Aprendiz de Mistérios
Publicado em 10 de dezembro de 2015 por Wanderson Boareto
Aprendiz de Mistérios
Wanderson Boareto
No mundo antigo as escolas de mistério eram desejadas por todos os jovens idealistas, porém a entrada e iniciação nos mistérios dependia de convite de um mestre, já que a busca por um perfil era necessário devido aos tempos difíceis que o mundo conhecido estava passando. Neste tempo, os oráculos eram consultados e os mestres extremamente respeitados pelo seu alto conhecimento intelectual e moral.
Na ilha de Samos situada a poucos quilômetros da costa asiática, no mar Egeu existia a famosa escola Pitagórica, que tinha por base os ensinamentos de seu fundador, Pitágoras, que adquiriu conhecimento em uma busca por várias partes do mundo como Egito, Grécia e Índia. Com a morte de Pitágoras a escola passou a ser dirigida ou presidida por um mestre que era eleito de dois em dois anos, e tinha o título de Venerável Mestre. Este presidente contava com ajuda administrativa de mais dois mestres que eram escolhidos por ele, e tinham o título de guardiões das luzes do mistério.
Vindo do Egito um homem idealista que tinha o conhecimento como paixão e sua única ambição era a sabedoria com formação em história, filosofia, oratória, retórica e antropologia, foi convidado a se iniciar nos mistérios desta sublime ordem que já existia a alguns séculos. O homem trabalhava como tutor de alguns jovens na Grécia, era especialista em formação humana e intelectual dos rapazes e devido a sua postura moral, tinha grande popularidade com seus alunos.
Confiante na irmandade da escola, e do seu grande mestre teve início, as suas instruções e sua formação como membro ativo da ordem. Devido a sua formação ser diferente dos membros da escola, logo foi rotulado. As outras escolas de mistério que seguia o mesmo princípio de iniciação perceberam a possível contribuição intelectual do homem para engrandecer ainda mais as suas oficinas, e o convidou para dar algumas palestras, mesmo sendo um simples aprendiz. Em uma destas escolas um grande mestre chamado Martan, conheceu o potencial do aprendiz e o convidou para fazer alguns estudos fora da escola.
Este mestre achava que o homem deveria subir nos graus filosóficos, e chegou a comentar com alguns membros de sua escola. Isso foi a ruina deste aprendiz. Seu Venerável Mestre ao ser comunicado ficou extremamente irritado e decidiu acabar com os convites. E fez da pior maneira possível. Mandou recado oficial a todas as escolas proibindo o homem de discutir sobre qualquer tema. Obrigando o a calar. Porém, no silêncio também existe sabedoria e a Deusa Atenas o visitou em sonho e pediu para ele fazer três tarefas: a primeira estudar o dobro que ele já vinha estudando, a segunda de guardar em silencio sobre tudo que vinha aprendendo e a terceira submeter a todas as ordens de seus superiores na escola. Ao receber estas tarefas ele se dirigiu ao Oraculo de Delfos para ter orientação sobre as tarefas e sua conduta.
A Pitonisa o orientou a ser cauteloso e humilde no aprendizado e tudo que ele aprenderia deveria ser ensinado através de sua vida fora da escola e não com palavras e sim com exemplos de sua vida cotidiana. O fim desta história só o tempo revelara.