O excelente livro a copa como ela é do jornalista Jamil Chade tem a premissa central de abrir os olhos do leitor, referente aos megaeventos esportivos realizados no brasil. Tanto a copa de 2014 como as olimpíadas de 2016 tem como único objetivo aumentar os lucros de uma elite dominante, nada a ver com o amor ao esporte que muitos alegam, para ser mais objetivo, a copa e as olimpíadas não passam de produtos que irão transformar o rio de janeiro em um stand de vendas, e adivinhe que são seus vendedores, a grande e poderosa Fifa.

Muito se fala sobre os benefícios econômicos que uma cidade gera ao receber esses megaeventos, se gabam que a cidade será beneficiada com obras de infraestrutura que vão ficar depois que a copa e as olimpíadas acabarem, mas a verdade nua e crua e que essas obras faraônicas são feitas somente em áreas nobres do rio, como a zona sul, as áreas pobres continuam com os mesmo problemas, ou melhor, em favor da copa aumentaram-se os problemas. Um exemplo que ilustra muito bem o que estou citando são os muros que estão sendo colocados desde 2010 para tampar o complexo da maré, a razão é bem obvia, quem chega do aeroporto do galeão não se depara com a realidade do Rio de Janeiro e ache que ele é todo lindo e maravilhoso. A desculpa da prefeitura e que o muro não é para esconder a favela, mas para servir como barreira sonora e impedir que o barulho dos carros incomodem as pessoas do complexo, as pessoas do complexo da maré que não tem sequer sistema de esgoto agradecem.

O livro disseca toda a estrutura especulativa que se enreda ao redor da copa, mostra que a copa e as olimpíadas não são cedidas a países porque a Fifa viu que a dita nação tem a estrutura para receber o evento, pelo contrario, a copa e as olimpíadas são vendidas, e a Fifa é uma empresa que entra em simbiose com os esportes simplesmente por motivos financeiros. Para receber um evento que originalmente era feito sem motivos financeiros, a Fifa exige do pais sede uma serie de concessões, a renuncia fiscal é uma delas, a empresa do esporte não paga um centavo de impostos ao cofres públicos, até mesmo seus funcionários tem que tirar do próprio bolso para pagar seguro desemprego e FGTS. Outras arbitrariedades chegam a ser engraçadas se não fossem tão trágicas, por exemplo, quando o evento se inicia, a Fifa e seu cartolas, vomitam pelas ruas dezenas de fiscais ou caga regras que vasculham o locais próximos aos estádios impedindo que restaurantes e lanchonetes usem símbolos esportivos como os aros das olimpíadas e até mesmo palavras como, brasil, seleção e medalha etc. um evento construído com dinheiro publico onde quem comanda é a iniciativa privada e até o nome seleção e propriedade de alguém, um cínico não teria como negar, o caráter democrático da Fifa está assegurado, palavras do escritor.

Dos 20 estádios mais caros do mundo, 10 estão no brasil. Estou falando de estádios construídos em locais onde não tem sequer população local para lotar suas arquibancadas, estádios em áreas pobres que são mais caros que o mais famoso da suíça, onde sequer tem uma biblioteca e as pessoas mal sabem ler. É irônico nossa presidência ter como slogan “pátria educadora” em um país onde estádios bilionários crescem como ervas daninha e os cortes na educação só aumenta, uma contradição que não sem explica.

Em todo o livro, o leitor é convidado a questionar o caráter democrático da copa. Alguns exemplos são dados, em época de crise mundial poucos países se candidataram a sediar os megaeventos, alguns chegaram a apoiar o Brasil, nossa pátria varonil não teve uma grande concorrência. A Suécia, por exemplo, chegou a fazer um plebiscito para consultar a população se eles queriam que seu dinheiro fosse usado para custear um evento esportivo, o resultado é bem obvio e foi seguido por outros países.

Vários dirigentes esportivos são citados, como Ricardo Teixeira, presidente da CBF, o homem que usou seu cargo para se manter no poder o máximo que podia e mesmo depois da sua saída deixou alguém que manteria a mesma estrutura corrupta, o esporte a serviço do capital financeiro. Joseph Blatter, presidente da FIFA, o homem assim como Teixeira usou seu cargo para postergar sua substituição, chegou ate comprar votos dos dirigentes do conselho entregando lhes envelopes na calada da noite por debaixo da porta. Blatter disse certa vez que a paixão pelo esporte era mais forte que a insatisfação popular, se enganou quando faltando pouco tempo para a copa, a população foi às ruas questionar os gastos exorbitantes do governo em estádio quando a educação é umas das piores do mundo e pessoas morrem na fila do hospital. Vários patrocinadores viram seus eventos em hotéis de luxo vazios, seus investidores estavam com medo de serem lixados pela população enraivecida. O telefone da FIFA não parava de tocar com reclamações das mais variadas. Blatter não entendia como o país do futebol, poderia questionar o maior evento futebolístico de mundo, mas como disse o escritor, entre torcer e distorcer á uma grande diferença, o que a FIFA de Blatter não entendia e que muitos brasileiros acordaram, o futebol ainda continua sendo uma paixão nacional, mas não será usado como método de politica romana do pão e circo, um delírio tropical, uma alucinação no deserto para que muitos comam areia achando que é açúcar.

O livro pode ser baixado de graça pela internet, copie o link abaixo e cole no seu navegador: http://lelivros.win/book/baixar-livro-a-copa-como-ela-e-jamil-chade-em-pdf-epub-e-mobi-ou-ler-online/

Paulo Henrique Alves Fialho Critico literario