Aristóteles.

384-322 antes da era cristã.

Nasceu em Estagira na Grécia, sempre teve ligações com a nobreza da Macedônia, seu pai era médico do rei Felipe e Aristóteles foi quem educou culturalmente o seu filho Alexandre.

Estudou na academia de Platão durante vintes anos, com a morte do seu grande mestre, Aristóteles imaginou ser ele o novo mestre da acadêmica, mas foi preterido, não sendo o escolhido.

 Talvez a sua não escolha, esteja ligado pelo fato de Aristóteles não defender a doutrina de Platão como um todo.

 Ele deixou a cidade de Atenas em 343 antes da nossa era, tornou-se preceptor do príncipe Alexandre, filho do rei da Macedônia.  

Do ponto de vista acadêmico Aristóteles foi profundamente influenciado por Platão, mas, no entanto, entende o pensamento do mesmo, como mistificação, sobretudo a ideia de Platão que não se chegaria ao conhecimento por meio dos sentidos.  

O conhecimento de Aristóteles, após o longo caminho da construção do saber, ele parte para valorização do entendimento empírico,  gradativamente  favorecendo as Ciências da natureza.

O saber para Aristóteles, não é uma questão apenas de especulação, como se fosse algo sem interesse político, o saber é prático e liga se a materialidade das coisas concretas.  

Para Platão, por exemplo, a Matemática era naturalmente um paradigma de conhecimento, Aristóteles um filósofo mais complexo, entendia a importância da observação na verificação dos fenômenos naturais. 

Aristóteles critica veemente a Platão ao afirmar que toda forma de conhecimento deve fundamentar se na observação e na experiência, o ponto de partida da Filosofia, como de qualquer Ciência deve ser os sentidos.

Se começarmos o conhecimento pela especulação como sempre fez Platão diz Aristóteles, o saber perde se na mistificação e jamais chegará ao conhecimento empírico.

O que faz uma coisa ser o que ela é exatamente a sua composição física e não a participação ao mundo das ideias.

Como sempre imaginou Platão, ao contrário a importância de entender como determinada coisa se organiza materialmente.

A diferença de uma árvore como exemplo, não poderá estar na constituição da sua forma, isso porque a substância é a mesma coisa em relação sua realidade material.

   O mundo deverá ser entendido pela constituição da substância e não das suas formas, isso porque a última referência diz apenas ao aspecto subjetivo.

A diferença de Platão por pertencer a uma estrutura comum do mundo das ideias, tudo que existe no mundo real é produto da existência de outro mundo.

 Por meio do qual podemos apenas contemplar a realidade, aqui no mundo prático tudo é contemplativo, o verdadeiro mundo é outra realidade.

Para Aristóteles a realidade de um objeto, ele é determinado pela sua função, o que é sua materialidade, para que serve uma coisa que foi criada, a relação da matéria e da substância, forma e finalidade.

 Aristóteles a noção da forma, discorda naturalmente de Platão, pelo fato de não poder dissociar da essência da materialidade de um objeto, tudo na natureza é definido desse modo, forma e substância.

Aristóteles nunca entendeu a essência diferente dos corpos físicos, como era entendido por Platão, existe apenas o mundo real e não o imaginário de Platão.

 A representação o entendimento das coisas, são entendidos pelas próprias coisas e faz parte do único mundo existente, que é o mundo da natureza.

Desse modo a ideia de Platão, como existência de uma alma separada do corpo, que permaneceria após a morte e constituiria a realidade de outro mundo, onde estão todas as coisas que são perfeitas em suas essências.

 Esse conceito para Aristóteles é apenas um delírio de Platão, o único mundo que existe compõe a nossa realidade empírica.

 A alma apenas um conceito aplicado à realidade dos objetos materiais, tudo aqui tem uma alma que é o princípio da vida, mas encera com a realidade material de cada objeto.

 Isso significa que Aristóteles não entendia a possibilidade da transcendência, não seria possível a existência de dois mundos, a realidade se esgotaria no princípio da substância.   

Edjar Dias de Vasconcelos.