APRENDER SEM PENSAR, FAZER SEM SENTIR

Por sebastião maciel costa | 16/10/2023 | Educação

Aprender sem pensar, fazer sem sentir

        De modo descontraído e inesperado, um trecho como que extraído de um jornal antigo trazia escrito: “Antigamente, pais analfabetos criaram seus filhos educados. Hoje, pais “formados” criam filhos analfabetos e sem nenhuma educação”. Sem entrar no mérito do recorte, sabe-se que muitas famílias continuam cumprimento do seu papel de gestores e formadores das gerações do porvir. Porém, diante de tantos desencontros de todas as ordens, as famílias estão sendo desafiadas quanto à maneira de criar, formar e educar. Se por um lado proliferam como se brotassem, hábitos e comportamento que estão intimamente ligados aos novos hábitos que passaram ocupar todo o tempo das crianças, adolescentes e jovens: as novas tecnologias e seus “efeitos” digitais que a cada dia afastam as pessoas de si mesmas e das outras.

         Literalmente, pode-se avaliar a força que determinadas palavras exercem sobre as pessoas. Uma dessas palavras que vêm à tona é a palavra PROBLEMA:” Questão ou circunstância cuja resolução é muito difícil; dilema, dificuldade, sufoco, obstáculo. Situação muito complicada de se resolver: problemas ambientais. O que não se consegue lidar nem tratar: problemas psicológicos.”. A palavra problema é um substantivo masculino e pode ser definida como qualquer assunto que precise ser resolvido, necessite explicação ou resultado. Problema é, também, algo que perturba alguém, uma situação muito complicada. Podem existir problemas ambientais, psicológicos, pessoais, profissionais, mentais, familiares, econômicos e muitos mais. Esse termo pode ser substituído por dificuldade, complicação, incômodo, entre outros sinônimos. Na matemática, um problema é uma questão que precisa ser solucionada à base de cálculos. Diante desse quadro voltamos aos problemas que as famílias enfrentam na árdua tarefa de transmitir aos seus filhos, os ensinamentos necessários para uma educação impecável, de acordo com as suas condições. Ora, se as famílias não asseguram esse mérito, as crianças crescerão “descuidados” de comportamentos, atitudes que as mantenham aptas para enfrentarem os PROBLEMAS que precisam ser esclarecidos, sanados, solucionados. 

        Na escola os problemas matemáticos, por exemplo, são responsáveis pelas inúmeras dúvidas presentes entre os alunos. A grande questão é relacionar as informações fornecidas com os símbolos matemáticos, adequados para a solução dos mesmos. O aluno precisa entender a situação, identificando a operação mais adequada para a resolução, e isso depende de uma leitura segura e de um processo interpretativo. Através de exemplos, demonstraremos como realizar essa leitura interpretativa, selecionando as palavras-chave, bem como utilizando as operações adequadas. No Brasil e no mundo, os mais graves problemas ambientais são queimadas, desmatamentos e assoreamento de rios. São comuns também a poluição do solo, da água e da atmosfera. O desmatamento, um dos problemas ambientais mais comuns no nosso planeta e diz respeito à retirada da vegetação de um local.

        Na Educação, os problemas surgem de diversos ângulos com diversas origens e perfis que culminam em transformar o que sempre foi visto como desafio, passe a ser encarado como um entrave que enfrenta sem trégua. Na escola, parece que tudo se afunila como o final de um túnel. Esses recortes materializam por meio de fatos como falta de interesse do estudante, dificuldades no enfrentamento de problemas onde a família e a escola estejam do mesmo lado, registro frequente de atitudes inadequadas ao ambiente de estudos, quando muitas vezes a criança se posiciona entranhando os limites impostos ou orientações dadas reagindo de modo adverso e verbalizando: “nem meus pais me dizem o que devo ou não fazer”, o entendimento de que as tarefas, os deveres, o tempo, o espaço, a disciplina são “castigos” que precisam ser eliminados de sua pauta. No intervalo eles se transformam, pela liberdade que têm para brincar, conversar, se divertir. Estudar é difícil, é maçante, é cansativo, melhor é curtir a vida ao celular, sem limites, sem olhares, sem censura. “Há tanta gente que não estudou e se deu bem na vida!” é o que mostram os fatos.

            Seria, lidar com novas ferramentas educacionais como a Inteligência Artificial, um problema?  Certamente, com a dependência natural, da tecnologia que passa a ser usada, principalmente pelos alunos, em vez de habilidades humanas pode levar ao iminente risco de limitar ou privar os alunos de uma aprendizagem significativa. Sem esquecer que as tecnologias  da inteligência artificial enfrentam problemas com recortes culturais, estruturais e sociais que podem conduzir a todos a um ensino automatizado, mecânico, artificial desprovido de emoções  e habilidades próprias de quem pensa e faz porque acredita no que se propõe e consegue. Nesse enfoque um dos problemas que muito se discute, principalmente quando há condições estruturais de ferramentas digitais são as facilidades do plágio de conteúdos fornecendo respostas com bases em materiais científicos já postos em prática.

        Decorrente da falta de hábito de pensar e sentir, os desafios futuros para a inteligência artificial merecem criteriosa atenção e reflexão profunda. Quanto à ética, à segurança, à regulamentação e o impacto social são questões que se intercalam com o indiscutível potencial transformador dessa tecnologia. Idealizada a partir da criação de máquinas que possam operar com o mesmo nível de capacidade cognitiva que os humanos, ou até superá-lo em alguns casos a Inteligência Artificial emergiu como uma força transformadora em vários setores, revolucionando a forma como as pessoas pensam e agem com fito no tudo dos negócios, das empresas na condução dos negócios. Se não se criam crianças fortes emocional e intelectualmente o futuro da inteligência artificial vai encontrar fácil trânsito, considerando a fragilidade da Inteligência Emocional que conduziu por tantos anos o pensar e o agir de fortes e marcantes gerações.

        Na sala de aula, o aluno ouve, vê, conversa, sente, cria e acumula informações que serão processadas nas verificações de aprendizagem e aplicadas na vida prática. Contudo, as ferramentas inovadoras, como calculadoras, celulares estando ao alcance das mãos, obtêm-se com muito mais facilidade respostas para as questões levantadas. Tais equipamentos funciona, na prática, como um HD externo. “memória permanente do computador que armazena todas as informações que são salvas pelo usuário, para uso em consultas que lhe sejam oportunas. De modo prático e objetivo, o HD de computador tem a finalidade de armazenar localmente arquivos, programas, jogos e outros tipos de conteúdos. Todas as informações gravadas em um HD são lidas ou escritas por meio de um processo magnético. Para o aluno, apto para obter respostas que necessariamente não existem no seu intelecto, gasta-se menos energia e tempo, com respostas automática nem sempre adequadas.

  • Sebastião Maciel Costa
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