Pedro Magrin Tannús CRP - 06/130346

Ao contrário do que muitos acreditam, a ansiedade é um fator necessário para nosso desenvolvimento. É ela que faz com que saiamos da nossa área de conforto para buscar aprimoramento pessoal e realização na conquista dos nossos objetivos.

Nós possuímos a razão máxima para sermos ansiosos pois sabemos que somos vulneráveis e sabemos que morreremos um dia. Não ficar ansioso sob essas circunstâncias é um grande mistério. Não é surpresa que hoje em dia muitas pessoas sofram com ansiedade. Ela é caracterizada por um estado de medo, apreensão, expectativa, mal-estar, desconforto, insegurança ou estranheza do ambiente ou de si mesmo. Também tem aquela sensação de que algo desagradável está prestes a acontecer, acompanhado daqueles pensamentos pessimistas das piores coisas possíveis.

O que a ansiedade faz no corpo

A ansiedade, de acordo com Dr. J. Peterson, ativa psicofisiologicamente (na mente e no corpo) o sistema mental associado com agressão defensiva e retratação, ao invés de usar um sistema mental associado com a aproximação de desafios. Isso faz com que o nosso corpo gaste muitos recursos tentando resolver uma situação que muitas vezes não possui solução no presente (prova do vestibular, conversar com aquela paquera, mudar hábitos, desemprego). Pense num carro que está acelerando no máximo, com o pé no freio. Ele está gastando recursos, que vai precisar mais tarde, em um momento em que esses recursos não estão sendo necessitados.

O que acontece é que o nosso corpo se ativa como se o estressor estivesse na nossa frente. Quando pensamos naquele trabalho que teremos que apresentar na frente da sala toda, ou   na prova do vestibular que temos que passar, ou em qualquer outra coisa que nos deixa ansiosos, nosso corpo se prepara para três coisas. Lutar, fugir ou congelar. E é exatamente essa preparação que  faz com que a gente sinta os sintomas mais comuns da ansiedade.

Sintomas

Alguns dos sintomas mais comuns são:

  • sensações de  "aperto no peito";

  • as “borboletas na barriga”;

  • batimentos cardíacos acelerados (taquicardia);

  • suor excessivo no rosto, axilas, corpo ou mãos;

  • tremedeiras;

  • hiperventilação (respiração rápida);

  • problemas gastrointestinais;

  • tonturas;

  • boca seca;

Como controlar

Autoconhecimento. Se nós entendermos o que está acontecendo, seremos capazes de anteceder momentos de estímulos ansiógenos, melhorando nossa capacidade de lidar com essas dificuldades. Mas primeiro, é fundamental passar por uma avaliação psicológica para entender como estão ocorrendo os prejuízos na sua vida, e se esses prejuízos são realmente causados pela ansiedade ou por algum outro fator não percebido.

No dia-a-dia, cansamos de ouvir de pessoas próximas que, como forma de prevenção, devemos dedicar um tempinho para nosso cuidado. Praticar atividades físicas regularmente, evitar pensamentos negativos e ficar com pessoas que amamos são sempre boas recomendações. 

Agora, a principal dica para controlarmos a ansiedade com maior eficácia é manter o foco no presente. A ansiedade nos faz sofrer pelo que está por vir, então se mantivermos o nosso pensamento no presente, concentrando na respiração, e focarmos no nosso objetivo, é muito provável que a ansiedade diminuirá. Dentro das falas de senso comum, muitas são reais: cuidar da suas horas de sono, boa alimentação, lazer e, é claro, as atividades físicas regulares.

Uma técnica muito simples, como a concentração na respiração geralmente é negligenciada, mas possui um papel fundamental na hora do controle emocional, assim como a estruturação de um ponto de vista mais realista para os eventos que vivemos e a busca de recursos para diminuir o pessimismo, são, também, bons caminhos. Ninguém melhor do que um psicólogo para te ensinar algumas dessas técnicas!

Como psicólogo, faço uso dessas técnicas de respiração diariamente em meus atendimentos,  facilitando e treinando a mente para indução natural de estados de relaxamento profundo (relaxamento muscular progressivo, relaxamento autógeno, visualização do seu lugar seguro, respiração diafragmática) sem a utilização de recursos medicamentosos. No entanto, esta necessidade deve, também, ser avaliada com muito cuidado.