"Mestre, meu mestre querido. Por que me levaste para o alto dos montes, se eu, menino nascido nas cidades dos vales, não sabia respirar" (Fernando Pessoa)

Os professores sempre serão lembranças, na maioria boas, em nossas retinas fatigadas. Tenho saudades das primeiras mestras no curso primário em São Caetano do Sul. Dona Edméia, a primeira delas, um doce de pessoa, mas precisou se afastar por doença e nos deixou órfãos depois de seis meses. Depois dela, veio a Dona Mariana, uma senhora mais madura, mas gentil e compreensiva com seus moleques (a classe era masculina). Recordo-me que pulei a janela e fui para casa num dia em que ela faltou e demorou para chegar um professor substituto.
No segundo ano fui sorteado com uma professora que era a fúria em pessoa. Sem paciência, ela atirava seus sapatos de salto em direção a alguma criança que falava enquanto ela explicava alguma lição.
Felizmente, Dona Tereza Rami, uma professora bastante rígida, mas muito competente e mais calma, acompanhou a turma no terceiro e quarto anos. É dessa época que me lembro de alguns colegas de classe, como Elias, Mario, que partiu cedo demais, Roberto, Armando entre tantos outros.
Do ginásio tenho outras lembranças nem sempre agradáveis, como a professora de História que impunha como castigo por indisciplina, copiar dez vezes um capítulo do livro. Que chatice! A professora de desenho, dona Santinha, que fazia a classe orar o Pai Nosso todos os dias.
Do colégio, tenho boas lembranças, como a professora Hamide Assain, que era a responsável pelo jornalzinho que eu editava com uma turminha. O Francisco Sanchez de matemática, uma disciplina árdua, mas era boa gente. A Lucia Jorge Abdalla, mais amiga do que a diretora. A Silvia de Física, A Maria Tereza de Estudos Sociais, a Dirce de Química e o Esdras de inglês.
Na faculdade, o saudoso José de Arruda Penteado, a Conceição Bongiovani, Hebe, Irene, a Solange Martins Couceiro, o Mario Ghisland, um padre jesuíta que abandonou a batina, a Marli de Ciência Política entre outros.
No mestrado, a segurança e a sabedoria do meu orientador professor Dr. Carlos Osmar Bertero e o professor Dr. Ruben Cesar Keinert, grande figura que ainda faz a gentileza de ler minhas postagens no FB. No doutorado, minha orientadora, a querida professora Dra. Terezinha Bernardo a quem devo muito.
Enfim, foram pessoas que deixaram as suas marcas em nossas vidas e as levaremos até o dia que nossa chama se apagar.
Evoé Mestres!