ANTOGONISMO ENTRE VERIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NAS ESCOLAS DO ENSINO PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO EM LUANDA/ICOLO E BENGO

FAUSTINO MOMA TCHIPESSE

RESUMO: O presente artigo tem por objectivo compreender os processos antagónicos existente entre a verificação e avaliação da aprendizagem nas escolas do ensino primário e secundário em Luanda, para isso abrimos um diálogo com os professores que serviu como ponto de apoio para a abertura de uma ampla discussão sobre o processo avaliativo dos alunos. Enquanto instrumento privilegiado para determinar os indicadores de qualidade do processo de ensino-aprendizagem, à avaliação deve ser encarada como principal eixo de desenvolvimento técnico, pedagógico, científico e psicológico do professor para aferir os níveis de aprendizagem dos alunos. O presente estudo consiste em uma pesquisa de design misto (tem técnicas de análise qualitativa e quantitativa), interpretativo e descritivo. Ela incorpora a participação dos próprios sujeitos investigados, buscando obter uma compreensão diferente diante do processo de avaliação. Participaram da pesquisa Directores e professoras de seis (6) escolas do Município de Icolo e Bengo. No total, a pesquisa contou com cento e setenta e quatro (174) participantes o que corresponde a 70% do grupo alvo, pois pretendíamos buscar a compreensão dos docentes sobre avaliação planificada, enquanto instrumento de qualificação da aprendizagem. Todavia, tivemos de contar com disponibilidade e interesse dos sujeitos para responder os questionários e deixar a sua contribuição à pesquisa. O embasamento teórico colocou em relevância autores como:Alvarez(2002); Both(2007); Canivete(2018); Demo(2004); Haydt(2004); Kraemer(2006); Otchinhelo(2015); Valente (2017) entre outros estudiosos que nos levaram a reflectir sobre as diferentes formas de obtenção dos resultados da aprendizagem.

PALAVRAS –CHAVE: Sala de aula. Ensino-aprendizagem. Avaliação. Verificação.

INTRODUÇÃO

O tema avaliação é, possivelmente a expressão académica mais genuína na busca incenssante de aprendizagem nos diversos niveis escolares. A avaliação é, hoje em dia uma actividade constante na prática de profissionais de diversas áreas. O engenheiro avalia a execução do plano formulado para a sua empresa e o desempenho de seus funcionários, enquanto as indústrias de olhos voltados para o controlo da qualidade.

Na educação o tema esta presente em vários níveis: Existe avaliação do sistema escolar como um todo, avaliação da escola, avaliação do currículo, e do processo de ensino-aprendizagem. Este último nos interessa, pois o nosso objectivo é oferecer aos professores e a todos aqueles que prestam serviços na educação uma orientação prática sobre as técnicas de avaliação rever a sua importância no processo de ajuizamento do educando, e descrever os grandes desafios da escola na melhoria dos critérios de avaliação.

A formação docente, como um dos mecanismos de gestão escolar, foi repensada considerando que deve ser contínua aliando teoria e prática e as necessidades que se apresentam na educação da atualidade, numa perspectiva dialética. O ensino, aprendizagem e avaliação vêm sendo estreitados desde sempre, no sentido de tornar esses elementos parceiros inetismáveis e inseparaveis no âmbito do conhecimento novo renovado.

Algumas ideias apresentadas neste artigo, são orientadores. Uma delas considera que os principais indicadores de qualidade da educação devem ser adjetivados, pois sua definição carrega um principio marcado pela supervalorização de políticas de avaliação do ensino-aprendizagem, como a que acontece em larga escala, e consequentemente pela sofisticação de tecnologias e metodologias quantitativas de medição da eficácia e da eficiência por meio de indicadores educacionais, rumo para uma escola de confiança.

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O conceito de qualidade da educação apresenta um caráter polissêmico, podendo ser empregado com diferentes significados. Desde a implementação das políticas de avaliação em larga escala, a qualidade da educação passou a ser identificada como o resultado da adopção de indicadores educacionais obtidos por meio das provas e de sua combinação com outros índices, o que reeleva ainda mais a ideia da subjectividade da avaliação.

CONCEPÇÕES DE AVALIAÇÃO:MUITAS OPONIÕES E POUCAS VERDADES

Os principais conteúdos a serem trabalhados neste ponto referem-se a conceitos de avaliação. É importante lembrar que deve haver clareza com relações as técnicas e instrumentos de avaliação no processo de ensino – aprendizagem; o professor tem de perceber isoladamente que o nível e a abrangência de desempenho de um aprendiz se não estiverem pilarizados em um claro evidências de conceitos de avaliação e sua interpretação, tudo que for fazer estará a quem dos objectivos. Para Moretton, “a avaliação da aprendizagem é, talvez, o momento mais forte da ética na didáctica, pois é o momento em que julgamos, é o momento em que podemos definir a vida do aluno”(MORETTON,1999).

Proceder á avaliação não constitui privilégio dos professores, mas, sim, é parte de todo ser humano no dia-a-dia, por isso, em avaliação não se torna possível levar ao “pé-da-letra” a maxima de que “ o sapateiro não vai além da sandália” (BOTH , 2007, p.26).No actual quadro de desenvolvimento da educação em Luanda e a julgar pelos desafios do direito a educação de qualidade e da função que a escola assume no areópago social, reflectir r analisar os problemas da avaliação da aprendizagem é ajudar a abrir vias que nos levam a encontrar mecanismos que contribuam para o alcance da tão almejada qualidade do ensino-aprendizagem, pois quem «planifica a sua aula não finge que ensina e não incentiva ninguém a fingir que aprendeu»

AVALIAÇÃO E SUA INTERPRETAÇÃO CONCEITUAL

O processo avaliativo deverá ocorrer em favor do aluno, sujeito do processo, aliado de sua aprendizagem e promover o desenvolvimento de sua auto-estima, gerando o desejo de conhecer mais e fortalecendo o seu vínculo com a escola.

Para Kraemer (2006), avaliação vem do latim, e significa valor ou mérito ao objeto em pesquisa, junção do ato de avaliar ao de medir os conhecimentos adquiridos pelo individuo. É um instrumento valioso e indispensável no sistema escolar, podendo descrever os conhecimentos, atitudes ou aptidões que os alunos apropriaram. Sendo assim a avaliação revela os objetivos de ensino já atingidos num determinado ponto de percurso e também as dificuldades no processo de ensino aprendizagem. Na visão de Luckessi (2001, p.14) á avaliação nestes

casos atestam a possibilidade efectiva de desenvolvimento de pesquisas de vários tipos, até da mais rigorosa pesquisa acadêmica, mesmo nas nossas escolas. É verdade que elas não representam a situação comum das escolas da rede pública no país, como já ficou dito. Mas, guardadas as devidas distâncias, creio que podemos, a partir de seu estudo, discutir um pouco o estado atual da questão do professor-pesquisador e seu saber, tal como vem sendo apresentada por alguns dos seus estudiosos.

Portanto, avaliar é identificar o que conseguimos ensinar e o que os alunos conseguiram aprender durante um período lectivo; é apontar os problemas existentes no processo de ensino-aprendizagem, e proucurar as melhores estractégiais para solução dos mesmos; avaliar é fazer uma apreciação global da realidade escolar, com vista a melhorar o processo de ensino-aprendizagem.

A avaliação da aprendizagem escolar é um tema muito complexo, por implicar a construção de valores culturais, éticos e morais que permeiam a realidade das escolas. Os resultados da avaliação Podem influenciar o futuro escolar dos alunos, levando consigo mudanças substânciais nos modos de enfrentamento das diferentes situações do contexto educacional. Sacristán (1998, p. 298) conceitua a acto de avaliar como:

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[...] qualquer processo por meio do qual alguma ou várias características de um aluno/a, de um grupo de estudantes, de um ambiente educativo, de objetivos educativos, de materiais, professores/as, programas, etc., recebem a atenção de quem avalia, analisam-se e valorizam-se suas características e condições em função de alguns critérios ou pontos de referência para emitir um julgamento que seja relevante para a educação.

Nas escolas constacta-se que muitos professores avaliam os estudantes apenas através de provas escritas, que em muitos casos, não provam nada, ou seja, dá mais primazia a avaliação quantitativa, deixando de lado a avaliação qualitativa.

A avaliação, atualmente deve ser vista como um meio para que o processo de ensino-aprendizagem ocorra com eficiência e eficácia e não como um fim em si mesmo. Pois muitos professores avaliam apenas no final de uma unidade, trimestre, simestre ou curso e apegam-se simplesmente nas provas escritas ou orais para verificar aquilo que os seus alunos aprenderam. O art. 29 da Lei n.º17/11, o legislador reforça tal pratica “ao longo do ano lectivo é avaliado o rendimento escolar dos alunos através de; provas escritas e orais e trabalhos práticos” . O que levou a refletir sobre este assunto, é o facto de que a avaliação é um meio através do qual os objectivos educacionais proposto pelo professor ou pela escola são atingidos, logo ela deve ser implementada, tendo em conta as características dos alunos, os conteúdos e as condições reais da escola, desta forma o professor deve proucurar sair do conformismo pedagógico, fazendo constantes atualizações de seus conhecimentos; deve proucurar seguir as novas concepções pedagógicas, pois estas apelam o uso de outros recursos e técnicas de avaliação para dar respostas aos desafios do momento.

Também há professores que no processo avaliativo dão mais primazia ao controlo de retenção de conhecimento, deixando de lado os aspectos importantes da aprendizagem; outros, o que avaliam pouco tem a ver com o conteúdo ensinado ao longo das aulas, ou seja, não têm muita clareza acerca dos objectivos pretendidos, o que dificulta uma avaliação adequada.Tudo isto mostra que, nas escolas avalia-se apenas a componente cognitiva, descurando os aspectos afectivos e psicomotores dos alunos, pois é imprescindível que a avalição seja integral, para que tenhamos cidadãos aptos para servir a sociedade, num mundo bastante competitivo como o nosso. O profissional da educação precisa conhecer estas técnicas e instrumentos de avaliação propostos por estes e outros teóricos, para não se limitar em enviar exclusivamente seus alunos através de provas, que em muitas ocasiões não espelham o essencial do conteúdo trabalhado na sala de aulas com seus alunos. Os alunos precisam compreender as razões da avaliação, do contrário podem desenvolver ressentimento para com o professor ou a escola, devem encarar a avaliação como algo do seu interesse, por contribuírem no processo de construção do conhecimento.

Pretendemos relevar os grandes desafios da escola na melhoria do sistema de avaliação do processo de ensino – aprendizagem porque nós entendemos que o trinômio, ensino – aprendizagem – avaliação permite ao aluno “reconhecer seu papel, tanto na familia quanto na sociedade, como ser cooperador, criativo, participativo e co-responsável pela gradual elevação da qualidade de vida.”(BOTH, 2007, p.32)

Não menos importante é conceber o avaliador como um educador que ensina, mas que, se não ensina, não deve avaliar. Na concepção de avaliação também passa pela máxima de que o ensinar se desenvolve em função do aprender, mediante relacionamento interativo entre professor e aluno, em que cumpre ao professor o papel de estimulador e facilitador da aprendizagem e ao aluno o de ser sujeito, participe e construtor desse processo.

As diferentes formas de obtenção de resultados se resumem praticamente a duas: Verificação e avaliação. Lembramos que a mais embaroçosa seja a verificação, talvez por ser menos envolvente, por outro lado Both entende que,

a verificação se torna bem menos trabalhosa que a avaliação, a verificação pode compreender elementos de avaliação, tornando-se até mesmo um processo misto. Já a

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avaliação, por sua vez, não invade a área verificativa, sob pena de vir a perder sua caracteristica essencialmente crítico-construtivo-qualitativa. A qualitadade inerente ao processo avaliativo deve prevalecer sempre sobre os aspectos quantitativos da verificação. Avaliar é ao mesmo tempo, dar e buscar valor (Op. Cit., p.36-37).

Ainda que a avaliação se caracterize mais em nível processual ou qualitativo e a verificação possua contação mais quantitativa, sendo processos antagônicos principalmente em termos conceituais, na prática os termos avaliação verso verificação, são empregados como conceitos em harmonia, o termo avaliação tem maior aceitabilidade por conta da sua conotação pedagógica processual.

Avaliar e verificar são componentes do processo de ensino-aprendizagem que se manifestam sob formas diversas. Enquanto a “avaliação atua sob aspectos mais processuais, a verificação envolve principalmente valores numéricos. No entanto isto não significa que as duas formas de avaliação sejam antagônicos; a sua interação operacional é bem possível”(Id., p.119-120).Portanto, para esse autor, a avaliação está estritamente ligada à natureza do conhecimento, e uma vez reconhecida essa natureza, a avaliação deverá ajustar-se a ela se quiser ser fiel e manter a coerência epistemológica. Nessa direcção, podemos partir do pressuposto de que a avaliação, como prática escolar, não é uma atividade neutra ou meramente técnica, isto é, não se dá num vazio conceitual, mas é dimensionada por um modelo teórico de mundo, de ciência e de educação, traduzida em prática pedagógica.

Um segundo pressuposto é que a prática de avaliação dos processos de ensino e de aprendizagem ocorre por meio da relação pedagógica que envolve intencionalidades de ação, objetivadas em condutas, atitudes e habilidades dos actores envolvidos.

Na condição de avaliador desse processo, o professor interpreta e atribui sentidos e significados à avaliação escolar, produzindo conhecimentos e representações a respeito da avaliação e acerca de seu papel como avaliador, com base em suas próprias concepções, vivências e conhecimentos. Considerando, então, essa condição do professor, como avaliador, de atribuir sentidos e significados à avaliação, cabe-nos questionar:

a) Que concepções pedagógicas subjazem à atual prática de avaliação do processo de ensino e de aprendizagem no contexto escolar?

b) Quais são os desafios que devem ser colocados á escola a fim de melhorar o sistema de avaliação dos estudantes?

A avaliação da aprendendizagem é um processo sistemático, contínuo e integral que determina até que ponto os objectivos traçados na planificação do professor foram atingidos. É necessário que o professor tenha os objectivos claramente definidos, tendo em conta os interesses e necessidades dos alunos. A avaliação nos diferentes espaços de produção do conhecimento, têm sido tradicionalmente considerada como um fator que ocorre no final do processo de produção do conhecimento. Sob esta óptica, foi fundamental perceber que a avaliação ocorre no decorrer de todo processo ensino aprendizagem. Dessa forma, pode-se falar em três modalidades de avaliação: diagnóstica, formativa e somativa.

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA

Entendemos por avaliação diagnóstica aquela que ocorre especialmente antes do processo de ensino-aprendizagem e tem a função de sondar se o aluno possui os comportamentos (conhecimentos, actitudes, habilidades) necessários para que esse processo possa ser iniciado. Nesse olhar, percebeu-se que o papel da avaliação diagnóstica, objetiva investigar os conhecimentos anteriormente adquiridos pelo educando, propiciando assim, assimilar conteúdos presentes que são partilhados no processo ensino aprendizagem. Blaya, ao reportar-se a avaliação diagnóstica destaca que:

Avaliação Diagnóstica tem dois objetivos básicos: identificar as competências do aluno e adequar o aluno num grupo ou nível de aprendizagem. No entanto, os dados fornecidos pela avaliação diagnóstica não devem ser tomados como um “rótulo” que se cola sempre ao aluno, mas sim como um conjunto de indicações a partir do qual o aluno possa conseguir um processo de aprendizagem (BLAYA,2007).

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Ao refletir sobre a modalidade da avaliação diagnóstica, a ênfase dada é identificar os conteúdos e competências, objetivando saber qual nível encontra-se o aluno, bem como destacar que o seu principal foco não é voltado à nota, mais em um diagnóstico para compreender o processo da produção do conhecimento. Ao referir-se sobre a avaliação diagnóstica, Gil (2006, p. 247), revela que:

Constitui-se num levantamento das capacidades dos estudantes em relação aos conteúdos a serem abordados, com essa avaliação, busca-se identificar as aptidões iniciais, necessidades e interesses dos estudantes com vistas a determinar os conteúdos e as estratégias de ensino mais adequadas”.

Nesse repensar, evidenciou-se que a avaliação vem modificando-se ao longo dos tempos, com implicações incorporadas cada vez mais de procedimentos avaliativos que propiciam um resultado mais eficaz. Nesta perstiva propõe-se a olhar na avaliação formativa.

AVALIAÇÃO FORMATIVA

Esta ocorre durante o processo de ensino – aprendizagem. Esta avaliação desempenha vários papéis. Segundo Valente, a avaliação permite:

a)- dar informação ao aluno, mostrando-lhe seus pontos fracos, a fim de que se possa recuperar-se;

b)- ajudar o aluno a estabelecer seu ritmo de estudo. Mostrando-lhe se o esforço despendido é suficiente ou precisa investir mais tempo;

c)- serve de fonte de motivação para o aluno, informando-o sobre seu sucesso ou dando-lhe estimulo para corrigir as falhas;

d)- dá informação ao professor, mostrando-lhe aspectos de seu ensino que precisam ser mudados (VALENTE,2007, p.241).

No que tange a avaliação formativa, o nosso contexto visa mostrar ao professor e ao aluno o seu desempenho na aprendizagem bem como no decorrer das atividades escolares, oportunizando localizar as dificuldades encontradas no processo de assimilação e produção do conhecimento, possibilitando ao professor correção e recuperação.

Estas colocações ampliam as perspectivas de entendimento da avaliação formativa, contribuindo para o entendimento de uma avaliação sem finalidade seletiva, agregada ao processo de formação, visando aos docentes e discentes redefinir prioridades e ajuste de estratégias.

AVALIAÇÃO SOMATIVA

A avaliação somativa detecta o nível de rendimento realizando um balanço geral, no final de um período de aprendizagem, podendo classificar de acordo com o nível de aprendizagem. Por outro lado, Wachowicz & Romanowski (2003, p. 124-125) destacam que:

a avaliação somativa manifesta-se nas propostas de abordagem tradicional, em que a condução do ensino está centrada no professor, baseia-se na verificação do desempenho dos alunos perante os objetivos de ensino estabelecidos no planejamento. Para examinar os resultados obtidos, são utilizados teste e provas, verificando quais objetivos foram atingidos considerando-se o padrão de aprendizagem desejável e, principalmente, fazendo o registro quantitativo do percentual deles.

As autoras afirmam com propriedade que a avaliação somativa atrela-se diretamente a função classificatória, tendo como propósito verificar se os objectivos elencados na planificação foram alcançados. Neste sentido, percebe-se que o propósito fundamental da avaliação somativa na visão do autor, é classificar ou entregar um certificado.Note que tanto a avaliação diagnóstica como a formativa contribuem para a avaliação somativa, uma vez que a primeira define a situação informando a planificação, e a segunda afere se o processo de ensino- aprendizagem está atendendo a planificação. As técnicas e instrumentos de avaliação são definidos em função dos dados oferecidos por aquelas (diagnostica e formativa) a fim de prognosticar.

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TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO

Para que a avaliação da aprendizagem se processe de maneira sistemática e integral, torna-se necessário a utilização de técnicas e instrumentos variados. Segundo Valente, “as técnicas são procedimentos utilizados na coleta dos dados necessarios á avliação, enquanto os instrumentos são os recursos utilizados dentro de cada técnica”(VALENTE, 2007, p.242). Sob a óptica de Mizukami, a avaliação crítica é vista como:

a verdadeira avaliação do processo consiste na auto-avaliação ou avaliação mútua e permanente da prática educativa por professor e alunos, qualquer processo formal de notas e exames, deixa de ter sentido em tal concepção. No processo de avaliação proposto, tanto os alunos como os professores saberão quais suas dificuldades, quase seus progressos (MIZUKAMI,1986, p. 102).

Existem três técnicas fundamentais de coleta de dados para a avaliação, que são: a observação, a inquirição e a testagem.