José Wilamy Carneiro Vasconcelos

 

A Caatinga é nosso habitat

Conhecida como mata branca

Características do bioma

No sertão: A asa branca

Envolve o nosso celeiro

P’ro povo no ano inteiro

O cerrado vira savana.

 

 

Ao encontrar o nordestino bate feliz

Com alma a levitar

Seus cantos percorrem lajeiros

O velho se deleitar

Percorrendo a paisagem esbranquiçada

Com sua vista embaraçada

Pra mode abençoar.

 

 

Agreste e sertão é nossa vegetação

Rico em rocha cristalina

D’um povo de bom coração.

Na Bahia: Chapada Diamantina

No Piauí: Cerra da Capivara

Tem Mata Atlântica e Zona da Mata

No verão vira área degradada.

 

 

O cerradão com árvores imensas

Grande é sua formação

Contribui com parte na vida

Nesse bioma fenomenal

Riqueza não tem igual

A Catanduva querida

 

 

Seu relevo é uma riqueza

Assim encontra no Ceará

A Chapada do Araripe

O indígena esteve lá

Rico sítio paleontológico

Virou fato femonológico

Deixou sua marca a comprovar

 

 

Um geoparque surgiu

Abriga uma floresta nacional,

Entre Piauí, Pernambuco e Ceará,

Área de Proteção Ambiental.

Marcas de nosso antepassado

De um povo arregaçado

Que habitou por cá.

 

 

No oeste potiguar

Encontramos Mossoró,

Município de maior área

Em Pernambuco tem Cabrobó

Terra de povo mestiçara

No Ceará: O índio Tabajara

Nos campos onde mora o mocó

 

 

Quando caem as primeiras chuvas

Aparece o afloramento!

O pau branco tem cheiro,

O mandacaru solta rosa vermelha

A seriguela se assemelha

O umbuzeiro no firmamento.

 

 

Os pássaros saem em revoada:

O canário da terra em sintonia

O laço de fita enamora

O sabiá segue a ventania

O caboclinho do serão

Aparece o corrupião

O gavião rumo à ventania

 

 

Carneiros berrando na porteira

O galo canta à madrugada

Os marrecos e aguapé na lagoa

O jumento com caneca e cangalha

O bem-te-vi no olho da oiticica

O bando de capotes em tititi cá

O boi  no curral com sua galha

 

 

Na cozinha tem guloseima

Cuscuz quentinho no prato

Leite mugido no copo

Ovos fritos no trato

Bolo de milho pronto

Café coado no pano

Tapioca e queijo coalho.

 

 

Assim conto em prosa

As belezas do meu sertão

Região de cá do Nordeste

Desse imenso Brasilzão

Tem serra e sertão

Ecossistema rico e destemido

D’um povo esquecido

No país da corrupção.  

 

 

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José Wilamy é professor, escritor, poeta, cordelista, pesquisador, memorialista e historiador. Formado em Direito e especialista em Meio Ambiente pela Universidade Estadual Vale do Acaraú no Ceará.