RESUMO 

O objetivo deste artigo é demonstrar que a Teoria das Restrições (TOC) destaca-se como uma ferramenta que pode auxiliar na identificação dos problemas logísticos, assim como facilitar a análise e melhoria. Sendo possível observar também avanços canais reversos de embalagens de óleo lubrificante à luz da teoria das restrições em postos de combustíveis.

PROBLEMATIZAÇÃO

No Brasil, a necessidade de uma gestão adequada é destacada em sua legislação. Por meio da Resolução CONAMA 362 de 2005, foi determinado que seja feita a reciclagem dos lubrificantes. Além disto, foi instituída em 2010 a Política Nacional de Resíduos sólidos (PNRS) que, dentre seus mecanismos, estabelece a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto e a logística reversa do mesmo.

Um dos principais impedimentos para o desenvolvimento da logística reversa em algumas empresas é o custo que essas atividades podem trazer para um determinado negócio. Todavia, este sistema também pode ser visto como um fator de diferenciação no mercado por parte das companhias que o utilizam como forma de defender sua imagem corporativa. Em todo caso, a logística reversa deixou de ser uma opção e de acordo com a legislação brasileira passou a ser uma obrigação.

Portanto, as empresas que ainda não desenvolvem um sistema logístico reverso para seus produtos pós-consumo no Brasil deverão em breve apresentar ao governo propostas de gestão mais sustentáveis de seus resíduos gerados (NASCIMENTO, 2014), observando-se que essa questão já está normatizada para os resíduos gerados em postos de gasolina.

No entanto, os postos de combustíveis têm dificuldades em atender às normas, em função de problemas na cadeia logística reversa das embalagens. Nesse sentido, a Teoria das Restrições (TOC) destaca-se como uma ferramenta que pode auxiliar na identificação dos problemas logísticos, assim como facilitar a análise e melhoria. A TOC é uma teoria desenvolvida pelo físico israelense Eliahu M. Goldratt, a partir do livro “A Meta” (The Goal), de 1985 que defende a aplicação de ferramentas e soluções inovadoras em áreas específicas da empresa, visando o aumento da produção a partir da tomada de decisões mais eficazes, tendo como estratégia um método de controle e planejamento da produção denominado Tambor-Pulmão-Corda (TPC).

Diante do exposto, esta pesquisa tem como base o seguinte questionamento: Quais os canais reversos das embalagens de óleo lubrificante nos postos de combustíveis no município de Belém do Pará?

 

JUSTIFICATIVA

Justifica-se a relevância do estudo na medida em que a questão ambiental, a preocupação ecológica e a crescente busca de alternativas de produção sustentável levam as organizações empresariais a planejar seus investimentos em estratégias organizacionais que resultem em ações antipoluentes, bem como na busca de mecanismos e estratégias de ação para incrementar o (re)aproveitamento de resíduos ou de materiais de produção, evitando dessa forma a exploração indiscriminada de novos recursos naturais e o acúmulo de materiais desperdiçados.

Assim é que, em busca do equilíbrio ambiental e do seu papel junto à sociedade, as empresas de revenda de postos de combustíveis, segmento considerado potencialmente poluidor, buscam se adequar de forma mais harmoniosa ao cumprimento da legislação ambiental e, consequentemente, à proteção ao meio ambiente. Diante dessa necessidade, surge a importância de se identificar a relação dessas empresas com o meio ambiente, através de medidas de gestão ambiental eficiente, através da aplicação de estratégias de logística reversa.

OBJETIVO

- Investigar, à luz da TOC, as principais restrições à utilização de canais reversos para as embalagens de óleo lubrificante nos postos de combustíveis no município de Belém do Pará.

ABORDAGEM TEÓRICA 

A LOGÍSTICA REVERSA

           De acordo com Lacerda (2005, p. 2): “logística reversa é o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo de matérias-primas, estoque em processo e produtos acabados (e seu fluxo de informação) do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de recapturar valor ou realizar um descarte adequado”.

            A descartabilidade de um produto é que dá início ao processo de logística reversa. “O foco de atuação da logística reversa envolve a reintrodução dos produtos ou materiais à cadeia através do ciclo produtivo” (CHAVES; MARTINS, 2005).