Anarquia silenciosa

Adeus sociedade e seus pesadelos pessoais inúteis, cruéis, culturais.
Adeus a cegueira, a omissão, a negação, a mutila, múltiplas, dores.
Viva você mesmo, celebre o ser arraste-o pela alma afora... Mostre-lhe
o coração, as estrelas, abra-lhe os olhos, não esconda nada.
Adeus a não Eu mesmo, o luto e a sua aura negra.
Ao vicio soturno da morbidez de nunca querer se ter.
Viva porque estamos vivos! Parece que alguém esqueceu de nos dizer
Isto e, este alguém somos nós mesmos.
Não nos perturbemos! Agora ao menos já sabemos!
Adeus ao fantasma voraz vampiro de sonhos.
A realidade acabou e muitos não sabem para onde ir.
Chama de vida algo que persegue, mas na verdade não sabe o que é.
Viva tudo muito além do gosto amargo deixado na boca pelas palavras.
Elas não irão além do que a sua ilusão permite.
Não causa mais danos que aquela que vive oculta na tua consciência.
Não conspira mais que aquela que já está esquecida no passado.
Não machuca mais que aquela que se escuta no silencio vindo de si mesma.
Adeus aos falsos sinais, à profecia social democrática e todos os seus ismos mais.
Demagogos e seus engodos de puro horror, orquestrado terror.
Governos dissimulados com seus rebanhos descerebrados amaldiçoados!
Viva a anarquia silenciosa, onde não se rebela nada, sem bandeiras, sem fronteiras,
Sem códigos de honra, somente o coração na frente.
Sem canhões apenas a mais pura intenção, sem tratados apenas os fatos.
Sem milícias apenas a mente limpa, sem governo apenas o governo de si próprio.
Sem eleições o eleito é você mesmo.
Hei esta realidade acabou! Volte a enxergar! Eis as boas novas:
O presente não é só o trabalho, o trabalho parece, mas não é a própria vida.
A vida parece, mas não é só o que se vive. Pare seja lá o que você esteja fazendo!
As horas estão passando, indo para o ralo, os dias já alcançaram os rios e os anos se esgotam levando consigo o que de melhor conseguiste. E tudo que esta a sua volta afunda vagarosamente contigo. Só restando o gosto amargo das palavras e a realidade desalentadora dos fatos. Volte a sonhar! O sonho dos acordados! A anarquia dos silenciosos. Dos eleitos de si mesmos.