AOS QUE VIVEM DA TERRA E DA ESTRADA!

Professor Me. Ciro José Toaldo 

No último dia 25 de julho, comemoraram-se duas profissões fundamentais para a prosperidade do Brasil: do agricultor e do motorista. Particularmente tenho uma ligação muito forte com estes guerreiros e corajosos brasileiros, pois por um período de minha vida fui um agricultor e tenho consciência do que seja sobreviver em função da terra. Com toda a tecnologia sofisticada e avançada inovação, não se substituiu o belo e árduo trabalho realizado pelas mãos calejadas do agricultor e sua produção do sagrado alimento de cada dia. Quanto ao motorista um sobrevivente da estrada dilacerada, trânsito infernal, ‘míseros fretes’ e salários incompatíveis com os longos percursos feitos pelo país ou mundo afora, levando, dentro outras cargas, a produção agrícola para abastecer nossa abençoada mesa.

Infelizmente, deveríamos ter outro olhar para esses dois segmentos, os que fazem leis, os políticos, precisam focar olhar diferenciado aos que vivem da terra, do agronegócio, sobretudo os pequenos e médios produtores para criar mecanismo para garantir às famílias de ‘tradição agrícola’ sua permanência nesta profissão. Desde os tempos de ‘guri’, em Santa Catarina, constatei essa dura realidade relacionada aos jovens agricultores, não resistindo os apelos urbanos, perdem o encanto e ânimo na perspectiva de sobreviver da terra e, acabam sendo lançados na sombria vida urbana, tendo o sonho de melhorar sua existência.  

Nesta mesma dimensão encontram-se os motoristas, a heroica profissão das estradas que enfrenta as situações complicadas como baixos preços de fretes, abusivas taxas de pedágios e as altas constantes do combustível (especialmente o diesel) que tornam insuficientes os custeios de seus gastos. Essa triste realidade destes heróis da estrada, demonstra que nem tudo são flores em nosso abençoado Brasil.

Trabalho com adolescentes e jovens e observo quantos deles se lançam na profissão de caminhoneiro, altamente digna de méritos e louvores, mas, muitos imaginam que estar na direção de grande ou pequeno veículo de transporte terão facilidades e comodidades. A realidade é outra. Tenho conversado com amigos e parentes da ‘boleia’ de um caminhão, afirmam terem dois fatores para continuar: a teimosia e falta de outras perspectivas! Lamento escrever isto, mas é a realidade desta profissão que deveria ser valorizada.

 O agricultor, no sul é chamado de ‘colono’, também precisa receber outro olhar. Quando vemos o leite e seus derivados com preço ‘alto’, deveríamos nos perguntar: este aumento chegou ao produtor? Qual o custo e o trabalho para produzir um litro de leite?

De fato, agricultor e motorista demonstram que viver terá sentido, quando o trabalho vai além da sobrevivência! Quiçá saibamos, quando estivermos nas gondolas dos supermercados, valorizar os que vivem do trabalho da terra e da estrada.

Que o Criador Supremo, por meio de seus mentores espirituais, ajude cada ser humano a evoluir nesta existência. Agricultor e motorista, assim como outras profissões, devem lembrar: a evolução é atrelada ao melhor que cada um dá em seu dia-dia. Como este artigo destina-se a homenagear quem se ocupa da terra e estrada, fica o profundo reconhecimento e parabéns, pois vocês vivem em cada dia o desafio de usufruir da inteligência humana na busca de prosperar em todos os sentidos.

Até o próximo, fiquem todos com Deus.