ANÁLISE: AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR. CAPÍTULO III. PRÁTICA ESOLAR: DO ERRO COMO FONTE DE CASTIGO AO ERRO COMO FONTE DE VIRTUDE
Por Anne Carollyne Melo Alves | 02/02/2021 | EducaçãoUNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO / CAMPUS BACABAL (CESB)
CURSO: LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
COMPONENTE CURRICULAR: AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
LAYANE LIMA ALMEIDA
ANNE CAROLLYNE MELO ALVES
ANÁLISE: AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR. CAPÍTULO III. PRÁTICA ESCOLAR: DO ERRO COMO FONTE DE CASTIGO AO ERRO COMO FONTE DE VIRTUDE
BACABAL – MA
2021
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO / CAMPUS BACABAL (CESB)
CURSO: LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
COMPONENTE CURRICULAR: AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
DISCENTE: LAYANE LIMA ALMEIDA E ANNE CAROLLYNE MELO ALVES
ANÁLISE: AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR. CAPÍTULO III. PRÁTICA ESCOLAR: DO ERRO COMO FONTE DE CASTIGO AO ERRO COMO FONTE DE VIRTUDE.
Neste capítulo, Luckesi nos apresenta a uma prática bastante vigente nas escolas, o castigo escolar vinda das tendências tradicionais e patriarcais da sociedade, o mesmo causa um grande temor nos alunos. Os professores obtinham o respeito dos alunos a partir do medo, da punição que poderia ser ela, a mais branda repreensão ao castigo físico ou a palmatória, ficar de joelhos no Milho ou feijão, ou obrigado a ficar em pé na frente da sala de aula, são castigos que variavam de acordo com a gravidade do seu erro, ou do que o professor julga o correto. LUCKESI (1999).
Apesar de tais castigos não serem tão utilizados como antigamente ainda ocorre o ato de castigar o aluno, os mais comuns hoje em dia são, a prática do professor criar um clima de medo, ou fazer uma pergunta na qual deixava a sala tensa, à espera de quem vai ser o próximo. Não só isso, mas ainda há professores que até mesmo sem perceber, ridicularizam um aluno que comete um erro e elogia o que é acertado. Assim deixando o aluno que erra a mercê da vergonha e do medo de passar por tal situação novamente, temos também uma modalidade que é adversa ao castigo, a ameaça, que de certa forma acaba sendo uma forma de castigo que faz com que o aluno sofra com antecipação do que ele pode ocorrer devido ao seu erro. De acordo com ROBSON (2011).
“Ao contrário do ensino tradicional, em que o erro era algo a ser punido, as atuais tendências encontram nele elementos para auxiliar o desenvolvimento dos alunos. Para repensarmos o papel do erro devemos reforçar que o papel da educação está atrelado à aprendizagem e que, ao aprender, é comum errar. Isso pode parecer óbvio, mas não vemos tal prática na maioria das salas de aula de uma escola”. (ROBSON, 2011, P. 106).
As razões do uso do castigo decorre do fato do aluno não ter absorvido ou se adequado com determinada metodologia, ou componente de aprendizagem, mas também pode ser de uma questão ainda mais profunda como a de que o aluno não, correspondida com padrão previamente estabelecido. Entretanto, e essencial que o professor compreenda seu aluno, suas dificuldades e necessidades antes de jugar tudo o que ele aprendeu ou não em um ato de insucesso momentâneo.
LUCKESI (1999), Assim o erro sempre vai ser uma fonte de castigo segundo o senso comum. É algo que está impregnado na sociedade, essa ideia de culpa é uma concepção religiosa de que, como seres oriundos do pecado, devemos sempre nos distanciar dos erros. Essa concepção atravessa épocas e está presente em todos os âmbitos legais e jurídicos da sociedade de hoje, assim partindo desta perspectiva de que o erro, sobretudo não deve ser utilizado como um pressuposto de punição, deste modo, na prática, antes de tudo seria mais correto observar, para então julgar as ações de um aluno antes de castigar tirando de cena qualquer preconceito ou sentido de culpa vindos do senso comum para avaliar os fatos antes de julgar o que é certo ou errado.
LUCKESI(1999), o que seria o erro? A ideia do que se é errado, parte da ideia do que se é tido como o correto, ou seja, sem o padrão não há erro. No ambiente escolar o erro pode ocorrer ao que se compreende como a conduta aprendida, tendo um padrão de conhecimento de acerto ou erro das habilidades de conhecimento ou aprendizagem a serem aprendidas, podemos dizer que houve o erro se por exemplo, o aluno em uma prova ou prática não demonstra não ter conseguido adquirir os conhecimentos necessários. Por não condizer com os padrões previamente existentes é correto dizer que houve o erro.
O uso do (Sucesso / Insucesso) e do (Acerto / Erro) segundo LUCKESI (1999), podem ser e são utilizados como fonte de virtude por muitos, pois tanto o insucesso como erro, no caso, podem indicar que ainda não foi atingido um determinado ponto ser alcançado. Assim, esse não sucesso serve como um norte a se seguir para alcançar o acerto. O autor dá o exemplo de Thomas Edison, que para chegar ao resultado do sucesso, ao descobrir a lâmpada incandescente, o mesmo antes passou por várias tentativas falhas mas nunca desistiu, pois segundo ele "Porque desistir agora se já sabemos muitos modos de como não fazer uma lâmpada?" Ou seja, o castigo a partir de determinado erro ou falha é válido? Por que castigar se é através do erro que chegamos ao sucesso? Esses são questionamentos muito simples de se resolver a partir de uma análise mais detalhada de nossas práticas e do incentivo ao desenvolvimento do aluno. O insucesso não pode ser sinônimo de erro no contexto escolar, pois o mesmo tem o papel de ser o ponto de partida para se chegar ao sucesso do desenvolvimento da aprendizagem do aluno, servindo como mediador para satisfazer as necessidades do mesmo.
Um passo fundamental para a superação do erro segundo o autor, é primeiramente reconhecê-lo e em seguida trabalhar em cima deste erro, LUCKESI (1999), dá um exemplo de um aluno que ao não conseguir alcançar o ponto esperado da aprendizagem de um determinado componente de conhecimento, ao conversar com ele, foi verificado o erro e como ele o cometeu, assim conseguiram reorientar seu entendimento e sua prática. Portanto é necessário conhecer os obstáculos que dificultam a aprendizagem do aluno e desenvolvê-las para que o entendimento aconteça.
No tópico no qual LUCKESI (1999), trata sobre o erro e avaliação da aprendizagem escolar, o mesmo traz um ponto de discussão bastante interessante na qual deve-se refletir, que é, mesmo com uma desvinculação do castigo da prática escolar nos dias de hoje ainda é possível ver vestígios de punição, não diretos como antes, mas que mesmo de forma sutil e até mesmo passando despercebidamente ao olhar de alguns professores, os atos punitivos ainda estão lá. De acordo com PEDAGOGIA AO PÉ DA LETRA (2013).
“Para se entender de avaliação, o primeiro passo é conceber o termo na amplitude que lhe é de direito. Ao avaliar efetiva-se um conjunto de procedimentos didáticos que se estendem sempre por um longo tempo e se dão em vários espaços escolares, procedimentos de caráter múltiplo e complexo tal como se delineia um processo”. (PEDAGOGIA AO PÉ DA LETRA, 2013, p.1).
WO papel central da avaliação no ambiente escolar deve ser de suporte do desenvolvimento da aprendizagem, a mesma é uma ferramenta que auxilia tanto o professor como o aluno na busca do conhecimento, mas o que de fato vemos em muitas escolas é que a mesma está exercendo um papel examinatório e muita das vezes como instrumento de punição para os alunos.
LUCHESI (1999), destaca que apesar de que o mesmo traz o erro e o insucesso como formas auxiliar posteriormente ao acerto ele deixa um alerta de que essa prática não deve ser corriqueira ou que ele seja uma fonte para se chegar ao conhecimento mas que sim que caso o erro ocorra ao invés de o aluno ser punido o mesmo poderá tê-lo como um norte a se seguir e refletir sobre o que falta para atingir o que está previamente tido como acerto.
O erro não deve ser uma fonte para o castigo, errar é circunstancial. Sempre irá acontecer de que alguém ou um aluno não chegue de primeira a um resultado previamente estabelecido, o professor ao avaliar deve ter em mente essas reflexões, e sobretudo deve entender o real papel da avaliação na prática didática escolar. Conhecer-se a si mesmo, para conhecer o próximo, suas culturas, religiões, seus princípios e a realidade em que vivem, são circunstâncias importantes para se ter em conta ao avaliar o aluno.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
AVALIAÇÃO FORMATIVA OU AVALIAÇÃO MEDIADORA?. Pedagogia ao Pé da Letra, 2013. Disponível em: . Acesso em: 29 de janeiro de 2021.
LUCKESI, C. C. Avaliação Escolar. São Paulo: Cortez, 1999.
ROBSON, A. S. Avaliação: instrumento de desenvolvimento pedagógico. In: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. Prograd. Caderno de Formação: formação de professores didática geral. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011, p. 106, v. 9.