RESUMO

A agricultura brasileira tem tido um grande destaque no comércio mundial de commodities agrícolas. A safra de grãos de 2016/2017 obteve recorde e fez com que o agronegócio se tornasse um aliado importante para a recuperação da economia. Com a produção histórica, equilibraram-se as contas externas no final do ano de 2017. No complexo de grãos, a soja e seus derivados são considerados o destaque nas exportações do agronegócio. Esse estudo tem por objetivo analisar os riscos iminentes à produção agrícola e demonstrar quais são as formas de mitigação desses através do mercado futuro. Em suma, pretende-se analisar a eficiência do mercado futuro de soja utilizando a metodologia que testa a auto-correlação, a raiz unitária e a cointegração para verificar se o preço futuro da soja seria um estimador não viesado do preço spot da mesma. Os resultados dos testes mostram que o mercado futuro de soja brasileiro é eficiente e mantém equilíbrio de longo prazo.

Palavras-chave: Soja. Eficiência. Mercado Futuro.

Área de conhecimento: Economia. Mercado Financeiro.

1 INTRODUÇÃO

O Brasil é um país que apresenta características adequadas para o desenvolvimento do setor primário. Após as transformações sociais, econômicas e tecnológicas ocorridas a partir do século XX, as atividades desenvolvidas nesse setor puderam ser aprimoradas de modo a potencializar seu papel no mercado interno e mundial. (FIRMIANO, 2014) No decorrer dos últimos 15 anos, o Brasil obteve um avanço significativo quanto à competitividade internacional de commodities. Além da vantagem gerada pelo crescimento mundial nesse período e através de uma taxa de câmbio mais competitiva, o setor agrícola sofreu um aumento na área de produção e na produtividade, o que gerou qualidade e diversificação nos produtos. (SOUZA, 2013). Dentre os grãos presentes na pauta de exportações, a soja é considerada o destaque por ser a principal oleaginosa produzida e consumida no mundo, sendo o Brasil o segundo maior produtor do grão. A importância desta commodity para a economia é que além do grão, seus derivados – óleo e farelo de soja são demandados pela China, União Europeia, México, Japão e resto do mundo. O motivo pelo qual o Brasil detém participação efetiva na oferta mundial desse grão, é que nos últimos anos, aumentou-se a área de produção da soja principalmente nas regiões Sul e Centro-Oeste. (COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO, 2017). “Na safra 2016/2017, a área brasileira de soja alcançou aproximadamente 33,9 milhões de hectares (Mha), proporcionando uma produção em 114 milhões de toneladas (Mt)” conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB, 2016), o que confirma a tendência de crescimento de 2% em relação a safra de 2016.