AQUECIMENTO AMEAÇA REDUZIR O PIB

Odaci Lima

No Sertão, é praticamente impossível encontrar uma gleba de terra por onde passa um riacho, a não ser nas zonas férteis aí incrustradas. No Ceará, ainda se encontram localidades em serras e pés de serra onde a água jorra pelas grotas, em tempo integral. Mas esta fartura está, agora, ameaçada.
Pesquisadores da Embrapa e da Unicamp trabalham com a premissa de que o aumento da temperatura vai reduzir as áreas de baixo risco para a agricultura em todo o País, principalmente no Nordeste. A Universidade Federal de Minas Gerais e a Fiocruz chegaram a conclusões assemelhadas, anunciando que o aquecimento deve promover uma redução de 11,4% no PIB da região até 2050, como resultado da redução da área cultivável. E concluem que os estados mais afetados serão o Ceará (-79,6% de terra apta), Piauí (-70,1%), Paraíba (-66,6%) e Pernambuco (-64,9%).
Cientistas afirmam que tal aquecimento vai trazer, de imediato, dois resultados: o crescimento das águas dos oceanos, uma consequência do degelo nos polos, e uma diminuição equivalente das águas superficiais dos continentes. No Nordeste do Brasil 70% das águas de superfície vão desaparecer.