Anos 70 : Música para os Vossos Ouvidos ???

 

    Na década de 70 , quando surgiu no cenário musical Bilu Tetéia , Farofa fá , Meu Sangue Ferve por Você , É Bom para o Moral e outras do gênero ; alguns críticos musicais da época chegaram a afirmar : “é o fim da MPB” .

    Os mesmos críticos que abominavam por exemplo : Odair José , Fernando Mendes , Reginaldo Rossi e que juntamente com as classes A e B , que admitiam ouvir ( por imposição ) os ditos Bregas , que tocava nos radinhos de pilha das Domésticas que trabalhavam em suas casas .

    Mas que nada , isso era apenas um movimento de descontração e popularização das letras e ritmos , que retratavam de fato a realidade das Classes que representavam a Base da Pirâmide Social .

    Se José Fernandes – maestro , produtor musical , redator – etc. ( representante icônico ) do corpo de jurados do Programa de Calouros do Silvio Santos , se vivo fosse quando surgiu o axé music , já nos anos 80 ; aí , certamente não teria resistido .

 

    Mas isso . . . Isso “era só a ponta do iceberg” .

 

Tem certos dias quando , eu passo no subúrbio e penso : se algum dia a minha terra eu voltar ; vestida de azul e branco trazendo um sorriso franco no rostinho encantador , quero lembrar : da franja da encosta , cor de laranja , capim rosa chá / açaí , guardiã , som de besouro , imã ; é que a televisão me deixou burro , muito burro demais e tire suas mãos de mim , eu não pertenço a você . Onde ? moro , onde não mora ninguém e quero te pegar no colo , te deitar no solo . . . Deixa a vida me levar , vida leva eu sou nó na madeira , também sou a mineira guerreira , filha de Ogum com Iansã ; eu venho das dunas brancas pra onde eu queria voltar porque amigo é coisa pra se guardar e da manga rosa , quero o gosto e o sumo esse povo marcado , eh ! povo feliz . Amor cante comigo esta cantiga , sair por esta vida aventureira sem esquecer que o trem sai às onze , sou filho único e tenho minha casa pra morar . Eu sei , as rosas não falam , simplesmente a rosas exalam o perfume que roubam de ti que , como encadernação vistosa  , feito para iletrados , a mulher se enfeita . Mas , ela é um livro místico e somente ; a alguns que tal graça se consente e dado lê-la . Não adianta nem tentar , me esquecer . Quebra essa , diz lá pra dina , que eu volto . Que o teu guri não sumiu e quem sou eu pra ter direitos exclusivos sobre ela , se nada tenho e cada um , vale o que tem . Garçom , aqui , nesta mesa de bar , você já cansou de escutar ; ponha a cerveja sobre a mesa ; bandoneón toque de novo que Tereza esta noite vai ser minha . É Conceição , eu me lembro muito bem ; caía a tarde feito um viaduto ; tá lá um corpo estendido no chão , em vez de rosto , uma foto de um gol , em vez de reza , uma fala de alguém e um sorriso , servindo de amém . de pressa foi cada um pra o seu lado , pensando numa mulher ou num time e eu , mais que de pressa   fechei   , minha janela de frente pro crime .        

                                                                                                         Jorge Bernardino Rodrigues de Azevedo

                                                                                                         MBA Executivo em Logística Empresarial

                                                                                                                   07 de abril de 2021