PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Curso Ciências Contábeis

 

 

 

                                                        

 

 

Catarina de Oliveira Figueiredo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ANÁLISE DAS HABILIDADES E COMPETÊNCIAS DOS EGRESSOS DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS NO SEGMENTO DE AUDITORIA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

           

Belo Horizonte

 

 

 2015

Catarina de Oliveira Figueiredo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ANÁLISE DAS HABILIDADES E COMPETÊNCIAS DOS EGRESSOS DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS NO SEGMENTO DE AUDITORIA

 

 

 

 

 

 

 

Trabalho de Conclusão de Curso I apresentado ao curso de Ciências Contábeis da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Professor Orientador: Heloisa Helena Rocha Maia

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Belo Horizonte

 

 2015

1 INTRODUÇÃO

 

1.1  Contextualização do tema

 

O presente trabalho busca entender as necessidades do profissional contábil para atuação no segmento de auditoria, a fim de orientar aos gestores dos cursos de graduação quanto às evoluções precisas para adequação do mesmo, visando melhor atender as demandas de mercado.

1.2  Problema

 

A fim de nortear este trabalho, procura-se responder a seguinte indagação; o progresso econômico requer profissionais mais qualificados para atuarem nas entidades? Cabe aos cursos de graduação desta área realizar constantemente avaliações do processo de ensino e aprendizagem?

 

1.3  Objetivos

 

1.3.1    Objetivo geral

 

Analisar as necessidades do profissional contábil no segmento de auditoria, visando apresentar melhorias ao curso de Ciências Contábeis, a fim de delinear o perfil dos acadêmicos desejado pelo mercado.

1.3.2     Objetivos específicos

  • Identificar os pré-requisitos exigidos dos profissionais contábeis  pelo mercado de trabalho no segmento de auditoria;
  • Verificar quais são as principais defasagens do acadêmico;
  • Efetuar comparação entre o perfil do profissional descrito no currículo do curso, os aspectos que o mercado de trabalho requer e as expectativas dos acadêmicos.

1.4  Justificativa

O presente trabalho justifica-se pelo fato dos acadêmicos estarem inserido em uma sociedade altamente competitiva e qualificada, ou seja, um mercado de trabalho muito exigente logo se faz necessário um projeto de pesquisa afim de apresentar melhorias ao curso de ciências contábeis  para ajudar o profissional a alcançar melhores resultados em sua vida profissional.

A pesquisa se faz essencial para alunos que pretendem seguir uma carreira de sucesso, como o “mercado exige dos profissionais da área contábil um conhecimento maior que o processo especifico, busca-se um profissional com competências para atender negócios, visando orientar o gestor a participar das decisões de forma consciente”, devemos sempre analisar a melhor forma de atender estas expectativas, sendo assim desenvolver um trabalho a fim de buscar melhorias para os futuros profissionais.

1.5  Relevância

 

Um dos principais objetivos de um estudante é sem duvidas inserir no mercado de trabalho da melhor maneira possível, como a auditoria é um segmento expressivo na atuação profissional do contador para tal é necessário se manter sempre atualizado as novas necessidades das empregadoras ou até mesmo para gerir o próprio negocio.

Sendo assim o presente trabalho se faz relevante, pois o mesmo vai demonstrar as principais demandas e déficits dos cursos de ciências contábeis a fim de proporcionar um progresso nas entidades para atender melhor o futuro profissional.

 

1.6  Delimitação do estudo

 

A fim de se alcançar os objetivos propostos, o presente trabalho visa analisar o mercado de trabalho no segmento de auditoria, analisando as seguintes empresas: KPMG, Deloitte, Ernst & Young, PWC, Accenture, entre outras expressivas neste segmento, tendo como base empresas de grande porte, pesquisas cientificas e livros que tenham uma visão critica do futuro.

Sendo assim o estudo visa identificar o perfil dos estudantes concluintes do curso e dos profissionais contábeis que atuam no mercado e investigar junto aos acadêmicos e profissionais o perfil ideal para o profissional contábil em relação às habilidades e competências técnicas.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

 

2.1 A história da contabilidade no Brasil

 

Com a descoberta do Brasil em 1500, o país já iniciava os primeiros passos da história da área de contabilidade. Mas foi somente no século XVIII, no ano de 1770, para ser mais preciso que foi criada a primeira regulamentação da profissão contábil no Brasil. (COLUNISTA PORTAL, 2015)

A regulamentação do exercício da profissão contábil apareceu em 1770, e quando a família real veio para o Brasil iniciou-se o ensino contábil com a aula intitulada "Aula de Comércio da Corte". A Associação dos Guarda-Livros da Corte é a mais antiga instituição profissional e cultural da ciência contábil no Brasil.(SO CONTABILIDADE, 2015)

Apesar de sua implantação no início do século XIX, o ensino comercial demorou quase 100 anos para dispor de uma estrutura capaz de torná-lo mais bem preparado para atender as necessidades comerciais do país.

A primeira escola de contabilidade no Brasil, sob a forma de escola de comércio, foi a Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, que surgiu em 1902, em São Paulo, como Escola Prática de Comércio. Três anos mais tarde, o Decreto Federal nº 1 339/05 reconheceu oficialmente os diplomas expedidos pela Escola Prática de Comércio, instituindo dois cursos: um que se chamava curso geral (técnico) e outro denominado curso superior (graduação), citado por (COELHO, 2015).

O que é facilmente perceptível é que naquela época, assim como hoje, as exigências de mercado requeriam uma postura do profissional de busca  multidisciplinar, com o conhecimento ultrapassando em muito o aspecto essencialmente técnico, o que confirma o pensamento de Marion (2012, p.31), "sem doutrina, sem cultura geral, não se pode ambicionar plenitude no desempenho do exercício da profissão contábil.”

 

2.1.2 O perfil do profissional contábil

 

As características do profissional de contabilidade está se modificando ao longo dos tempos e assim, traz consigo novos padrões de comportamento, de desempenho e de nível de qualificação.

Segundo Silva (2010, p. 03), “o profissional contábil precisa ser visto como um comunicador de informações essenciais à tomada de decisões, pois a habilidade em avaliar fatos passados, perceber o presente e predizer eventos futuros pode ser compreendido como fator preponderante ao sucesso empresarial.”

Os contabilistas vivem em constantes mudanças atribuídas pela necessidade do mercado, como com a vinda das Normas Internacionais de Contabilidade e com a tecnologia cada vez mais avançada, estão passando por uma transformação no seu ofício. O mundo dos papéis, formulários, livros de controle e até mesmo as Notas Fiscais, agora, passam a ser digitalizados. O meio digital tornou o serviço contábil mais rápido, eficiente e um pouco menos burocrático,  dessa forma podemos ver que essas tecnologias exigem uma atualização profissional dos contabilistas e uma habilidade de lidar com o eletrônico cada vez maior, logo o perfil exigido deve sempre acompanhar as mudanças desejadas.

     Segundo Marion (2012, p. 39) o contador deve:

Desempenhar aqui um papel importante nas negociações inter-regionais, assessorando, pesquisando, trazendo informações e elementos que assegurem o fluxo de informação contínua, que leva a uma tomada de decisão racional, devendo oferecer  um serviço socialmente útil e profissionalmente eficiente, que não seja apenas fruto da experiência e da formação universitária recebida, mas também de seu compromisso de incrementar e renovar constantemente o caudal de seus conhecimentos em prol da unidade regional.

Assim sendo o profissional contábil deve estar sempre em atualização com o mercado, para melhor atender as demandas desejadas.

2.1.3 A importância do profissional contábil

 

Durante anos o profissional contábil foi visto apenas como um instrumento para fornecer informações tributárias, mas atualmente com o mercado muito competitivo, ele também é visto como uma ferramenta que auxilia os administradores nas decisões, e no processo de gestão, passando pelo planejamento, execução e finalizando no controle.

O contador necessita se adaptar e tomar frente ao papel de gestor da informação e utilizar seus mecanismos para interferir no processo de decisão da empresa. Nesse processo o contador exerce uma influência que é muito importante para construir um planejamento com objetivo na continuidade e na gestão de processos dentro da organização, pois o sucesso ou não da empresa dependerá da execução da sua função aliada a base de suas informações.

Conforme Marion (2012, p.23):

A contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração a tomar decisões. Na verdade, ele coleta todos os dados econômicos, mensurando-os monetariamente, registrando-os e sumarizando-os em forma de relatórios ou de comunicados, que contribuem sobremaneira para tomada de decisões.

2.2 O Auditor contábil

2.2.1 A história da auditoria

A auditoria surgiu da necessidade de controlar os registros contábeis, as movimentações financeiras e muitos outros fatores ocorridos na sua origem e evolução. (MARQUES, 2013, p18.)

A partir de 1946, com o Decreto-Lei 9295 que regulamentou a profissão de contabilista no Brasil, estabeleceu para o contador a exclusividade na execução dos trabalhos de auditoria e pericia. Até 1964, não havia, no Brasil, uma estrutura legal com a intenção de regular as atividades desenvolvidas no Mercado de Capitais.

Segundo Ricardino e Carvalho:

Um aspecto especialmente notável para o desenvolvimento da Auditoria no Brasil se observa na crescente presença de capital de risco estrangeiro no país. Nesse sentido, deve ser dado especial destaque para os anos 50, durante a chamada "industrialização da era JK" que efetivamente marcou a fixação de empreendimentos multinacionais no país, notadamente aqueles representantes da indústria automobilística. Tal presença deu motivo a discussões mais profundas sobre a Contabilidade Gerencial (técnicas para mensurar a gerência), Contabilidade Financeira (técnicas para evidenciar o resultado de ações gerenciais) e, consequentemente, técnicas de Auditoria. (RICARDINO; CARVALHO; 2015)

A auditoria foi regulamentada a partir de 1965, e adquiriu grande importância para o mercado, “por ser um meio indispensável de confirmação da eficiência dos controles de uma empresa, caracterizando-se como fator de maior tranquilidade para a administração e de mais garantia para os investidores e o fisco”. (CREPALDI, 2009).

Já no ambiente acadêmico, a disciplina Auditoria, inicialmente era chamada de Revisão e Perícia Contábil, foi introduzida oficialmente nos currículos dos Cursos Superiores de Ciências Contábeis, a partir de 1945, pois era observado uma necessidade de repassar aos alunos uma atividade que vinha sendo praticada pelo mercado, mesmo que de forma ainda não regulamentada.

2.2.2 Definições e objetivos da Auditoria

 

A necessidade por informações referentes aos dados contábeis, fez surgir a ideia da auditoria. É uma atividade praticamente nova no Brasil e vêm ganhando um espaço cada vez maior devido à sua segurança e ao seu apoio aos gestores. A auditoria é definida como um controle administrativo, cuja função é avaliar e medir a eficácia de outros controles.

Segundo Crepaldi (2009, p. 3), “pode-se definir auditoria como levantamento, estudo e avaliação das transações, procedimentos, operações, rotinas e das demonstrações financeiras de uma entidade”. Ainda de acordo com o mesmo autor “a auditoria constitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre sua adequação, consoante os Princípios Fundamentais de Contabilidade e pertinente à legislação especifica”. (2007, p. 3). Pode-se então afirmar que a auditoria tem como objetivo verificar e analisar documentos, notas, livros e registros que a empresa usa no seu dia a dia para manter o controle. Dessa análise resultará um parecer sobre a fidedignidade das demonstrações financeiras, o qual deverá ser fundamentado nos Princípios da Contabilidade.

 A Lei das Sociedades Anônimas que trouxe a obrigatoriedade de auditoria determina que as companhias abertas (aquelas que têm suas ações negociadas na Bolsa de Valores) devem ser auditadas por auditores independentes com registro na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

As empresas hoje buscam a auditoria não só pelo pela obrigatoriedade de auditar suas demonstrações contábeis, mais sim pela segurança das informações que a auditoria proporciona aos seus administradores e investidores.

2.2.3 Diferenças fundamentais entre auditoria interna e externa.

 

Auditoria interna e auditoria externa apesar de possuirem pontos em comum, não se confudem, pois tem objetivos diferentes, e por isso são fundamentalmente distintas.

O auditor interno é um empregado da empresa, e dentro de uma organização ele não deve estar subordinado àqueles cujo trabalho examina. Além disso, o auditor interno não deve desenvolver atividades que ele possa vir um dia examinar (ALMEIDA, 2012, p.36), pois pode sofrer pressões quando da execução de seus trabalhos.  Em empresas de grande porte, existe um verdadeiro departamento de Auditoria Interna O trabalho do auditor interno ajuda a empresa a fazer o planejamento estratégico para alcançar maior desempenho nos planos, metas, objetivos e políticas traçadas pela empresa.

Já a Auditoria Externa constitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre a adequação com que estas representam à posição patrimonial e financeira, o resultado das operações, as mutações do patrimônio líquido e as origens e aplicações de recursos da entidade auditada, seguindo as Normas Brasileiras de Contabilidade e a legislação específica.

Segundo Crepaldi (2009, p.286):

...o auditor independente necessita planejar adequadamente seu trabalho, avaliar o sistema de controle interno relacionado com a parte contábil e proceder à revisão analítica das contas do ativo, passivo, despesas e receitas, a fim de estabelecer a natureza, datas e extensão dos procedimentos de auditoria, colher as evidências comprobatórias das informações das demonstrações financeiras e avaliar essas evidências.

É importante lembrar que a existência de Auditoria Externa não elimina a necessidade da Auditoria Interna e tampouco a recíproca é verdadeira, já que suas funções e objetivos são diferentes. Entretanto, um trabalho conjugado entre as Auditorias pode ser por ambas utilizadas para se evitar a duplicidade do trabalho.

Almeida (2012, p.30) demonstra as principais diferenças entre auditor interno e o auditor externo:

Diferenças entre auditor interno e externo

 

Fonte: ALMEIDA, 2012, p. 30.

 

2.2.4 O perfil do auditor

 

A profissão do Auditor, nos dias atuais, está sendo considerada cada vez mais importante e assim mais valorizada. A procura pelo serviço vem aumentando devido a credibilidade e confiabilidade das organizações, mas para isso é necessário que os profissionais tenham responsabilidades para se destacar no novo mercado.

Franco e Marra (2009) ressaltam a respeito da importância da função social, que o Auditor detém diante da defesa de interesses coletivos, muitas das quais são pequenos e modestos investidores, incapazes de fiscalizar a atuação dos administradores a não ser através de auditor. Além da equidade e justiça na apuração de corretas prestações de contas, ele enxerga a necessidade de conquistar a confiança e respeito que deve resguardar para assim manter seu nível de competência profissional.

Franco e Marra (2009) completam destacando que, a função do Auditor indica relevante responsabilidade por ser ele o guardião dos interesses coletivos. Pois a evolução da economia popular confere aos cidadãos poder de investimentos, o que enfatiza a atuação do Auditor.

Além disso, Oliveira (2008) diz que o Auditor deve manter-se atualizado promovendo um nível de competência profissional pelo conhecimento atualizado das normas e princípios fundamentais de contabilidade, das técnicas contábeis, da legislação inerente a profissão, dos conceitos e técnicas administrativas e da legislação especifica aplicável a entidade auditada.

A responsabilidade do Auditor segundo Crepaldi (2009) é planejar seu trabalho, avaliando o risco de sua ocorrência, a probabilidade de detectar efeitos alarmantes é compreendida, entretanto, ele não pode ser responsabilizado pela prevenção ou detecção de erros ou fraudes.

 Assim sendo, no exercício profissional, o Auditor, pela sua grandeza, se fundamenta em princípios, leis e outras normas decorrentes das relações sociais entre pessoas, empresas e instituições em geral. Crepaldi (2009) assegura que a observância dessas normas leva á realização de trabalho completos e objetivos com resultados que refletem zelo e honestidade.

Para fins de fiscalização o auditor deve preservar a guarda da documentação, papéis de trabalho, relatórios, enfim qualquer escrita relacionado ao trabalho executado, pelo prazo de cinco anos, de acordo com Oliveira et al (2008) a partir da data de emissão de seu parecer.

Franco e Marra (2009) dizem que o Auditor, por se relacionar com interesses econômicos e financeiros de terceiros, muitas vezes antagônicos, como é o caso do fisco e do contribuinte, tem uma cobrança maior.

O sigilo toma uma proporção grande diante a natureza de sua atividade. E devem ser analisados nas relações entre os Auditores, a empresa auditada, os órgãos reguladores e fiscalizadores e os terceiros da relação.

O auditor independente deve respeitar e assegurar o sigilo relativamente às informações obtidas durante o seu trabalho na entidade auditada, não as divulgando, sob nenhuma circunstância, salvo as contempladas na legislação vigente, bem como nas Normas Brasileiras de Contabilidade. (CREPALDI, 2009, p. 242)

Desde que autorizado, pela administração da entidade auditada, o Auditor deve mostrar as informações coletadas durante seu trabalho, porém é necessário que seja por escrito e fundamentadamente, pelo Conselho Federal de Contabilidade e Conselhos Regionais de Contabilidade além dos órgãos reguladores e fiscalizadores de modo a constatar que o trabalho foi executado de acordo com as Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis. (OLIVEIRA, 2008,).

Diante desse contexto, as principais características inerentes ao perfil do auditor conforme Marques (2013, p.135):

Respeitar, em qualquer circunstância, os níveis hierárquicos existentes em toda a organização; manter comportamento ético e sigiloso absoluto a respeito de informações confidenciais; observar os comportamentos internos; procurar, continuamente, melhorar sua capacidade e efetividade de trabalho, sempre atualizando seus conhecimentos; manter espírito independente isento de influências das áreas externas e internas, equilíbrio, sem representar arrogância ou impassividade; expressar sua opinião sempre apoiada em evidências suficientes; cultivar o senso de proporção e julgamento, alicerçando seu ponto de vista impessoal e imparcial; ser afável no trato com as pessoas, pois o relacionamento auditado / auditor não poder ser frívolo e casuístico, mas harmônico e humano; relatar possíveis deficiências objetivamente; cada auditor representa a imagem da organização a qual está ligado, daí a importância de seus atos e mesmo de sua apresentação; nenhum auditor pode prescrever, evoluir ou alterar informações; é vedado ao auditor tecer comentários de qualquer natureza com, familiares e/ou funcionários; é vedado ao auditor discutir sobre procedimentos realizados indevidamente pelo prestador de serviço em ambientes estranhos á Auditoria; a postura e o respeito deverão ser mantidos sempre nas discussões e apresentações realizadas com prestadores de serviços; é vedado ao auditor trabalhar na instituição a ser auditada, ou receber qualquer tipo de remuneração ou vantagens da mesma; trabalhar tendo sempre a ética como referência, os princípios éticos devem predominar; conhecer os estudos atuais práticos baseados em evidências; conhecer os aspectos legais que regem a profissão; desenvolver a capacidade de persuasão pela experiência anterior, conhecimento, expressão e conhecimento; ter disciplina; não violando os direitos de outros; ter humildade para reconhecer erros e aprender; agir como educador; ser tolerante; ter conhecimento técnico-científico, acompanhando todo o desenvolvimento da empresa auditada.

Diante disso, resume-se que o Auditor precisa de criatividade para ser inovador nos desenvolvimentos dos trabalhos; o qual nunca é o dono da verdade, uma vez que precisa discutir com o cliente, saber o que ele pensa sobre o assunto, havendo negativa, fazer ponderações; ter mente analítica para detectar distorções; ter integridade para preservar seus valores em relação às pressões; ter independência e não participar de atos sociais junto ao cliente, manter uma relação discreta, para que os trabalhos de auditoria não sejam prejudicados; e por fim ter confidencialidade em conservar em segredo as informações e não utilizá-las em benefício próprio.

2.2.5 Responsabilidade e ética do profissional auditor

As responsabilidades dos auditores irão se diferir de acordo com o profissional, seja este independente ou interno. O auditor interno se apresenta como um profissional que possui vínculos empregatícios e também econômicos à entidade contratante de seus serviços, e por isso possui um grau elevado de dependência e uma maior amplitude de suas atividades ao ser comparado com o profissional independente que tem como objetivo principal emitir um parecer sobre as demonstrações financeiras, tendo em mãos uma grande responsabilidade.

A responsabilidade deste trabalho de total independência atinge inclusive a possibilidade de o auditor responder com seus bens pessoais, caso seja acionado por causar prejuízos a terceiros em razão de não-correspondência dos números certificados da sociedade auditada com a realidade. (CREPALDI, 2009, p.27)

Os objetivos da profissão que podem ser encontrados em seu código de conduta, são os de trabalhar nos padrões mais elevados de profissionalismo e desempenho, de maneira geral, satisfazer as exigências de interesse público, tendo como necessidade básica exigidas, credibilidade, profissionalismo, qualidade de serviços e confiança. 

O auditor deve ter como qualificações profissionais, responsabilidades tanto para com a profissão, quanto para o seu comportamento civil.

Os auditores submetem-se forçosamente ás leis e regulamentos dos Estados em que se obtêm suas licenças para atividade profissional, uma vez que são esses Estados que as emitem. (CREPALDI, 2009, p.57).

Franco e Marra (2009, p.90), afirmam que, o auditor independente de auditoria externa contratante de uma empresa ou companhia aberta, assume toda a responsabilidade civil pelos danos que na sua atuação profissional possa causar a terceiros. Essa responsabilidade lhe será cobrada caso o mesmo venha a atuar fora das normas e procedimentos de auditoria adotados, não seguindo os princípios de contabilidade geralmente aceitos.

O auditor deve ter como requisito prioritário de trabalho condições morais como também de ética profissional, estas entre outras estão diretamente ligadas a pessoa do auditor, assim como as condições intelectuais, legais, porém essas são vinculadas de uma forma mais técnica, sendo que a ética e a moral é de foro pessoal e intransferível.

O auditor deve colocar sua honorabilidade profissional acima de quaisquer interesses pessoais e os da coletividade acima dos interesses de grupos. (FRANCO E MARRA, 2009, p.147).

É notável que entre todas as profissões, o auditor é aquele que está mais propicio a participar de esquemas fraudulentos já que sua atividade está diretamente ligada a apuração do registro de cifras, apuração de resultados que geram montantes, entre outros, manter-se imparcial com equilíbrio é consequência da postura ética adotada pelo profissional.

A ética profissional é de grande valia em todas as profissões, notadamente na de auditor, que tem em suas mãos grande responsabilidade, pois mediante seu serviço é possível conhecer todas as irregularidades, erros, falhas dentro do grupo de empresas, conhecendo o responsável hierárquico e executores das rotinas que originam estas informações. (CREPALDI, 2009, p.65).

Do ponto de vista profissional, a ética em toda a sua extensão deve estar claramente explicita desde os procedimentos a serem executados, á qualquer ação negocial, de registro, avaliação ou opinião, principalmente dos aspectos embutidos no seu juramento profissional.

3 METODOLOGIA

 

3.1 Tipo de pesquisa

Quanto aos fins a pesquisa é descritiva, pois apresenta o perfil do profissional contábil após sua formação e analisa o perfil desejado pelo mercado de trabalho para a atuação do mesmo na área de auditoria. Segundo Gil (2010, p. 42), este tipo de pesquisa “têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis”.

Em relação aos meios trata-se de pesquisa bibliográfica, pois “é desenvolvida a partir de material publicado sobre o tema, como por exemplo, livros e artigos científicos.” (GIL, 2010, p.44). Com o objetivo de analisar o mercado de trabalho a pesquisa bibliográfica “permite ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente.” (GIL, 2010, p.44).

3.2 Universo e amostra

O universo do presente trabalho são as empresas de auditoria, visando os profissionais contábeis que atuam nesse ramo a fim de estudar o egresso do mesmo no mercado de trabalho.

Em relação a analise dos dados será utilizada à amostragem probabilística, pois foi escolhido um grupo de empresa no qual será analisado as vagas de emprego divulgadas para levantamento dos pré-requisitos desejados.

 

3.3 Seleção dos sujeitos

 

Sujeitos da pesquisa e campo serão as empresas de auditoria, e os profissionais contábeis que atuam na área. Já a pesquisa bibliográfica serão os livros e pesquisas relacionadas a área.

 

3.4 Coleta de dados

 

Como instrumento de coleta de dados o presente trabalho analisará vagas de empregos divulgadas pelas empresas de auditoria em jornais, sites e etc. Utilizará um questionário de questões fechadas, a ser aplicado aos profissionais contábeis que atuam no ramo de auditoria e entrevista a gestores do ramo a fim de concluir o perfil profissional por eles procurado.

3.5 Tratamentos dos dados

 

Primeiramente descreve-se o perfil dos acadêmicos do curso de Ciências Contábeis e dos profissionais da área contábil que atuam na área de auditoria. Na sequência, apresentam-se as habilidades e competências necessárias ao contador na visão dos pesquisados. Por último, faz-se uma análise comparativa entre o perfil ideal do contador exigido pelo mercado de trabalho e as expectativas dos acadêmicos.

 

3.6 Limitações do estudo

 

Em relação às limitações o principal ponto é a dificuldade em obter contato com as empresas de auditoria e a disponibilidades de respostas dos questionamentos distribuídos.

4 CRONOGRAMA

 

Cronograma

Atividade/Meses

Agosto

Setembro

Outubro

Novembro

Dezembro

Analise do tema

X

 

 

 

 

Revisão referencial

X

X

 

 

 

Analise do mercado

 

X

 

 

 

Aplicação dos questionários

 

 

X

 

 

Analise dos questionários

 

 

X

X

 

Revisão final

 

 

 

X

 

Entrega do trabalho

 

 

 

X

X

Fonte: FIGUEIREDO, 2015.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: Um curso Moderno e Completo São Paulo: Atlas, 2012.

COELHO, Claudio Ulysses F. O Técnico em Contabilidade e o Mercado de Trabalho: contexto histórico, situação atual e perspectivas. Disponível em: <http://www.senac.br/informativo/BTS/263/boltec263d.htm>. Acesso em: 12 maio. 2015.

COLUNISTA PORTAL, História da contabilidade no Brasil. Disponível em:<http://www.portaleducacao.com.br/contabilidade/artigos/53412/historia-da-contabilidade-no-brasil>. Acesso em: 12 maio. 2015.

CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil: Teoria e Prática. 5ªed. São Paulo: Atlas, 2009.

FRANCO, Hilário. MARRA, Ernesto. Auditoria Contábil: Normas de Auditoria, procedimentos, papeis de trabalho, programas de auditoria, relatórios de auditoria.   2 ed. São Paulo: Atlas, 2009.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa: 5° ed. São Paulo: Atlas, 2010.

IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu. Contabilidade: uma visão crítica e o caminho para o futuro. São Paulo: CRCSP, 1991.

MARION, José Carlos. A Profissão Contábil no Brasil. Disponível em: <http://www.classecontabil.com.br>. Acesso em: 12 maio 2015.

MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial.12ª edição. São Paulo: Atlas, 2012.

MARQUES, Wagner Luiz. Auditoria contábil e financeira: a ferramenta de sucesso para o gerenciamento. 2ª edição. Paraná, 2013. p.18-19.

OLIVEIRA, D. S. & Gomes, G. F. F. Revista de Ciências Gerenciais administrativo.  p. 2-19 Vol. 1, Nº. 1, Ano 2012

OLIVEIRA, L. M.; OLIVEIRA FILHO, D.; ALVES, P. S. L. G.; GOMES, M. B. Curso Básico de Auditoria. 2 ª Edição. São Paulo: Atlas, 2008

RICARDINO, Álvaro e CARVALHO, Nelson. Revista Contabilidade e Finanças: Retrospectiva do desenvolvimento das atividades de auditoria no brasil. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 03 maio 2015.

SO CONTABILIDADE, História da contabilidade. Disponível em: <http://www.socontabilidade.com.br/conteudo/historia_contabilidade.php>. Acesso em: 12 maio 2015

UNESC, o perfil do egresso do curso de ciências contábeis. Disponível em:<http://dvl.ccn.ufsc.br/congresso/anais/4CCF/20110113194502.pdf>. Acesso em: 05 maio 2015.

SILVA, Antônio Carlos Ribeiro da. Metodologia da Pesquisa Aplicada à Contabilidade: Orientações de estudos, projetos, relatórios, monografias, dissertações, teses. São Paulo: Atlas, 2010.