ARROJO...

 

Brava gente,

Acreana, brasileira, hospitaleira.

Hóspedes habitando hotéis em formato de Coração, de Amazônia.

Gente com sapatos de seringa, cultivando sonhos, semeando florestas...

Seringais, casas de esteios altos, de duas águas, avarandadas,

Potes d’água, canecos de lata de leite condensado, com beiço batido, bem areados com sabão e palha de milho, enfileirados nos cabides.

Plantações, vertentes, criações no terreiro,

Fogão de lenha, tachos, gamelas, caçarolas,

Paneiros, arroz descascado no pilão, café torrado no caco.

Rios, remansos, corredeiras, arrojos nos sangradouros de lagos e igarapés,

E bancos rústicos, quase sexagenários, enraizados à beira do barranco, de frente para o rio, como grandes janelas...

Lembranças de vida, de morte, de sonhos, de esperança!

De renovo. De calmaria...

Hora de ladear-se de idosos, de crianças,

Entrelaçar sonhos, ouvir cantos, misturar sorrisos.

Hora de amar, sonhar, brincar de livros, viajar...

Invejar histórias... Reinventá-las!

Hora de incendiar a Fé, Atiçar Ousadias, Avivar Esperanças.

Hora de cumprimentos, de paparicos, de abraços mil,

De crença em um novo porvir!

Tão Acre, tão meu,

Tão nosso!

Caso não mais esteja, digam que morri de amor!