UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO

CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE BACABAL

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

CARLIANE RODRIGUES BENÍCIO

CLARA LIS DE SOUSA SILVA

 

INTRODUÇÃO

O livro mencionado está dividido em quatro capítulos, nos quais os autores abordam sobre a avaliação educacional e suas especificidades, que ao longo dos anos vão se moldando a partir das transformações no processo de ensino e aprendizagem. Quando se fala em avaliação, a maioria das pessoas logo a correlacionam com ansiedade, provas, classificação, no entanto, vai muito além disso, ela se trata de uma ação diária que deve priorizar todo o progresso do aluno dentro de sala de aula, com base nas experiências obtidas no seu meio social.

É notável que muitos docentes ainda a utilizam no sentido de cobrar dos alunos todo o conteúdo que foi trabalhado no decorrer do período, o que precisa ser reconsiderado, pois no atual momento são várias as ferramentas e situações que avaliam o desenvolvimento do discente em seus variados aspectos. Nessa perspectiva, cabe ao professor conhecer os alunos e intervir de forma coerente com cada realidade ali presente, ou seja, não é uma prova que vai determinar o nível de conhecimento do indivíduo, visto que, a maior parte dos estudantes vão apenas memorizar e o que pode fazer a diferença é todo o contexto que eles vivenciam e socializam uns com os outros.

Desse modo, este trabalho tem por objetivo analisar e refletir sobre as concepções abordadas pelos autores, trazendo novos apontamentos a respeito dos métodos avaliativos que necessitam ser contínuos e norteadores na trajetória do estudante dentro das instituições, viabilizando o registro das práticas pedagógicas vivenciadas.

O PROCESSO AVALIATIVO DA APRENDIZAGEM

No primeiro capítulo, o autor enfatiza sobre as características que envolvem a avaliação e como ela é desenvolvida nas escolas, a fim de conhecer as necessidades que precisam ser consideradas e consequentemente verificando a capacidade cognitiva dos discentes. Em seguida, é ressaltada a relevância desse processo dentro do planejamento, de modo que os objetivos possam ser alcançados da melhor forma possível, tendo em vista, ser um procedimento integrante do ensino e aprendizagem.

 

[...] Essa perspectiva é necessária ao intento de redimensionar o processo de avaliação como subsidiário ao processo de ensino-aprendizagem, considerando que as estratégias diferenciadas e, por vezes, individualizadas são essenciais para a mediação nos diversos percursos e ritmos de aprendizagem dos educandos, adequadamente diagnosticadas no processo avaliativo. (CIASCA, SILVA e ARAÚJO, 2017, p. 65).

 

Nesse sentido, a concepção de avaliação escolar precisa ser reformulada, visto que, ainda é reduzida a uma questão classificatória ou mesmo excludente, que prioriza somente o rendimento do aluno e infelizmente são deixados de lado outros fatores que agregam ao conhecimento, então sobre esse ponto de vista, o docente não pode se prender a um único parâmetro avaliativo, é preciso buscar adaptações ao seu percurso educacional de forma eficiente, valorizando continuamente os saberes e as habilidades que foram interiorizados, a partir das observações e dos registros.

É necessário que haja um reconhecimento pelo professor, sobre a dinâmica da sala de aula, das principais dificuldades e assim direcionar intervenções que propiciem ao aluno identificar o seu próprio progresso e tenha consciência do que precisa ser melhorado para se alcançar uma aprendizagem significativa, em outras palavras, quando o docente oferece oportunidade ao estudante de se autoavaliar, torna-se mais fácil tecer novos saberes, levando em consideração a bagagem adquirida de suas vivências sociais.

 

[...] Se temos um professor versátil durante a distribuição dos conteúdos de uma determinada disciplina, esse docente sem dúvidas poderá mais facilmente transitar e escolher várias formas de avaliação do conteúdo aprendido por seus alunos, logo identificamos aqui que a dificuldade de escolha no modelo de avaliação também está diretamente relacionada com os modelos de aulas que nossos docentes utilizam em suas disciplinas. (CALIATTO et al, 2017, p. 278-279).

 

Com base nisso, cabe ao profissional de educação saber planejar as aulas diante da realidade que ele encontra em sala de aula e mediar o processo avaliativo de maneira adequada, atendendo a demanda de indivíduos com diferentes particularidades, que precisam estar integrados ao processo de ensino e aprendizagem, pois na contemporaneidade é uma das características que devem ser priorizadas no contexto educacional, assim como é referido no livro, a ação avaliativa possui diversos aspectos que possibilitam ao docente desempenhar uma prática pedagógica bem sucedida.

No segundo capítulo, outro ponto evidenciado é a respeito da avaliação nos cursos superiores, em que as autoras discorrem sobre o uso do portfólio como uma alternativa eficiente na formação dos estudantes de pedagogia, além disso, pode-se ressaltar que através dessa iniciativa, foram gerados muitos benefícios que contribuíram para o melhor engajamento dos discentes no decorrer do curso.

Certamente, a transposição do ensino médio ao superior, gera uma sensação de incerteza sobre os procedimentos da instituição e isso se torna preocupante na vida do acadêmico, visto que, é um novo cenário que requer uma postura de amadurecimento frente à realidade vivenciada, ou seja, é o momento em que ele será preparado para ser um futuro profissional, com autonomia, reflexão e criticidade.

Quando as instituições, sejam ela superiores ou não, oportunizam espaços para os discentes expressarem seus pensamentos, por meio de práticas avaliativas enriquecedoras, é notável que estes terão maiores chances de se emanciparem, com a capacidade de intervir no seu meio social. É responsabilidade dos professores orientar o processo de construção do conhecimento, de modo que os acadêmicos tenham consciência que são os protagonistas do seu próprio crescimento.

Dentre a variedade de instrumentos avaliativos, o portfólio possui grande relevância, pois permite que os alunos reflitam sobre a trajetória percorrida durante o curso e todo o progresso que adquiriram, além de ser uma forma de incentivo e motivação, pois auxilia no potencial de pensamento, que ao invés de apenas memorizar informações, o que ainda é trabalhado na maioria das instituições, o aluno é instigado a buscar por respostas. Nesse sentido, mediante a implementação desse projeto as autoras puderam observar o quão significativo foi trabalhar com o portfólio e quantas mudanças perceberam no desenvolvimento dos acadêmicos.

Então, são propostas como essa que fazem a diferença no processo de ensino e aprendizagem dos discentes, pois envolvem uma adaptação aos procedimentos avaliativos, que precisam ser coerente com a demanda educacional e principalmente sejam trabalhados com qualidade, tendo em vista a obtenção de resultados gradativos na aquisição dos conhecimentos.

Juntamente com a evolução da educação e do conhecimento, é necessário que haja um educador capaz de acompanhar esse sistema evolutivo tecnológico, fazendo com que esse cenário seja capaz de receber um professor capacitado na área e assim conseguir observar que a avaliação também pode ser tratada com uma motivação durante a aprendizagem. Não adianta ser capaz de usar as tecnologias a seu favor se esse educador não for capaz de realizar uma avaliação concreta e eficaz. Este procedimento é de suma importância para a aprendizagem e deve ser visto como um meio ao qual o aluno terá sucesso, então é necessário que a avaliação da aprendizagem seja inovadora, principalmente por envolver o uso das TICs dentro da sala de aula ou fora dela.

Dentro do processo avaliativo podem ser citadas algumas formas de avaliação, tais como a Avaliação Diagnóstica onde são usados métodos no primeiro dia de aula que possibilitam uma visão geral dos alunos e que diante dos resultados dessa análise pode-se saber com quais tipos de alunos a sala está sendo composta. Outra forma de avaliação é a Processual em que são colocadas propostas no plano escolar onde os alunos devem alcançar objetivos no decorrer do desenvolvimento do plano. A Autoavaliação se dá quando o aluno se permite fazer uma avaliação de dentro para fora, de si próprio, procurando definir suas características, conhecimento, habilidades, sensibilidades e outras formas de conhecimento pessoal. E por fim temos a avaliação individual escrita, que se faz no decorrer do percurso de aprendizagem, o aluno adquire conhecimentos e bagagens suficientes para expor aquilo que é necessário em suas rotinas de desenvolvimento educacional.

Diante disso, o processo de avaliação vai além de estipular notas para o alunado, o processo precisa ser sempre contínuo e isso deve ser levado em consideração, em especial, nas observações da capacidade que o aluno tem para desenvolver certa habilidade, possibilitando assim que ele entenda o erro como uma parte da sua caminhada, rumo ao aperfeiçoamento pessoal e nas relações que se seguirão.

A avaliação é um ponto crucial no processo de ensino-aprendizagem, no entanto, ela ainda enfrenta alguns paradigmas que precisam ser quebrados ao longo do processo. Vai além de observar o aluno, é todo um conjunto de caminhos que abrem possibilidades para a construção do indivíduo ético. Através do processo avaliativo, percebe-se as reais necessidades existentes dentro da sala de aula e consequentemente o que precisa ser reorganizado para serem resolvidas e obtidos resultados mais satisfatórios. Pois cada pessoa tem sua cultura, sua origem, sua forma de pensar e de se comportar no meio em que está inserido, sendo assim, passam por um processo de aprendizagem diferente que oportuniza o desenvolvimento da identidade social.

Diante do que foi exposto, conclui-se que a avaliação precisa ser contínua ao longo de todo o processo de ensino e aprendizagem e se faz necessário um olhar cauteloso ao ser aplicada. É um procedimento que precisa ser coerente com o contexto de cada estudante, ou seja, os professores devem compreender o quão é importante identificar todas as dificuldades, as condições de aprendizagem, para que intervenha sobre elas e que os alunos consigam superá-las futuramente.

 

REFERÊNCIAS 

CALIATTO, Susana Gakyia et al. (orgs). Avaliação: Diferentes processos no contexto educacional. – Uberlândia, Navegando Publicações, 2017.

CIASCA, Maria Isabel Filgueiras Lima; SILVA, Lucas Melgaço da; ARAÚJO, Karlane Holanda (orgs). Avaliação da aprendizagem: a pluralidade de práticas e suas implicações na educação. – Fortaleza : EdUECE, 2017.

SANTOS, Clóvis Roberto dos (org); FERREIRA, Maria Cecília Iannuzzi (coor) et al. Avaliação Educacional : Um olhar reflexivo sobre a sua prática. São Paulo : Editora Avercamp, 2005.