No gélido espaço uma nave paira entre um planeta vermelho-escuro e seu satélite amarelo esbranquiçado, seu formato era como um ovo que fora esmagado e uma de duas pontas fosse cortado por uma parábola a um quinto de seu tamanho, sua cor era de um laranja metálico que refletia a luz vindo da lua uma vez que o sol estava encoberto pelo planeta. A nave tinha um comprimento de 180 metros, sua largura atingia 70 metros e com uma espessura de 30 metros, não era uma nave grande, principalmente se comparada com as naves de carga que atingiam 1200 metros de comprimento, mas muito grande para sua tripulação que consistiam em somente dois ocupantes.
A sala de comando era repleta de telas, e muitos painéis, havia também duas cadeiras, cor de marfim e acolchoadas, mas o que mais chamava a atenção era uma grande tela que estava a frente das duas cadeiras, abaixo desta tela havia um painel, no meio deste painel uma luz laranja começa a piscar com intervalos de dois segundos junto com essa luz um ruído parecido com o barulho que uma cigarra produz só que mais agudo.
Numa sala com uma mesa oval de pouco mais de um metro e meio, os dois tripulantes daquela nave, comem um fruto que provavelmente tiraram da travessa que estava com muitos frutos coloridos postada no centro da mesa.
Um deles possuía um metro e oitenta de altura, era humanóide, seus olhos eram todo azul com um ponto negro de um centímetro, um pouco acima de suas sobrancelhas havia uma protuberância de pouco mais de um centímetro que ia de uma fonte a outra seu cabelo nigérrimo formava um grande contraste com sua pele que era de um laranja intenso, sua boca era delicada e dentro dela tinha muitos dentes pequenos, o dobro de um ser humano a cor de seus lábios era de um vermelho agudo, seu nariz grande e largo, possuía duas grandes narinas; seu companheiro possuía um metro e setenta, e por ser de mesma espécie possuía as mesmas características, exceto os olhos que onde havia um ponto negro, neste o ponto era marrom.
Um comia um fruto roxo com o formato de uma pêra, o outro comia o que parecia ser um cacho de uva só que os frutos eram amarelos.
Eles escutam o som, o mais alto faz uma careta e fala para Burlack.
- È impressão minha ou esse alarme não gosta que eu coma em paz?
Burlack balança a cabeça e abre um sorriso que parece ser imenso pela quantidade de pequeninos dentes que possui.
- Eu tenho que concordar com você, é a quinta vez que ele interrompe sua refeição.
Ele fala isso para Nairun, enquanto ambos com um movimento rápido pegam um tipo de guardanapo e esfregam com vigor em suas bocas, o movimento foi tão sincronizado que parecia ter sido ensaiado pelos dois seres. Nairun indo em direção a porta e fala.
- Computador desligue esse barulho.
Os dois andam rápido por um corredor com muitas portas de varias cores, Nairun que estava na frente fala virando levemente a cabeça.
- Espero que seja alguma coisa importante. Computador origem da mensagem.
Uma voz feminina melodiosa responde.
- A mensagem vem do cargueiro Arastar 4, localizado no setor pef 43 g 12 lgp 67.
Burlack faz uma cara pensativa franzindo um pouco a protuberância na sua testa, e fala.
- Huuumm que interessante, essas coordenadas ficam na periferia da zona mapeada.
Nairun, que aperta mais o passo ao ouvir as coordenadas fala ao computador.
- Computador ativar tela principal abrir comunicações.
Ele da essas ordens ao computador ao mesmo tempo que chega no final do corredor onde uma porta vermelha de duas águas se abre, ele e Burlack se sentam em duas cadeiras acolchoadas que ficam em frente ao painel principal onde a luz laranja piscava. Nesse ínterim o computador fala.
- Tela ativada comunicações abertas.
Ao escutar isso os dois extraterrestres vêem na tela uma cabeça verde escura calva com três olhos azulados com três pontos pretos dispostos triangular mente dois braços com três articulações com um diâmetro de 16 cm terminando numa mão grossa com uns 20 cm, e com 6 dedos. Os olhos acompanham os dois se acomodarem.
Nairun olha a tela por alguns instantes, e fala com a voz mais seria que consegue.
- Sou Nairun comandante da nave de pesquisa Vaslante 2, em que posso ajudá-lo.
Ao terminar a frase ele observa na tela aquela cabeça, que repentinamente, do nada aparece uma grande boca com poucos mas grandes dentes, a boca faz movimentos amplos como estivesse bocejando e ao mesmo tempo tentasse mastigar alguma coisa, quase sincronizado com esses movimentos uma vos levemente mecânica se faz ouvir. Essa leve demora na sincronização era devido ao tradutor, que em todas as naves traduzia automaticamente as mensagens.
- Comandante Nairum, sou o comandante Trighty, estamos fazendo um transporte entre Torpct e Restbor e interceptamos uma mensagem vinda de uma área não mapeada na borda da galáxia, a mensagem é muito antiga, e de uma área que se pensava ser inabitada por vida inteligente.
A grande boca se fecha depois de falar a frase e os olhos se fixam em Nairun, acima dos três olhos e logo abaixo dos olhos que ficam mais abaixo do olho central, onde terminava aquela bocarra uma parte daquela pele verde se enruga. Nairun franze a testa, e fica alguns segundos estático, e repentinamente começa a falar rapidamente.
- Comandante Trighty, agradeço a informação, mas ela seria mais bem vinda se fossemos uma nave de exploração com uma tripulação preparada para uma avaliação de "primeiro contato".( Sempre que era descoberta uma nova espécie e era estabelecida comunicação com a mesma, este procedimento se chamava primeiro contato).
Ao terminar a frase ele vê na tela, aquela boca se abrir de um modo estranho, que avaliou como sendo um sorriso, e logo após começou a falar.
- Concordo plenamente comandante, mas estamos equipados com o novo sensor RGTB, e descobrimos a origem do sinal.
Ele faz uma pausa; Nairun faz menção que iria falar, mas ele vê seu interlocutor levantar um de seus braços com dois cotovelos, num movimento que por muitas espécies quer dizer espere. E continua a falar.
- O sinal vem de um planeta, que descobrimos com o nosso sensor RGTB.
E faz uma pausa. Burlack num movimento muito rápido aperta um botão que serve para as comunicações ficarem mudas um instante e fala bem rapidinho.
- Ele ta querendo vender o sensor poxa.
Nairum ameaça um sorriso, mas o contém, pois esta conversando serio com outro comandante. Como o outro comandante para de falar ele faz um movimento com as mãos querendo dizer, sim e ai. Como o outro ser parece que não entendeu o movimento ele fala.
- Sim e então.
O seu interlocutor parecia estar se divertindo com a situação, pois abriu a boca naquilo que parecia um sorriso, e continua a falar.
-Então aquele planeta e desabitado, o nosso sensor RGTB, que e capaz de detectar vida mesmo a essa distancia não captou vida alguma.
Ele fica olhando para os dois, no que poderia ser descrito como orgulho. Burlack que não estava gostando da propaganda do sensor, pois era ele que operava o sensor de sua nave, e era inferior ao RGTB. Fala com um ar de desdém.
- Comandante Trighty, tem certeza que seu sensor esta funcionando corretamente?
Nairun disfarça um sorriso e concentra-se nas feições de seu interlocutor, com curiosidade para saber a reação que ele teria com a pergunta de seu colega.
- Mas e claro que esta funcionando corretamente é um RGTB o melhor sensor que existe.
Ele fala com um tom de indignação como se fosse impossível o sensor falhar. Suas rugas abaixo de seus olhos desaparecem e a de sua testa se torna mais proeminente.
Nairun que estava muito curioso com a informação fala num tom muito serio.
- Comandante essa informação realmente nos interessa muito. Poderia nos ceder a mensagem e a localização deste planeta.
A ruga da sua testa diminui e as outras abaixo de seus olhos aumentam, a boca se abre bem levemente, mas seu peito se infla bastante, Nairun percebe que ele ficou com muita satisfação com o seu interesse.
Ele volta a falar.
- Bem; se não fosse por nosso sensor não teríamos esta informação, por isso não acho justo ceder as coordenadas e a mensagem de graça.
Nairun respira profundamente, e pensa consigo mesmo, esse deve ser um daqueles seres que adoram um bom lucro.
- Então qual e seu preço por essas informações.
As rugas desaparecem de seu rosto verde e fala como se tivesse sido ofendido.
- Vamos fazer o seguinte, vocês falam para seus colegas que essas informações só foram conseguidas por causa do sensor RGTB, e se quiserem adquirir um procurem Drudhty na estação espacial em Vladorf, ele é meu Irmão, esta bem assim.
Burlack faz um movimento de anuência com a cabeça; e aperta novamente o botão que interrompe por um instante a mensagem, e fala com surpresa.
- E não era que ele tava vendendo o sensor mesmo!
Nairun balança a cabeça e solta um discreto sorriso, e continua as negociações.
- Estamos de acordo, depois de visitar o planeta em questão vou pessoalmente falar com seu irmão, fala pra ele caprichar no desconto.
O ser verde agora com um reconhecível sorriso fala.
- Vou enviar agora os dados que desejam, não preciso falar pra vocês tomarem cuidado, se trata de uma zona não mapeada.
Burlack comovido com sua aparente preocupação fica serio e responde.
- Obrigado pela sua preocupação, mas tomaremos todas as precauções possíveis.
O ser verde solta barulhos que vagamente lembrava uma risada, depois de alguns segundos soltando aquela algazarra, ele fala.
- Preocupação com vocês? Não estou preocupado com a venda do meu irmão, ate mais, Trighty desligando.
Burlack balbuciando fala.
- Ora aquele aquele "vendedor", esperava um comportamento mais descente de um comandante de nave. Ele não foi com a minha cara não é?
Nairun que parecia se divertir com a zanga de seu colega sorri, e fala.
- Impressão sua, ele nos entregou as coordenadas, e a mensagem, e só que nos temos que fazer é comprar o sensor RGTB.
Burlack balança a cabeça e os braços e fala.
- Ta booom o RGTB é demaaaais.
Ambos começam a gargalhar. Depois de alguns instantes Nairun fala enquanto se levanta vamos analisar a transmissão.
- Vamos lá.
Responde Burlack acompanhando seu colega. Eles vão ate o corredor por onde tinham vindo e entram na segunda porta, que tinha uma cor lilás. A sala tinha 5 por 5 metros, a cor predominante era um azul bem claro, no centro havia um painel com várias telas e muitos botões, foram ate a parede oposta a porta onde havia duas cadeiras acolchoadas, e outro painel com muitos botões, dois teclados e duas telas.
Nossos dois seres laranjas sentam-se nas duas cadeiras e começam a mexer nos teclados, Nairun olha os símbolos e fala, no seu rosto a um aspecto de curiosidade.
- Esta vendo isso, e uma mensagem antiga com um acelerador rielser, essa mensagem viaja só a 10 vezes a velocidade da luz.
Burlack sim e bem antigo e fraco vamos passar pelo tradutor e descobrir o que contém a sinais de vídeos também.
Os dois mexem freneticamente nos botões do painel e no teclado, depois de alguns minutos em silencio Nairun fala.
- Sim parece que conseguimos intensifique só mais um pouco o amplificador de sinais e coloque mais nitidez, isso perfeito tá ótimo.
- Vamos ver a mensagem.
Burlack fala sem esconder sua curiosidade e impaciência. Aperta mais uns botões e ambos recostam-se na cadeira.
A mensagem vinha de um planeta muito bonito com a maior parte de sua superfície recoberta de água, mostrava muitos animais e uma flora riquíssima, a mensagem também mostrava muitas construções, e terminava pedindo ajuda, alguma coisa tinha acontecido, uma coisa muito grave, pois o comandante Trighty havia falado que o planeta estava deserto. Na mensagem não se falou que tipo de ajuda se necessitava.
A curiosidade de Nairun e Burlack dava para ser sentida no ar. Ambos ficam pensativos algum tempo, pensando o que poderia ter acontecido naquele adorável planeta que se chamava terra.
Nairun interrompe o silencio sepulcral e fala.
- Vamos ate esse planeta tentar descobrir o que aconteceu.
Burlack responde o que Nairun já calculava seria sua resposta.
- Ta brincando teria que me jogar num buraco-negro para impedir de ir a esse planeta.
Os dois pareciam duas crianças com brinquedos novos Nairun falou que ia mandar uma mensagem criptografada para o comando avisando para onde iriam, Burlack foi colocar as coordenadas da localização do planeta no computador e programar a rota para viajar com velocidade hiperluz. A viajem demoraria um mês mesmo viajando a velocidade máxima.

Fim da primeira parte.