ANDIROBA PUBLICA: O AMOR É O CONECTOR DE TODOS OS CREDOS
Publicado em 20 de janeiro de 2010 por Éder Ângelo Braga
ANDIROBA/MG PUBLICA: O AMOR É O CONECTOR DE TODOS OS
CREDOS.
Numa
breve leitura sobre os conceitos fundamentais das principais religiões do
mundo, como, por exemplo, o Cristianismo, o Judaísmo, o Islamismo e o Budismo, constata-se,
que em todas o ideal do amor é a base doutrinária e a força capaz de unir e
superar todas as outras diferenças.
Aliás, é sabido por todos, embora
não compreendido ou praticado pela maioria, que é preciso deixar de lado as
diferenças culturais, de fé, de cor para que se consiga viver em paz e alcançar
a felicidade.
No que se refere às diferenças
religiosas, é preciso raciocinar que o tempo da idade média está sepultado. Não
há mais necessidade de essa ou aquela religião fortalecer-se e tentar dominar o
terreno da outra. Os espaços já estão garantidos e cabe ao indivíduo, cidadão,
escolher a que melhor se adapte à sua cultura ou ao seu estilo de vida. Basta
divulgar o amor e esperar os fiéis, pois as falsas religiões que não têm o amor
como base doutrinária, certamente, tiveram, têm ou terão vidas curtas.
Os líderes espirituais das
principais religiões do mundo têm as mensagens de amor, em suas mais variadas
facetas, como o carro chefe de suas pregações. O Dalai Lama diz sentir certa
compaixão “até mesmo pelo torturador”, referindo-se aos comunistas chineses que
torturaram os tibetanos. Também o Papa João Paulo II perdoou o Turco que tentou
lhe tirar a vida. Ou seja, para ter compaixão e para poder perdoar, tem que
haver um ingrediente especial: o amor.
Outro ponto comum das religiões é a
condução de seus fiéis para o bem, ensinando-os
a pautarem suas vidas nos caminhos da ética e da moral. Nesse sentido, pode-se constatar que
todas elas pregam, por exemplo, que não se deve mentir, matar ou roubar.
Fica claro, portanto,
com base nessa reflexão, que não se deve julgar qualquer religião pelos atos
terroristas de alguns bandidos que tiram vidas humanas em nome de Deus, sejam
eles intitulados de mulçumanos, cristãos ou judeus. Ou seja, diferentemente do
ensinamento de Maquiavel, os fins não justificam os meios, e cada qual tem o
direito de acreditar no que entende ser o melhor para o seu bem estar. Com a
palavra o Dalai Lama:
“Ora,
por exemplo, como sou monge budista, considero o budismo o mais conveniente.
Para mim, concluí que o budismo é o melhor para todo o mundo. Isto está claro.
E é categórico. Se eu acreditasse que o budismo era o melho para todos, seria
uma tolice, porque pessoas diferentes têm disposições dirferentes.” (Dalai
Lama- A Arte da Felicidade- por Hward C. Cutler- Martin Fonte, 2008-p.333).
Enfim, no momento em
que grandes líderes religiosos pregam a necessidade de todos se tratem com tolerância, amor e compreensão mútua,
querem mostrar que, embora não ninguém
tenha que abrir mão de suas crenças e tradições, pode-se caminhar lado a lado
na luta pela tão sonhada paz mundial.
Nesse sentido, algumas
igrejas cristãs no Brasil formaram, em 1982, O CONIC (Conselho Nacional de
Igrejas Cristãs do Brasil), que segundo ensinamento do Pe. Flávio Ramos, de
Andiroba-MG, define-se como uma associação fraterna de igrejas que confessam o
Senhor Jesus Cristo como Deus e Salvador.
“Atualmente fazem parte do CONIC: Igreja Católica
Apostólica Romana, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Igreja Evangélica de
Confissão Luterana no Brasil, Igreja Presbiteriana Unida do Brasil, Igreja
Sirian Ortodoxa de Antioquia.” (Pe. Flávio Ramos- Informativo O Conselho-Santa
Ana- Andiroba/MG)
Ainda
são poucas as igrejas associadas e até o momento não se tem notícias sobre quais
foram as ações do CONIC desde a sua fundação..
Entretanto,
neste ano a campanha da fraternidade da igreja católica terá a participação do
CONIC, cujo lema e tema são respectivamente: “Vocês não podem servir a Deus e o
dinheiro (Mt6,24)” e “Economia e vida”.
“O objetivo geral da campanha é colaborar na promoção de uma economia a serviço da vida, fundamentada no ideal da cultura da paz, a partir do esforço conjunto das Igrejas Cristãs e de pessoas de boa vontade, para que todos contribuam na construção do bem comum em vista de uma sociedade sem exclusão.
Os objetivos específicos: - sensibilizar a sociedade sobre a importância de valorizar todas as pessoas que a constituem; - buscar a superação do consumismo, que faz com que o ter seja mais importante do que as pessoas; - criar laços entre as pessoas de convivência mais próxima, em vista do conhecimento mútuo e da superação tanto do individualismo como das dificuldades pessoais; - reconhecer as responsabilidades individuais diante dos problemas decorrentes da vida econômica em vista da própria conversão.” (Pe. Flávio Ramos)
Outro ponto que é oportuno ressaltar antes de finalizar o presente artigo é a respeito da necessidade da religião nestes tempos de pós-modernidade, haja vista que há uma corrente muito forte no sentido de desmerecer os trabalhos dos religiosos e das religiões às quais lideram.
É inconteste que a palavra religião tenha recebido, ao longo dos séculos, um significado pejorativo pelos fatos negativos ocorrido em todas elas. Ou seja, é mais fácil lembrar-se da santa inquisição, dos homens bombas e dos sacos cheios de dinheiro no estádio de futebol(Mineirão), do que todos os ensinamentos bons passados a bilhões de pessoas e, certamente, responsáveis por este mundo ainda estar de “pé “. Os fatos negativos foram gerados por pessoas e não pelas doutrinas das religiões a que dizem estarem ligados.
É necessário, pois, que o homem pós-moderno, embora não tenha que ser um religioso nos moldes dos seus antepassados, tenha em mente que o objetivo das religiões é beneficiar as pessoas, indicando-lhe o caminho da felicidade. Um caminho bem mais curto e mais barato do que o do consumismo indicado pelas mídias. Ou, ainda, uma fonte em que todos podem beber sabedoria, prudência, ética, bons costumes, amor, compaixão, perdão e, enfim, paz de espírito.
Por fim, as divergências religiosas, embora remontem ao início da civilização, têm que dar lugar ao convívio fraterno entre os homens e para que isto ocorra todos têm que ceder, ser tolerantes e, principalmente, cultivar o amor: o conector de todos os credos, sem, contudo, repita-se, abrir mão de sua crença e tradição, visto que:
“
As tradições religiosas podem existir lado a lado. Elas não deveriam nem lutar
umas contra as outras nem ter de se fundir numa única.” (DALAI LAMA)
Você sabia que de acordo
com a Lei 11.635/07, o dia 21 de janeiro é, no Brasil, dedicado à reflexão
sobre a tolerância religiosa?
Éder Ângelo Braga. http://andirobaexiste.blogspot.com/
(Este texto, para publicação no blog http://andirobaexiste.blogspot.com/,
é uma adaptação do artigo do próprio autor, publicado no primeiro informativo
do Conselho Pastoral Comunitário da Igreja de Santa Ana de Andiroba-MG).