Artigo: O prêmio Nobel da Paz para o dissidente e preso político chinês Liu Xiaobo

Roberto Ramalho é Advogado, Jornalista, Relações Públicas e estudiosos de assuntos políticos e jurídicos.

O ativista chinês Liu Xiaobo é o vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2010, conforme anunciado em Oslo, na Noruega, nesta sexta-feira (8).

De acordo com a Enciclopédia Wikipédia Liu Xiaobo é "um intelectual e ativista pelos direitos humanos e por reformas na República Popular da China. Ele também preside a filial chinesa do clube internacional de escritores PEN, desde 2003. Em 8 de dezembro de 2008, foi detido em resposta à sua participação na assinatura da Carta 08, sendo formalmente preso em 23 de junho de 2009 sob suspeita de "incitar à subversão contra o poder do Estado". Foi acusado pelos mesmos motivos em 23 de dezembro de 2009, e condenado a 11 anos de prisão em 25 de dezembro".

Liu Xiaobo está preso na China desde 2008 quando assinou um manifesto contra a ausência de democracia na China e por ter participado de manifesto em defesa da livre expressão e eleições multipartidárias na China sendo acusado de subversão pelo governo chinês.

A notícia da entrega nesta sexta-feira, dia 08 de outubro do Prêmio Nobel da Paz ao dissidente chinês Liu Xiaobo rodou o mundo, mas, como era esperado, foi censurada nos países que apóiam o Regime Chinês e seu próprio país.

Líder nos protestos de Tiananmen, o ativista dissidente do regime de Pequim tem 54 anos e está preso pela terceira vez.

Segundo a Acedemia Sueca, Liu Xiaobo foi um porta-voz em favor da aplicação dos direitos fundamentais na China.

A China já reagiu, dizendo que a atribuição do prêmio a um criminoso é uma violação de princípios.

Segundo a Enciclopédia Wikipédia essas são as principais penalidades impostas até agora ao professor, ativista político e dissidente chinês:

Periodo de detenção Causa Resultado

Junho de 1989 a janeiro de 1991 - Acusado de divulgar mensagens incitando comportamento contrarrevolucionário.

Preso numa das prisões de segurança máxima mais conhecidas da China, a Prisão de Qincheng, Liu foi solto após assinar uma "carta de arrependimento".

Maio de 1995 a janeiro de 1996 - Acusado de envolvimento em movimentos pela democracia e direitos humanos, e de declarar publicamente a necessidade de correção dos erros do governo. Solto depois de cumprir a pena de seis meses.

Outubro de 1996 a outubro de 1999 - Acusado de perturbar a ordem social. Preso num campo de trabalhos forçados e reeducação por três anos. Nesse período, Liu Xiaobo casou-se com Liu Xia.

Dezembro de 2009 a 2020 - Acusado de divulgar uma mensagem de subversão do país e da autoridade. Condenado a 11 anos de prisão e destituído dos direitos políticos por dois anos.

A escolha do ativista que luta à favor da democracia e liberdade de expressão na China já está causando um embate diplomático entre Noruega e o país.

O ativista Liu Xiaobo, ex-professor de literatura que passou os últimos 20 anos entrando e saindo de prisões na China causou indignação ao governo chinês que declarou que a escolha de Liu "viola" a integridade do Prêmio Nobel da Paz.

A esposa do dissidente Liu Xiaobo, o recém nomeado prêmio Nobel da Paz, pediu hoje à comunidade internacional que aproveite esta oportunidade para pedir ao governo chinês a libertação de seu marido.

Em Nova Dheli na Índia onde está exilado outro ganhador do prêmio Nobel da Paz o Dalai Lama, chefe espiritual dos tibetanos, felicitou nesta sexta-feira (8/10) o dissidente chinês preso Liu Xiaobo por sua luta em favor da democracia e dos direitos humanos na China.

Até o presente momento nenhum país importante que mantém relações diplomáticas e comerciais com a China tinha feito um comentário elogioso a concessão do prêmio Nobel da paz a o dissidente chinês Liu Xiaobo.

Para quem não sabe o governo comunista chinês não respeita a liberdade de expressão nem tampouco os direitos humanos, não existindo outros partidos políticos no país, somente o Partido Comunista que detém todo o poder.

E o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu nesta sexta-feira que a China liberte o mais rápido possível o ativista de direitos humanos e dissidente Lu Xiaobo, ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 2010.

Da mesma forma pediu a União Européia que deseja ver o dissidente Chinês ser libertado e receber diretamente da organização que premia os nobels o seu Prêmio Nobel da Paz.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou nesta sexta-feira dia 08 que a concessão do Prêmio Nobel da Paz 2010 ao dissidente chinês Liu Xiaobo é um reconhecimento da existência de "um consenso internacional" sobre a defesa dos direitos humanos.

Até o fechamento desse artigo o preso político chinês Lu Xiaobo ainda não tinha conhecimento de que tinha há sido laureado com o Prêmio Nobel da Paz.