ANÁLISE DO PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO DA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO PROFESSORA FRANCISCA GOMES DOS SANTOS

Carmem Lucia da Paz

Aluna Concluinte do curso de Licenciatura em Educação Física/FAISA.

E-mail [email protected]

Edna Costa de Carvalho

Aluna Concluinte do curso de Licenciatura em Educação Física/FAISA.

E-mail [email protected]

José Robertto Zaffalon Júnior

Professor Orientador do curso de Licenciatura em Educação Física (colaborador) – FAISA.

[email protected]

Resumo

O Projeto Político Pedagógico é um documento que faz parte do dia a dia de uma escola, tornando-se ferramenta indispensável na regulação de todas as atividades desenvolvidas por todos os estabelecimentos de ensino. A Escola Estadual de Ensino Médio Francisca Gomes dos Santos é uma instituição pública vinculada ao governo do estado do Pará e está situada no município de Medicilândia e atende uma demanda anual de aproximadamente oitocentos alunos, funcionando no período vespertino e noturno atendendo alunos oriundos da zona urbana e rural do município de Medicilândia nas séries de primeiros, segundos e terceiros anos do Ensino Médio regular etapa final da Educação Básica. O presente trabalho tem como objetivo analisar o Projeto Político Pedagógico da Escola Estadual Francisca Gomes dos Santos através de uma Análise Documental Exploratória Descritiva, com abordagem qualitativa do documento. A análise foi direcionada para Disciplina de Educação Física e a participação do Professor da disciplina de Educação Física no processo de construção do Projeto Político pedagógico da Escola. Verificou-se que a disciplina de Educação Física está vagamente mencionada no Projeto Político pedagógico da escola e que o professor de Educação Física também participou do processo de elaboração. Observou-se que o Projeto Político pedagógico deve estar em constante reformulação e que o referido documento teve sua elaboração no ano de dois mil e dez e desde então não foi mais reformulado.

Palavras-Chaves: Ensino Médio, Educação Física, Projeto Político Pedagógico.

 

1 INTRODUÇÃO.

Projeto Político Pedagógico é um documento baseado na Legislação em vigor, e na Lei de Diretrizes Educacionais. É um projeto devido reunir sugestões reais e executáveis, é considerado político devido trabalhar com as necessidades de cada comunidade devendo se adequar a realidade de cada grupo, pedagógico por definir e organizar atividades e projetos educacionais referentes ao ensino aprendizagem.

É um documento que norteia o sistema escolar, apontando sugestões e possibilidades de resolução na ocorrência de possíveis problemas que poderão vir a surgir no decorrer do ensino aprendizagem, orientando formas administrativas, para o bom andamento da instituição, e organizações físicas e estruturais

Sabendo-se da importância de se planejar para melhor alcançar os objetivos programados dentro do ensino aprendizagem do alunado, e também da organização da instituição em geral, os professores são parte importante neste processo, são norteadores do projeto político pedagógico da escola. O professor de Educação Física, assim como os demais professores, tem a incumbência de nortear o ensino das disciplinas que ministram, dentro da proposta curricular da disciplina no Projeto Político Pedagógico.

A Disciplina de Educação Física dentro do contexto escolar, visando o caráter de formação do indivíduo, onde a mesma busca diferentes formas de ensinar, usando a ludicidade diversificada, esportiva e interativa, despertou o interesse pelo tema e pelo Projeto Político Pedagógico da Escola Estadual de Ensino Médio Professora Francisca Gomes dos Santos.

Assim, o presente trabalho tem como objetivo analisar a disciplina de Educação Física dentro do Projeto Político Pedagógico da Escola Estadual de Ensino Médio Francisca Gomes dos Santos em Medicilândia estado do Pará.

 

2 REFERENCIAL TEÓRICO.

 

2.1 O QUE SÃO PROJETOS POLÍTICOS PEDAGÓGICOS.

 

A Educação é um direito Constitucional assegurado a todos os Brasileiros a partir dos quatro anos de idade e os naturalizados, conforme o Art. 205, “ A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL 1988). A Educação é um dos direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros, mas já no campo dos deveres ela é dividida entre o estado e a família, e também deverá ser promovida pela sociedade com o objetivo de qualificar para o mercado de trabalho e promoção da cidadania.

Todo meio educacional visa concretizar seus alvos pedagógicos, cumprindo suas metas e realizando seus sonhos. Segundo a “LDB- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/1996, em seu título I Art. 1º inciso 1º Esta lei disciplina a Educação Escolar, que se desenvolve predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias”. A lei neste artigo trata da necessidade de organizar o ensino institucional. É baseada nesta lei que toda escola deverá elaborar seu próprio projeto político pedagógico e o mesmo servira de norteamento para a construção das normas e regras que direcionarão o funcionamento da instituição.

Para Veiga (2002 Pag. 03).

 

Para que a construção do projeto político-pedagógico seja possível não é necessário convencer os professores, a equipe escolar e os funcionários a trabalhar mais, ou mobilizá-los de forma espontânea, mas propiciar situações que lhes permitam aprender a pensar e a realizar o fazer pedagógico de forma coerente.

 

O Projeto Político Pedagógico é um instrumento de orientação a ser seguido por todos gestores escolares, e também deverá ser atualizado regularmente para que suas informações não se tornem defasadas. Para que o Projeto Político Pedagógico, atenda às necessidades da organização escolar, deverá ser organizado, projetado e planejado com a participação de todos os profissionais e classes estudantis, assim como as famílias, e os professores se adaptar as mudanças diárias procurando se atualizar e se qualificar com a atualidade do ensino, organizando tarefas e desempenhando sua função de forma confiante.

Para Veiga (1998, p.1), o Projeto Político Pedagógico é mais que um conjunto de orientações e informações, e que conduz o caminho correto para a realização das atividades e propostas que lhe são incumbidas, e que o mesmo não deve ser elaborado e arquivado, ou tão somente encaminhado as autoridades educacionais visando provar a obrigatoriedade que o mesmo incorpore nos deveres burocráticos, pois toda ação desempenhada no âmbito escolar é resultado do projeto, o mesmo deverá ser elaborado, flexível e acessível a todos, constituintes da classe escolar.

Entende-se que, o projeto político pedagógico, não é apenas um documento contendo propostas para atividades educacionais, que direcionam o caminho a ser seguido, o mesmo é uma ferramenta a ser utilizado como guia em cada tomada de decisão, também deverá ser construído para o crescimento do ensino aprendizagem e não somente como forma de cumprimento de leis educacionais.

O Projeto Político Pedagógico tem como função a constituição de artifícios que embasam a organização do processo pedagógico das escolas, visando a eliminação de competições, autoritarismo e individualismo, impondo uma ruptura com o mando impessoal no contexto escolar delegando poderes de forma igualitária dentro do meio estudantil. Direcionando os trabalhos a dois rumos. Segundo VEIGA (1998, p. 2), o primeiro sendo a organização da instituição em geral, e o segundo sendo a organização das salas de aulas. Entende-se que o Projeto Político Pedagógico visa nortear o meio educacional em sua globalidade.

Desta forma, tem-se a visão de dois métodos organizacionais, sendo o primeiro direcionado a coordenação e administração da instituição e o segundo direcionando as salas de aulas, onde deverá haver a participação o respeito de ideias diferenciadas de professores e alunos, deste modo tende-se a formação de sujeitos participativos, críticos e democráticos.

Um exemplo de como está a educação no Brasil e bem definido por Gandin e Gandin, (2011, p.32):

 

A Escola não foi capaz de se recriar para servir a toda população que dela necessita. Continua com conteúdo preestabelecidos, com notas e com professores falando o tempo todo, coisas que não servem para ninguém, mas que são suportadas por aqueles que, de algum modo, tiram proveito disso.

 

Nesta visão, compreende-se que a escola por mais que tente organizar seus ideais, tem se sobrecarregada de obrigações muitas delas, delegadas aos pais, responsáveis ou até a sociedade. Sentindo a necessidade de educar os filhos fazendo o papel de seus genitores, não por ser sua função, mais pela necessidade que lhes é incumbida, em decorrência da sociedade sem compromisso com o dever social.

Acredita-se que para obter sucesso educacional, um dos requisitos é o amor dedicado aquilo que fazemos, além da coragem de tentar mudar o desempenho dos alunos, somando com a adaptação que o profissional deve ter, permitindo desta forma que as aulas se tornem momentos de prazer e troca de conhecimentos, delegando aos discentes momentos de acolhimento, lembrando que o professor direciona seu trabalho em prol da melhoria da formação do alunado, direcionando seus planejamentos no progresso do conhecimento educacional.

Segundo a “LDB nº 9.394/96, no seu título II Art. 3º § III - Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; § VII – Valorização do profissional da educação escolar; § VIII – Gestão democrática do ensino público, na forma desta lei e da legislação dos sistemas de ensino; § X Valorização da experiência extraescolar”. Nestes artigos a lei trata da diversidade de ideias tanto no sentindo político quanto no sentido pedagógico da educação, da necessidade de valorizar os profissionais da educação e de ter uma gestão participativa na política de gestão da escola, tratando-se do Projeto político pedagógico o mesmo deve ser elaborado com a colaboração da equipe pedagógica da escola, comunidade escolar (pais e alunos) levando em consideração as necessidades dos alunos e suas vivencias em comunidade sem esquecer das diversidades sociais e culturais da comunidade.

Na visão de (Oliveira 2005), o meio escolar tem sido alvo de questionamento a respeito de sua função perante as mudanças sociocultural, financeira e política. Isto vem causando, reinvindicações capitalistas, dentre as quais: 1ª) institucionalização de fins educacionais voltados ao mercado trabalhista; 2ª) exigência de aptidões e capacitação tornando mais flexíveis e preparados para sua atuação profissional; 3ª) a implantação de práticas educadoras melhor ajustadas para a transmissão de conhecimentos e informações à sociedade; 4ª) melhoria no trabalho do professor baseando-se em expectativas para seus desígnios e alvos corretamente definidos.

O âmbito escolar vem sendo questionado sobre as mudanças ocorridas na sociedade em seus aspectos culturais, sociais e políticos, desencadeando debates sobre os mesmos, focando na capacitação, flexibilidade e preparação, de professores e alunos para o mercado de trabalho, com planejamento educacional acessível que leve informações e transmita conhecimentos a comunidade e o direcionamento do trabalho do educador com atualização permanente, contemplando suas expectativas desejos e objetivos.  

Essa junção de cobranças e metas que a escola em geral tenta desempenhar no seu processo educacional, desencadeia a formação e a elaboração do Projeto Político Pedagógico. Isso visa o melhoramento em todos os níveis, pois “A Educação Física é parte do projeto geral de escolarização e, como tal, deve estar articulada ao projeto político-pedagógico, pois tem seu objeto de estudo e ensino próprios, e trata de conhecimentos relevantes na escola” (PARANÁ 2008, p.50).

Com base nisso, observa-se que deverá haver um empenho, maior dos funcionários, docentes, gestores, administradores e familiar, na busca de um ensino aprendizagem que satisfaça todas as expectativas, tanto do alunado, como de todo corpo escolar. A sociedade em geral cobra da escola um ensino de qualidade visando uma melhor capacitação dos jovens para o mercado de trabalho, isso vem da exigência e da tecnologia que o mercado vem sofrendo em decorrência de muita concorrência comercial que o mundo do trabalho alcançou.

     

2.3 O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA ESCOLA E SUA RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO MÉDIO.

 

Com a consolidação dos documentos que regem a Educação Básica das Escolas Brasileiras, houve uma grande resolução a partir de 1990, os conteúdos curriculares da Disciplina de Educação Física tiveram um atraso, devido a exposição da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB n. 9394/96), o Ministério da Educação (MEC) ofereceu os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o currículo da Educação Física, passando a responsabilidade aos Estados e Municípios, minimizando o currículo e propondo ideias para além dos Parâmetros Curriculares (PARANÁ, 2008, p.47).

Baseando-se em tais informações conclui-se que, a disciplina de Educação Física teve grande perca referente a seus conteúdos com a organização dos documentos que norteiam a educação no pais.

E com a publicação das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), que originou-se na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, surgindo a união das normas que regem o sistema Educacional, e em 1999, foram elaborados os (PCN’s), Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio, e tem por função orientar e planejar o Currículo Escolar, e são debatidas, idealizadas e anexadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).“As Diretrizes Curriculares Nacionais são um conjunto de definições doutrinárias sobre princípios, fundamentos e procedimentos na Educação Básica que orientam as Escolas na organização, articulação, desenvolvimento e avaliação de suas Propostas Pedagógicas” (BRASIL, 2013).

A LDB em seu título, IV Art. 12º fala que os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: § 1º Elaborar e executar a sua proposta pedagógica. Neste paragrafo a lei fala da liberdade que cada escola tem de criar a sua proposta pedagógica de acordo com os PCN’s levando em consideração a sua realidade local.

São através dessas diretrizes curriculares, que o sistema Educacional é regido, sendo que, qualquer decisão que a escola for tomar deverá consultar e se orientar pelas normas educacionais, preservando a autoridade e o planejamento pedagógico escolar, selecionando os conteúdos que visem ser de maior importância à formação do currículo Escolar, dando ênfase ao perfil do alunado, o local de inserção e outras relevâncias locais.

Gandin e Gandin (2011) afirmam que, a construção dos Projetos Políticos Pedagógicos, norteiam e organizam os documentos, e é através deles que se baseiam os trabalhos da escola no campo do contexto histórico, e que caracterizam a individualidade de cada projeto.

 A construção dos Projetos Políticos Pedagógicos, é de fundamental importância para a organização dos documentos que irão reger a formação de todo conteúdo escolar de qualquer instituição de ensino, desde seu contexto histórico, até as normas que regem o andamento das atividades atuais.

A partir, da década de oitenta, com a democratização do País, ao findar a ditadura Militar, a escola Brasileira se torna um espaço alcançável, de direito aos cidadãos, que desejam aperfeiçoar seus conhecimentos. Portanto, entende-se que, não é apenas espaço físico, mas a adoção de medidas concernentes aos profissionais da educação, visando a qualidade do ensino aprendizagem.

 

Entendemos que uma escola precisa tomar em suas mãos o compromisso político e pedagógico para garantir uma educação de boa qualidade, caminhar em busca de uma autonomia crítica e coletiva, e para isso a integração de saberes e atitudes políticas dos educadores acena como uma possibilidade de transformação. (Revista Brasileira de Educação Física e esporte, 2012)

 

As escolas necessitam se comprometer com os projetos Políticos Pedagógicos focando na qualidade do ensino, critico, e coletivo, homogeneizando saberes e atitudes dos profissionais buscando mudanças que priorizem os alunos.

No campo da docência, e em particular na educação física, são inúmeros os obstáculos enfrentados, e que deverão ser refletidos, criticados e consultado sobre o ambiente geral da escola, alguns deles são: estrutura organizacional, sobre carga de trabalho, organização curricular, critério de organização e coordenação pedagógicas, entre outros. Onde a estrutura escolar e organizacional, não contribui para o trabalho coletivo, e os profissionais encontram muitas barreiras ao apontar mudanças visando a defasagem dos conteúdos e da estrutura existente, devendo ter em vista a melhoria da coletividade, coerência, dialética e com objetivos em comum.

Os PCN’s, defendem a Educação Física como formação de pessoas ativas, dando ênfase a Educação voltada para a saúde, “uma Educação Física atenta aos problemas do presente não poderá deixar de eleger, como uma das suas orientações centrais, a da educação para a saúde" (BRASIL 1999 p.156),

            A Educação Física é uma área que deverá priorizar pela saúde preventiva impondo o movimento ativo, pois através dele que o ser humano desenvolve habilidades motoras, cognitivas e psicossociais.

Para Venâncio e Darido (2012), os Conteúdos Curriculares planejados pelos professores estão direcionados às modalidades de esportes tais como: futsal, voleibol, basquete e handebol. Ficando, o atletismo, esportes radicais, natação, dança, ginástica, capoeira, lutas, conhecimento sobre o corpo, mídia e outros assuntos do gênero, a ser implantados nos momentos da Educação Física e debatidos com os estudantes por meio de planejamento participativo.

Sendo assim, os conteúdos planejados para serem ministrados nas aulas de educação física, ficam restritos aos esportes, deixando em segundo plano as atividades que despertam o raciocínio, utilizam os movimentos, a fantasia e o lúdico, desta forma, as aulas perdem referencial de interatividade, pois nem todos alunos gostam de praticar esportes.

Para a LDB, em seu título V capitulo II Seção I Art. 27º fala dos Conteúdos Curriculares que a Educação Básica, deve observar mais especificamente a Educação Física, no inciso IV, que trata da promoção do desporto educacional e as práticas desportivas formais, como parte do Currículo da Disciplina de Educação Física.

Observando as regras da LDB, em seu título V art. 27º, constata-se a necessidade de planejar com maior destaque, os conteúdos das aulas de educação física, e no seu inciso lV, a organização dos esportes, no currículo escolar, e a organização de campeonatos e projetos esportivos, interagindo com as aulas de Educação Física.

Um grande desafio encarado pelos profissionais da Educação, e em especial pela Educação Física, sempre foi acompanhar as transformações do mundo, e repassar há um grupo numeroso de alunos, com ideias e personalidades diferentes, tentando orientar um raciocínio, que na maioria das vezes não convence nem o próprio educador. “Como processo dinâmico que é, a educação nunca terá condições de dar-se por completa, mas sempre estará por ser redimensionada, readequada ao modo mais coerente de perceber e vivenciar a realidade. E, caberá sempre ao educador formado ou em formação ser partícula viva e latente dentro do sistema”.LDB (ARAUCÁRIA, 2010).

 

3 METODOLOGIA.

 

O presente trabalho é resultado de uma análise Documental exploratória descritiva, com abordagem qualitativa do Projeto Político Pedagógico da Escola Estadual de Ensino Médio Francisca Gomes dos Santos. Pesquisa Documental, segundo Godoy (1995) é “o exame de materiais de natureza diversa, que ainda não receberam um tratamento analítico, ou que podem ser reexaminados, buscando-se interpretações novas e/ou complementares, constitui o que estamos denominando pesquisa documental”. Entende-se que, pesquisa Documental é a avaliação feita em documentos de várias naturezas, e que constituem um agrupamento de dados, e que poderão estar em constante reformulação, utilizando novas explanações ou complementações.

Para Marconi e Lakatos (2003) pesquisa exploratória é a “leitura de sondagem, tendo em vista localizar as informações, uma vez que já se tem conhecimento de sua existência”. Ou seja, é a análise de documentos já existentes, sem fazer qualquer alteração em seu conteúdo, porém aprimorando novas hipóteses.

Esta pesquisa será uma análise documental, com abordagem qualitativa, e o documento a ser analisado será o Projeto Político Pedagógico da Escola Estadual de Ensino Médio Francisca Gomes dos Santos, e sua elaboração se deu pela participação dos diferentes segmentos da comunidade escolar no ano de 2010.

  Para Oliveira (2011, p.25), “A pesquisa qualitativa é entendida, por alguns autores, como uma expressão genérica. Isso significa, por um lado, que ela compreende atividades ou investigação que podem ser denominadas específicas”, compreende-se por pesquisa qualitativa o exame de documentos referentes a tese, e a abordagem unanime dos dados.

Após o termino da pesquisa, e de posse dos resultados, será feito uma análise dos dados coletados, e elaborado um texto em forma de descrição, e após, será feita a discussão sobre as informações adquiridas.

   

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES.

 

Ao analisar todo o Projeto Político Pedagógico da Escola Estadual de Ensino Médio Francisca Gomes dos Santos, percebeu-se que a Educação Física está implicitamente citada dentro da Organização Curricular na parte que se refere as áreas de conhecimento no item I Linguagens, Códigos e suas Tecnologias.

Para os PCN’s (BRASIL, 2000, p.18 e 19) [...] “A organização em três áreas [...] tem como base a reunião daqueles conhecimentos que compartilham objetos de estudo e, portanto, mais facilmente se comunicam, criando condições para que a prática escolar se desenvolva numa perspectiva de interdisciplinaridade”. A Educação Física encontra-se dentro da área de Linguagens, Códigos e suas tecnologias devido fazer parte das disciplinas que trabalham com a linguagem, mais especificamente corporal e lúdica.

Para os PCN’s (BRASIL, p.137), o convívio humana pode se concretizar através de palavras (linguagem verbal) ou por meio de outros símbolos (linguagem não-verbal). Há fundamentos comuns entre todos esses emblemas, com enfoque para o fato de terem sido elaborados pelo homem com alvos específicos. Trata-se, pois, de ajustes, variáveis de acordo com as precisões e necessidades do grupo social. Esses ajustes podem ser agrupados em conjuntos conhecidos como códigos. Os gestos e os movimentos fazem parte das soluções de comunicação que o ser humano utiliza para divulgar seus sentimentos e sua individualidade, informar atitudes impessoais e prestar subsídios.

A capacidade humana de se comunicar aumenta a partir do momento em que o indivíduo se disponibiliza a realizar atividades que envolvam outras pessoas, destacando-se também em atividades que são necessárias a utilização da comunicação através de movimentos e gestos.

Segundo (VENÂNCIO e DARIDO 2012), “Conhecer a dimensão física do espaço escolar em princípio parece não ser tão importante(...), pois é nesse espaço que as relações sociais acontecerão e consequentemente o resultado dessas relações interferirá significativamente no processo educativo, gerando também tensões e conflitos internos”.

A Educação Física escolar é grande exploradora dos espaços físicos externos das escolas, pois apesar da criatividade dos professores a falta de espaço pode limitar substancialmente o currículo da disciplina de Educação Física.    

Segundo entrevista feita pelas autoras com professores da Disciplina de Educação Física de escolas de São Paulo, obteve tais informações (VENÂNCIO e DARIDO 2012), a parte arquitetônica da escola torna limitante o trabalho a ser desenvolvido pelos profissionais, tornando desconhecido o trabalho que é realizado durante as aulas de Educação Física, deixando a entender que a quadra e/ou os espaços utilizados por professores e alunos são de inteira responsabilidade  dos professores de Educação Física.  

Percebe-se o isolamento que a disciplina de Educação Física e o espaço que a mesma utiliza, ficam evidentemente separado do restante da estrutura arquitetônica da escola, tornando a disciplina de Educação Física menos demonstrada do que as demais disciplinas.

Para a LDB, em seu título IV, Art. 12 em sua alínea I fala da incumbência dos sistemas de ensino elaborar e executar a sua proposta pedagógica em complemento ao artigo 12 o  artigo 13 fala da incumbência dos docentes, dentre elas, destacam-se três a I,II e VI, a I fala da necessidade dos docentes participarem da elaboração da proposta pedagógica da escola, o II fala da responsabilidade dos docentes em elaborar e executar o plano de trabalho e a VI trata do auxílio dos docentes na organização de atividades que envolvam a escola, a família e a comunidade.

Podemos perceber que na apresentação do Projeto Político Pedagógico da Escola Estadual de ensino Médio Francisca Gomes dos Santos ficou implicitamente entendido que houve a participação de todos os docentes do corpo escolar, inclusive o professor da disciplina de Educação Física. Segundo o que consta no Projeto Político Pedagógico da Escola Estadual de Ensino Médio Francisca Gomes dos Santos (Pará 2010 em sua Pag. 02) “[...] foi elaborado com a participação dos diferentes seguimentos da comunidade escolar”. Sem haver nenhum registro sobre a participação ou não do professor de Educação Física na elaboração do Projeto Político Pedagógico da Escola Estadual de Ensino Médio Francisca Gomes dos Santos, ficou subjetivamente entendido que houve a participação do mesmo.

 

5 CONSIDERAÇOES FINAIS.

 

            Ao analisar o Projeto Político Pedagógico da Escola Estadual de Ensino Médio Francisca Gomes dos Santos, percebe-se que todos os elementos constitutivos de um Projeto Político pedagógico foram mencionados na sua elaboração como: Finalidade da Escola; Estrutura Organizacional; Currículo; Calendário Escolar; Relações de trabalho e avaliação.

            Dentro do Projeto Político Pedagógico da Escola Estadual de Ensino Médio Francisca Gomes dos Santos ficou subjetivamente entendido a disciplina de Educação Física na Organização Curricular dentro das áreas de conhecimento do Currículo do Ensino Médio na sua Base Nacional Comum na área I Linguagem, Códigos e suas tecnologias.

            Analisando os espaços físicos da escola mencionados em seu Projeto Político Pedagógico, percebe-se que a escola dispõe de pouco espaço para desenvolver as aulas práticas de Educação Física, contando apenas com uma quadra poliesportiva, podendo desta forma limitar a atuação do Professor de Educação Física, que muitas vezes privilegia alguns conteúdos pela facilidade de adequar conteúdo/espaço a sua pratica pedagógica.

            Ficou latente a participação do Professor da Disciplina de Educação Física, visto que, na apresentação do documento referência que houve a participação de todos os segmentos da comunidade escolar, considerando que o professor da disciplina de Educação Física faz parte do corpo docente da referida escola e o mesmo e parte fundamental no processo de elaboração da proposta pedagógica da escola, fica evidenciado a sua participação em todo o processo.

            O Projeto Político Pedagógico é um documento aberto construído coletivamente que deverá estar sempre acessível a novas possibilidades de discussões, sugestões e encaminhamentos num processo dinâmico e constante de reorganização.

 

6 REFERÊNCIAS

 

BRASIL. COLEGIO ESTADUAL PROFESSORA ALGAVIRA B. PINTO. . Projeto Politico Pedagógico. Araucária/Brasil: Colégio Estadual Professora Algavira B. Pinto, 2010. 312 p. Disponível em: . Acesso em: 11 maio 2016.

 

BRASIL. Constituição (1988). Constituição Federal de 1988.

 

 BRASIL. MEC. (Org.). PCN + Ensino Médio: Linguagem, Códigos e suas Tecnologias. Brasília: Mec., /. 241 p. Disponível em: . Acesso em: 10 maio 2016.

 

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: Secretaria de Educação Média e Tecnológica, 1999.

 

BRASIL. MINISTERIO DA EDUCAÇÃO. (Ed.). Parâmetros Curriculares: Ensino Médio. Brasília: Mec, 2000. Disponível em: . Acesso em: 02 maio 2016.

 

 BRASIL. MINISTERIO DA EDUCAÇÃO. . Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica. Brasilia: Mec, 2013. 565 p. Disponível em: . Acesso em: 10 maio 2016.

 

BRASIL. SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DO PARANÁ. (Org.). Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Educação Física. Paraná: Secretaria de Estado de Educação do Paraná, 2008. 92 p. Disponível em: . Acesso em: 20 abr. 2016.

 

CÂMARA DOS DEPUTADOS. Ldb. Disponível em: . Acesso em: 04 jan. 2016.

 

GANDIN, Danilo; GANDIN, Luís Armando. Temas para um projeto politico-pedagógico. Petrópolis: Vozes, 2011. 176 p

.

GODOY, Arilda Schmidt. Pesquisa Qualitativa: Tipos Fundamentais. Revista de Administração de Empresas Rae, São Paulo, p.20-29, jun. 1995. Bimestral. Disponível em: . Acesso em: 06 maios 2016.

 

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos da metodologia cientifica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003. Disponível em: . Acesso em: 06 maio 2016

.

OLIVEIRA, João Ferreira de. A Construção Coletiva do Projeto Politico-Pedagógico (PPP) da Escola. 2005. 4 f. TCC (Graduação) - Curso de Pedagogia, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2005.

 

OLIVEIRA, Maxwell Ferreira de. Metodologia cientifica: Um manual para a realização de pesquisas em administração. 2011. 73 f. Tese (Doutorado) - Curso de Administração, Universidade Federal de Goiás, Catalão, 2011. Disponível em: . Acesso em: 02 maios 2016.

 

REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO FISICA E ESPORTE. São Paulo: Escola de Educação Física e Esporte-eefe, 2012. Trimestral. Disponível em: . Acesso em: 15 abr. 2016.

 

SANTOS, Escola Estadual de Ensino Médio Professora Francisca Gomes dos. Projeto Politico pedagógico. Medicilândia: Escola Estadual de Ensino Médio Professora Francisca Gomes dos Santos, 2010.

 

VEIGA, Ilma Passos. Projeto Politico da Escola: Uma Construção Coletiva. 2008. 10 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pedagogia, Universidade Federal de São Paulo, Campinas, 2008. Disponível em: . Acesso em: 20 abr. 2016.

 

 VEIGA, Ilma Passos. Projeto Politico-pedagógico da escola: Uma construção coletiva. 2002. 12 f. TCC (Graduação) - Curso de Pedagogia, Papirus, Campinas, 2002. Disponível em: . Acesso em: 28 abr. 2016.

VENÂNCIO, Luciana; DARIDO, Suraya Cristina. Educação Física Escolar e o Projeto Politico Pedagógico: Um processo de construção coletiva a partir da pesquisa-ação. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, Rio Claro, v. 01, n. 26, p.97-109, mar. 2012. Trimestral. Disponível em: . Acesso em: 14 maios 2016.

ANÁLISE DO PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO DA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO PROFESSORA FRANCISCA GOMES DOS SANTOS

 

Carmem Lucia da Paz

Aluna Concluinte do curso de Licenciatura em Educação Física/FAISA.

E-mail [email protected]

Edna Costa de Carvalho

Aluna Concluinte do curso de Licenciatura em Educação Física/FAISA.

E-mail [email protected]

José Robertto Zaffalon Júnior

Professor Orientador do curso de Licenciatura em Educação Física (colaborador) – FAISA.

[email protected]