ANÁLISE DO FILME SIM, SENHOR SOBRE A ABORDAGEM DE CARL ROGERS
Publicado em 23 de novembro de 2012 por Thabata Berro Wanderley
Introdução
O filme “Sim, Senhor”, narra a história de Carl Allen, um homem que apresentava comportamentos e atitudes de sempre dizer “não” aos convites e propostas que as pessoas faziam, mesmo antes de saber do que se tratavam. Porém ao ser convidado pelo seu amigo, á ir para uma espécie de culto, que ajudava a exercer o “sim” para todas as situações e circunstâncias da vida, Carl resolve seguir adiante esse programa e deste modo, passa a dizer “sim” para tudo que as pessoas promoviam e diante disso, passa a viver em função das situações que não condiziam realmente com suas pretensões.
Análise Crítica
A abordagem de Carl Rogers sobre o termo congruência vai ser descrito como uma precisão entre a experiência e a tomada de consciência, que em outras palavras pode ser entendida como sentimentos e experiências na qual a pessoa vivencia em determinado momento, que estão compreensíveis na consciência. (RIBEIRO, 2008).
A partir desta breve descrição, percebe-se que os comportamentos de Carl Allen no primeiro momento podem ser descritos como congruentes com seus pensamentos, pois o mesmo vivia de modo obstinado no fato de que precisava viver seu mundo, seu egocentrismo e transmitia de forma clara isso aos outros – ainda que sem a intenção do relato.
No segundo momento no decorrer do filme, ao aceitar responder positivamente para tudo o que lhe surgisse , está agindo de modo incongruente, uma vez que sua vontade de fazer algo, quase nunca está voltada a acordância de seus atos. Apesar de que, após a realização destes, ele sempre se sentia aliviado.
De tal modo este outro termo, “incongruente” nos remete a um novo conceito que vai contra o proposto por Rogers, referindo-se a agir de modo que não somos, e fazê-lo em função dos outros e do que esperam de nós, havendo um distanciamento do eu real (experiência vivida) e do eu ideal (imagem do eu), agregando-se de uma imagem impulsora daquilo que “devia ser”. (FONSECA)
Deste modo, fica claro que o objetivo do programa foi entendido erroneamente por Carl, na definição de que aceitar, neste aspecto, não é sinônimo de anuir com todos os atos de alguém.
No terceiro momento, após sofrer o acidente e conversar com o “Senhor Sim”, é cognoscível que, ele volta à congruência, porém de forma diferente, logo que, ao aceitar e ceder à mudança, a sua forma de pensar e, no entanto dar chances as novas possibilidades, a novas vivências, resulta numa pessoa melhor e mais sensata, capaz de estar de acordo com pensamentos mais coerentes, menos risíveis e este então passa, a saber, como comunicá-los. Ora isto, recapitulando, ser congruente nos remete em ser livres e autônomos. (FONSECA)
Entretanto, vivemos sobre uma sociedade alienada, que visa seus interesses individuais e sua própria vida. O segundo momento proposto no filme em relação ao programa, visto como uma “lavagem cerebral” foi uma forma de demonstrar a acriticidade que vem crescendo cada vez mais, e sem dúvida de forma desproporcional, que categoricamente pode ser visto como uma síntese de tudo o que o "american way of life” tem trazido, essa agressão ao ínfimo psicológico de cada um, onde as pessoas passam a dizer "sim" para tudo ininterruptamente em conseguimento desse fato, todos são levados a pensar massificadamente como os dominantes querem.
Referências
FONSECA, M.J.M. Carl Rogers: uma concepção holística do homem. Localizado em: < http://www.ipv.pt/millenium/Millenium36/4.pdf>.
RIBEIRO,E.C.M. Crianças que se revelam agressivas: um estudo fenomenológico sobre o reconhecimento da agressividade em escolares. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Pará, Instituto
de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em
Psicologia Clínica e Social, Belém, 2008.
Localizado em: < http://www.ppgp.ufpa.br/dissert/Elizabete_Ribeiro.pdf>.