Não existe infância sem intermediação do mundo adulto, portanto o adulto deve perceber sua importância como mediador nas descobertas das crianças.
A criança aprende brincando assim como aprende a se comunicar e a expressar seus desejos e vontades.

O profissional que trabalha na educação infantil, antes de tudo deve conhecer bem as fases de desenvolvimento infantil e principalmente o "brincar", pois, a brincadeira é uma linguagem representativa.

Os educadores devem instituir a brincadeira como linguagem imaginária de construção, que para a criança tem sentido e dar condições para elas construírem outros "papéis".

A criança se torna o médico, a mãe, o pai que sai para trabalhar, a boneca se torna o filho, a folha de árvore se transforma em alimento, uma mesa virada de cabeça para baixo se transforma em um barco, enfim, ao manipular os brinquedos, as crianças dão vida e significado aos objetos.

Se ao planejar as atividades, o educador buscou uma intenção na brincadeira, com objetivo de aprendizagem, deve ter primeiro em mente: O que quero que as crianças aprendam brincando?

O profissional tem que ter intencionalidade e objetivo em tudo que faz.
Ao criar um tema, deve organizar o espaço em função do enredo; implantar algumas situações de ensino, capazes de interagir com a linguagem simbólica. Representar as interações presentes na sociedade.

As crianças aprendem com os modelos e depois representam imitando. O educador deve ter um "olhar" todo especial e ao observar como ela age e reage nas suas interações, terá subsídios para analisar e intervir quando necessário.

Propor brincadeiras com vários papéis como pescaria, posto de saúde, livraria, loja, rodeio, circo, casinha, etc. Agrupar os diferentes, brincar de forma alternada com papéis que representem o bem, o mal, força e fraqueza, coragem e covardia, homem e mulher, adulto e bebê, a bela e a fera.

Temos que ter essa dualidade dentro de nós como o bem e o mal, a bruxa e a princesa, pois na vida existem os opostos. Assim a criança amadurece e se fortalece, para não ser manipulada ou abusada pelos outros.

O mundo muda constantemente em seus valores, mas os princípios básicos de solidariedade, amor e respeito, por exemplo, tem que ser bem estruturados porque são eternos.
As crianças estabilizam conhecimentos prévios, aprendem a resolver conflitos com diálogo e depois quando desenvolverem outro tipo de pensamento vão conseguir sistematizar e construir conceitos. Cada conhecimento há seu tempo...

É muito importante que a criança fortaleça sua auto-estima, sinta-se amada e valorizada em suas produções. Aprenda a respeitar regras, ajudar e se importar com o outro, aprender a conviver com as diferenças, aceitar a liderança e ser líder quando necessário. Desde cedo deve ter momentos de discussão sobre o sentido da brincadeira, aprender a aprender, a ter autocrítica, a fazer auto-avaliação, aprender a ser.

O prazer e a liberdade de expressão devem estar presentes em tudo e em todas as idades. A infância deve ser recordada com carinho e alegria! Como ela se estruturar, formará adultos equilibrados, competentes, empreendedores, com potencial para o sucesso e a realização.

Por Maria Teresa