As belezas do meu Sertão brasileiro
Publicado em 24 de março de 2018 por Jose Wilamy Carneiro Vasconcelos
José Wilamy Carneiro Vasconcelos
A Caatinga é nosso habitat
Conhecida como mata branca
Características do bioma
No sertão: A asa branca
Envolve o nosso celeiro
P’ro povo no ano inteiro
O cerrado vira savana.
Ao encontrar o nordestino bate feliz
Com alma a levitar
Seus cantos percorrem lajeiros
O velho se deleitar
Percorrendo a paisagem esbranquiçada
Com sua vista embaraçada
Pra mode abençoar.
Agreste e sertão é nossa vegetação
Rico em rocha cristalina
D’um povo de bom coração.
Na Bahia: Chapada Diamantina
No Piauí: Cerra da Capivara
Tem Mata Atlântica e Zona da Mata
No verão vira área degradada.
O cerradão com árvores imensas
Grande é sua formação
Contribui com parte na vida
Nesse bioma fenomenal
Riqueza não tem igual
A Catanduva querida
Seu relevo é uma riqueza
Assim encontra no Ceará
A Chapada do Araripe
O indígena esteve lá
Rico sítio paleontológico
Virou fato femonológico
Deixou sua marca a comprovar
Um geoparque surgiu
Abriga uma floresta nacional,
Entre Piauí, Pernambuco e Ceará,
Área de Proteção Ambiental.
Marcas de nosso antepassado
De um povo arregaçado
Que habitou por cá.
No oeste potiguar
Encontramos Mossoró,
Município de maior área
Em Pernambuco tem Cabrobó
Terra de povo mestiçara
No Ceará: O índio Tabajara
Nos campos onde mora o mocó
Quando caem as primeiras chuvas
Aparece o afloramento!
O pau branco tem cheiro,
O mandacaru solta rosa vermelha
A seriguela se assemelha
O umbuzeiro no firmamento.
Os pássaros saem em revoada:
O canário da terra em sintonia
O laço de fita enamora
O sabiá segue a ventania
O caboclinho do serão
Aparece o corrupião
O gavião rumo à ventania
Carneiros berrando na porteira
O galo canta à madrugada
Os marrecos e aguapé na lagoa
O jumento com caneca e cangalha
O bem-te-vi no olho da oiticica
O bando de capotes em tititi cá
O boi no curral com sua galha
Na cozinha tem guloseima
Cuscuz quentinho no prato
Leite mugido no copo
Ovos fritos no trato
Bolo de milho pronto
Café coado no pano
Tapioca e queijo coalho.
Assim conto em prosa
As belezas do meu sertão
Região de cá do Nordeste
Desse imenso Brasilzão
Tem serra e sertão
Ecossistema rico e destemido
D’um povo esquecido
No país da corrupção.
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José Wilamy é professor, escritor, poeta, cordelista, pesquisador, memorialista e historiador. Formado em Direito e especialista em Meio Ambiente pela Universidade Estadual Vale do Acaraú no Ceará.