Angola vai estar presente na Exposição Internacional de Milão, a decorrer em 2015. O tema escolhido, "Alimentação e Cultura: Educar para Inovar", pretende mostrar aos visitantes a "riqueza e a diversidade cultural da cozinha angolana", reflectindo a imensa diversidade geográfica, ambiental e cultural do país e também as diferentes influências culturais que recebeu.

O controlo e a segurança alimentar são os temas principais do espaço angolano. O pavilhão utiliza materiais sustentáveis e de fácil desmontagem, reflectindo a preocupação ambiental sempre presente, e tanto mais importante quanto a exploração de recursos naturais, e portanto a necessidade da sua sustentabilidade, é um elemento muito importante do desenvolvimento social e económico de Angola. A exposição, a decorrer na "capital do norte" de Itália, foi inaugurada no passado dia 1 de Maio e decorre até 31 de Outubro.

A presença de países nas exposições internacionais é vista, habitualmente, como uma mera manobra de marketing, simplesmente destinada à angariação de contactos. Contudo, a importância das exposições internacionais é precisamente essa. Pesem todas as análises de agentes económicos internacionais, de agentes turísticos, de organizações políticas, de críticos, e tantas mais vozes, o certo é que os Estados e os respectivos governos também procuram manter uma voz própria.

A presença de Angola na ExpoMilão visa mostrar as ideias e a visão do Governo para o futuro, e mostrar também as iniciativas que poderão ser desenvolvidas nesse sentido. Pretende ser, também, um sinal para os visitantes (sejam potenciais investidores, visitantes ou simples curiosos) daquilo que Angola tem para oferecer e qual poderá ser o seu contributo para a sociedade internacional.

Entre os vários estereótipos que afectam a imagem de África no mundo está o de que os países africanos sofrem de uma forma genérica ou endémica de fome, quer nas zonas urbanas, quer nas zonas rurais. E não obstante os grandes obstáculos que o continente, de facto, enfrenta neste campo, a independência agrícola e alimentar tem sido uma das principais bandeiras do governo de José Eduardo dos Santos ao longo das últimas décadas.

O crescimento exponencial do PIB, que sobreveio com o fim da guerra civil e o acelerar da produção petrolífera, não esqueceu a necessidade de revitalizar a produção agrícola, de prosseguir o processo de desminagem (as minas antipessoal, além de ceifas vidas humanas, são um obstáculo primordial ao desenvolvimento agrícola) e de afastar o espectro da insuficiência alimentar.