Análise dos discursos de posse dos Ministros de Estado das Relações Exteriores, senhor José Serra em 2016 e do senhor Aloysio Nunes Ferreira no Palácio Itamaraty em 07 de março de 2017

Por Iran de Brito Costa- 

Ivan Texeira Costa Coelho-corretor de língua portuguesa

 

O ex-senador da Republica José Serra- economista de formação - ao ter a posto de Ministro de Estado das Relações Exteriores no Palácio do Itamaraty tendo seu discurso durante o cerimônia de posse apresentou as dez diretrizes que vão nortear a nova política externa do País. Embora, ele não possua carreira diplomática dentro do Instituto Rio Branco (IRbr) foi nomeado pela sua Excelência Sr. Michel Temer - Presidente da Republica Federativa do Brasil - por motivo politico-partidário. Desta forma, o chanceler José Serra anunciou sua primeira diretriz de não se orientar pelos valores do governo e jamais de um partido. O discurso de despartidarização segue a ruptura geral promovida pela politica nas palavras dele. O texto destaca o papel da diplomacia brasileira a refletir os legítimos valores da sociedade brasileira e os interesses da economia, a serviço de todos. Contudo, a palavra democracia apareceu única vez no texto enquanto a diplomacia seis vezes mencionando a sua 1 Acadêmico de Relações Internacionais da Universidade Federal do Amapá – Unifap -, 8º semestre, [email protected] 2 Corretor de língua portuguesa Ivan Coelho Teixeira , [email protected] importância do Itamaraty, do cenário internacional, do auxilio aos brasileiros e principalmente na politica Externa Brasileira. No contexto geral, o ministro mencionou a palavra intercambio no lugar de cooperação técnica sul-sul ou norte-sul ao referir-se a atores internacionais como: Europa, Ásia, África, América latina. Nesse sentido, ao ver o gráfico comparativo da ABC- Agencia Brasileira de Cooperação, o Brasil teve uma balança comercial em crescimento favorável sobre a gestão Lula , segundo discurso do embaixador Celso Amorim, para uma entrevista no canal do MRE, o Brasil de mil e mil chega a 1 milhão contrapondo as palavras do Chanceler Serra ao dizer “o serviço do Brasil como um todo e não mais das conveniências e preferências ideológicas de um partido político e de seus aliados no exterior” , ou seja as ideologias comunas são importantes no processo de fazer negócios internacionais para o Embaixador Amorim. Apesar de salientar no seu texto que “a nossa diplomacia, não tenho dúvida, terá de, gradualmente, atualizar-se e inovar, e até mesmo ousar, promovendo uma grande reforma modernizadora nos objetivos, métodos e técnicas de trabalho.” Por conseguinte, o discurso foi promover o Brasil rumo à politica liberal descrita como o Delineamento da Nova Política Externa Brasileira, ou seja, o Brasil nesse sentido é o mais aberto do mundo. Ao passo que o Ministro de Estado das Relações Exteriores Sr. Aloysio Nunes Ferreira é ex- Senador da República (PSDB-SP) também no ato solene de posse no Itamaraty se tornou o novo e atual ao cargo de Chanceler da Republica Federativa do Brasil. Formou-se em Direito pela Universidade de São Paulo, em 1967, e cursou Economia Política pela Universidade de Paris VII (1969-1972) e Ciências Políticas pela Universidade de Paris I (1972-1974), dessa forma, o nomeado pelo presidente Sr. Michel Temer o mais próximo das temáticas sobre as relações internacionais, também vinculado ao cargo por viés de politica partidária. No que tange à politica partidária, aproximou-se do seu antecessor na pasta de Relações Exteriores, José Serra. Foi o seu braço-direto tanto na Prefeitura de São Paulo (2005.- 2006) quanto no governo do estado (2007-2010). Mesmo com os ataques duros do PSDB ao PT na época do escândalo do mensalão em 2005. Já no aspecto textual seu discurso abarca a posse de Ministro de Estado e também como norteará a gestão ao iniciar - Querido amigo José Serra- a simpatia e reconhecimento perante o corpo diplomático e seu carisma ao Ex- Ministro do mesmo posto. Ao começar o texto, a palavra Politica Externa (10 vezes citadas) foi bem mencionada ao longo de sua redação e abrangendo como primordial à Diplomacia Brasileira levando em consideração aos interesses nacionais , assim em comparação ao discurso do Ministro José Serra, essa palavra fora citada poucas vezes no seu discurso de posse ( três vezes). Outro ponto em destaque foi citar o Barão do Rio Branco. Este, fora referência na formação da chancelaria brasileira e sem expressão pelo ex- senador Serra durante seu pronunciamento. Os direcionamentos são equivalentes nos parágrafos: meio ambiente (Brasil, papel de relevo no encaminhamento das questões de meio ambiente, de mudança do clima e de desenvolvimento sustentável); reconhecimentos do corpo diplomático brasileiro e melhoria salarial aos funcionários da casa; politicas no que diz não buscam compaixão assistencial, mas investimentos e parcerias empresariais e tecnológicas para a África; diplomacia mais atuante e agressiva no Mercosul alinhada com os reais valores e os legítimos interesses nacionais e direitos humanos. Tanto o Ministro Aloysio Nunes quanto o Ministro José Serra têm uma concepção liberal ao afirmar “A nossa posição frente à Venezuela é emblemática do papel que queremos desempenhar na América Latina e no mundo, em destaque sem ceder às tentações fáceis do populismo”, ou seja, a política externa tem que estar a serviço do País e não dos objetivos de um partido. O Ministro Nunes foi enfático em três características qualitativas e essenciais para desempenhar sua profissão a serviço da nação brasileira , a seguir . O primeiro, nossa política externa esteja sempre alinhada com os reais valores e os legítimos interesses nacionais. A segunda, política externa um instrumento para buscar novas oportunidades para o desenvolvimento material de nosso país. O terceiro, Política externa é o honroso ofício dos servidores do Itamaraty. Por fim, o alinhamento de pensamento político: o Itamaraty nessa nova fase da vida brasileira e das relações internacionais é um condutor da nossa política externa e o Brasil é um ator global que continuará a assumir suas responsabilidades sem titubeios à luz do Ministro Aloysio Nunes Ferreira.