar e construir seus conhecimentos da forma mais diversificada possível.
Os diversos sistemas que operam através da internet possibilitam uma diversidade incrível na educação de qualquer indivíduo, na reestruturação da educação como um todo, na complementação de conteúdos, na reordenação dos mesmos, na busca incansável de ferramentas que possam facilitar o ensino e na pertinência monumental da cultura digital nos dias de hoje. Como as atividades do dia a dia são interpostas através do uso da internet, desde o lançamento do Imposto de Renda até a busca pelo resultado do ENEM, o cidadão comum se vê obrigado a utilizar a internet e as diversas faces da web na compreensão e adequação a uma realidade digital vigente. Segundo Hugo Von Hofmannsthal, "O processo de formação é tanto mais feliz quanto mais as suas diversas fases assumirem o carácter de acontecimentos vividos." Podemos nos preceder do cotidiano e da cultura vigente como prerrogativas na formação, haja vista, o papel fundamental do professor que é de formar cidadãos preparados para o convívio com outros e portanto estando assim preparados para a utilização objetos pertinentes para esse resultado. Existem alunos que utilizam a web sem qualquer problema, porém sem a devida orientação a capacidade deles não é plenamente utilizada e alunos que estão ainda caminhando para um aprendizado da web, portanto de todas as maneiras e para todos os perfis, somos necessários.
Os recursos de sistemas de busca, utilizações de jogos, visitas a blogs e páginas wikis, devem ser apresentados para aqueles que não as conhece ou conhece pouco e percebido de forma eficiente por aqueles que já as conhece e as utiliza. Portanto na condução das ferramentas da internet, temos que possibilitar avanços para os alunos de forma estrutural e conduzida didaticamente, com enfoque voltado para a formação do indivíduo, no aperfeiçoamento do caráter humano e na realização de tarefas mais interativas.

KUHN,Thomas. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo:
Perspectiva,1962.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado,1998.