Artigo - Dia Mundial do Meio Ambiente. Nada a comemorar. Só destruição! Roberto Ramalho é jornalista, advogado e ex-procurador do município de Maceió. Roberta Acioli é Advogada.


Comemorado entusiasticamente no mundo todos os anos no dia 05 de Junho e coordenado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o Dia Mundial do Meio Ambiente é sem nenhuma dúvida a maior celebração global em torno de ações ambientais que visam ao equilíbrio e ao respeito ao meio ambiente. 


A data comemorativa surgiu há 48 anos, depois que a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, realizada em 1972 em Estocolmo (Suécia). Nesse evento de grande repercussão mundial para a época, a Organização das Nações Unidas estabeleceu uma Declaração sobre o Ambiente Humano, com 26 princípios, e um Plano de Ações que deveriam orientar as atitudes humanas, as atividades econômicas e as políticas de forma a garantir maior proteção ambiental.


O principal objetivo desse dia comemorativo é chamar a de chamar a atenção de povos, países e da mídia para a importância da preservação ambiental.


O Dia Mundial do Meio Ambiente foi estabelecido pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 1972 marcando a abertura da Conferência de Estocolmo sobre Ambiente Humano.


Os principais objetivos das comemorações são:


1. Mostrar o lado humano das questões ambientais (embora o lado desumano seja uma prática cotidiana); 


2. Capacitar as pessoas a se tornarem agentes ativos do desenvolvimento sustentável (embora, infelizmente, estejam devastando as Florestas no mundo inteiro); 


3. Promover a compreensão de que é fundamental que comunidades e indivíduos mudem atitudes em relação ao uso dos recursos e das questões ambientais (embora pessoas sejam cooptadas para a prática de crimes contra o meio ambiente); 


4. Advogar parcerias para garantir que todas as nações e povos desfrutem um futuro mais seguro e mais próspero (embora existam escritórios de advocacia no mundo todo ajudando empresas e pessoas a devastarem o meio ambiente).


Segundo a ONG WWF-Brasil num momento em que a Natureza se apresenta especialmente inquieta, com manifestações causadas ou não pelo Homem, mas que cobram um preço alto em vidas, tais como furacões e tufões devastadores, enchentes cada vez mais devastadoras, deslizamentos letais, invernos glaciais, chegamos ao Dia Mundial do Meio Ambiente chamando não somente à reflexão, mas, principalmente, à ação de todos em defesa da vida.


É preciso salientar que atitudes individuais e coletivas, como o consumo consciente no dia a dia e a exigência, pela população, do cumprimento das leis por órgãos governamentais em todos os níveis são fundamentais, sobretudo para a nossa própria existência.


Faz-se necessário que a sociedade civil organizada, em especial às ONGS sócio-ambientalistas como o próprio WWF-Brasil, de conceber e aplicar soluções, realizar campanhas, mobilizar e facilitar o engajamento de indivíduos, governos e iniciativa privada num esforço conjunto para o bem comum das gerações de agora e do futuro.


Para ter um meio ambiente melhor todos devem:


- Dar preferência a geladeiras e aparelhos de ar condicionado que utilizam gases inofensivos (isso já está acontecendo já há algum tempo; 


- Evitar embalagens de isopor, as quais utilizam CFCs em sua fabricação (também já estão abolindo seu uso); 


- Preferir extintores de incêndio sem halons (isso também já está sendo feito); 


- Caso tenha um extintor de halons, evite descargas desnecessárias e certifique-se que não há vazamentos; 


- Plantar árvores (ainda uma prática pouco comum); 


- Procurar sempre utilizar material reciclado (houve um pequeno avanço); 


- Use transportes coletivos ou bicicletas (também houve um pequeno avanço). 


Em todo o território nacional aconteceriam Congressos, palestras, exposição fotográfica, lançamento de livros, oficinas, minicursos e apresentações artísticas pelas Secretarias Estaduais e Municipais de Meio Ambiente e pelos órgãos ambientais, porém, devido à pandemia pelo Covid-19 isso não acontecerá. Apenas matérias jornalísticas serão veiculadas, artigos serão publicados e alguns painéis por videoconferência acontecerão.


O Dia Mundial do Meio Ambiente é muito importante para estabelecer a atuação de uma agenda ambiental, com ações e resultados em todo o mundo.


O acordo feito entre países europeus, asiáticos, latino-americanos, africanos, e, sobretudo, pelas grandes potencias poluidoras, denominado de “Acordo do Clima”, foi muito importante para a humanidade.


Porém, ao se negar assinar o documento, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decretou e apoiou novamente o uso de recursos que já foram abandonados por dezenas de países que é o carvão, um dos maiores meios poluidores do globo terrestre.


Acordo de Paris é um tratado no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC - sigla em inglês), que rege medidas de redução de emissão dióxido de carbono a partir de 2020, o que, infelizmente não vem acontecendo.


Com o surgimento do covid-19, um vírus potencialmente mortal, a OMS decretou a necessidade dos governos adotarem como política o isolamento social.


Mesmo assim, muitos governos não adotaram e o que se vê são centenas de milhares de mortes no mundo inteiro, sobretudo nos Estados Unidos, Brasil, Reino Unido, Itália, Espanha, Rússia, Irã e China.


E aproveitando a oportunidade o governo Bolsonaro adotou uma política de devastação do meio ambiente, sobretudo da Floresta Amazônica e da Mata Atlântica, comandada pelo ministro do “Meio Ambiente”, Ricardo Salles, o maior incentivador da destruição, tendo falado numa reunião no Palácio do Planalto e amplamente divulgada após liberação pelo ministro Celso de Mello o seguinte: “o governo deveria aproveitar a atenção da imprensa na pandemia do novo coronavírus para aprovar "reformas infralegais de desregulamentação e simplificação" na área do meio ambiente e "ir passando a boiada".


 


E completou: "Tudo que a gente faz é pau no Judiciário, no dia seguinte. Então pra isso precisa ter um esforço nosso aqui enquanto estamos nesse momento de tranquilidade no aspecto de cobertura de imprensa, porque só fala de COVID-19 e ir passando a boiada e mudando todo o regramento e simplificando normas", disse o ministro naquela oportunidade.


O governo Bolsonaro incentiva invasões de terras, sobretudo dos indígenas, para a prática ilegal de garimpo, e a destruição da Floresta Amazônica, mesmo sendo aquela parte de terra que pertence ao proprietário rural, mas que está protegida pela legislação, não podendo ser devastada.


E assim vamos caminhando para um mundo cada vez pior. A devastação da Floresta Amazônica representa uma mudança climática abrupta, que deverá gerar na potencialização de furacões na Região das Américas, de tufões, na Região da Ásia e Oceania, da parte da África, no aumento do nível do mar pelo derretimento das geleiras localizadas nos pólos Sul e Norte, e na seca de muitas regiões do globo.


Enfim, nós, os autores desse artigo, pai e filha, não sabemos que futuro ainda nos aguarda.


Nesse dia 05 de junho, infelizmente, não há nada a comemorar!


Entidades, órgãos e doenças citados nesse artigo:


Assembléia Geral das Nações Unidas

ONG WWF-Brasil;

Ministério do Meio Ambiente;

Covid-19.