UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ- UVA

Centro de Filosofia, Letras e Educação – CENFLE

Disciplina: Literatura Inglesa IV

Professor: Martón Gèmes

Acadêmica: Joiciane Maria Rodrigues de Carvalho. 

“An outpost of the progress”

Progredindo ou regredindo? 

O progresso tem diferentes faces na sociedade, ao pensar em homens brancos logo vem a ideia de “progresso” e até mesmo civilização, em comparação, aos negros, o retardo, a falta de inteligência, a falta de esperteza, nascidos assim para o tripallium, para o trabalho hostil, pesado, algo que para os brancos seria inadmissível fazer algo que ferisse a dignidade “branca” humana de ser.

O progresso se caracteriza para ir além do que já se foi, novas conquistas, nova vontade de tornar melhor o que não está tão bom, poderia–se então pensar em algum progresso que ao invés de conduzir a sociedade para o melhor a conduziriam para algo não tão bom? Quando o autor se depara com Makola pode-se entender que o progresso ao invés de melhorar o ser humano o torna capaz de equiparar-se aos brancos pela astúcia, rapidez e inteligência e até maldade, até então desconhecida ou mascarada.

É visível em todo o texto a forma como se adota o progresso mais como uma crítica exasperada do que como algo bom pra o as colônias. A África a que se refere é o alvo da colonização, um alvo do “progresso” supracitado. A África de sol forte, de trabalho, de negros, é nesse ambiente que os brancos e teoricamente civilizados e inteligentes, Kayerts e Carlier, tentam implantar o progresso. De acordo com o dicionário Aurélio:

 Progresso:  Movimento para a frente: o progresso de uma inundação. / Aumento, desenvolvimento para melhor ou para pior: o progresso de um aluno; o progresso de uma doença. / Desenvolvimento de um país, de uma região, da civilização etc.: o progresso da humanidade.

Tendo em vista o significado de uma palavra chave no conto pode-se perceber que a crítica está em falar de progresso, em um conto que não simboliza em nada o progresso real de uma sociedade. A não ser quando trata-se de Makola que tenta ser branco, atitudes de homem branco, esperteza de homem branco,  astúcia e inteligência, não esperadas de um negro, pois o negro em si era caracterizado somente pela força bruta, utilizados para o trabalho somente, enquanto Makola possuía em si características que chamam a atenção no texto por serem específicas dos brancos, e no conto isso se inverte, os dois brancos civilizados, são lentos, tardos, falhos, e com uma esperteza bem inferior a de Makola.

É sabido que o conto fala do progresso de uma forma peculiarmente crítica, que o “normal” seria que Kayerts e Carlier trouxessem o progresso, inovações, vontade de ir além, de mudar a sociedade estática a que depara-se no conto, porém isso não ocorre, após a chegada deles a África ao invés de se ter uma melhora, uma mudança na forma de vida deles, vê-se o contrário,  escravos trocados por marfim, escravidão, negros tratados como animais, até que ponto esse tal “progresso” melhorou a vida dos habitantes daquele lugar? Viu-se que tudo piorava a cada instante, a cada morte por febres desconhecidas via-se o regredir de uma sociedade que ao invés de ir pra frente estava direcionando-se a uma sociedade fria, mórbida e até assustadora em alguns aspectos.

Regredir, retornar, voltar, esses seriam os possíveis significados para o progresso que se vê em “ An outpost of progres”. Como cita CONRAD, 1988:

But the two men go to n well together in the fellowship of their stupidity and laziness. Together they did nothing, absolutely nothing, and enjoyed the the sense of the idleness for which they were paid. And in time they came to fell something resembling affection for one another. They lived like blind men in a large room, aware only of what came in contact with them ( and of that only imperfectly), but unable to see the general aspect of things.

       Logo, Conrad expõe a inutilidade dos homens brancos, eles não precisariam fazer nada, não sabiam fazer muitas coisas e além do mais tinham escravos para atuarem e fazerem o que era preciso.

       O progresso é sinalizado por uma melhora vital, e não por uma sociedade que de frente a civilização não sai do lugar onde se encontra, estando assim estaticamente perante a Europa, por assim dizer.

O regresso ou progresso se dá no conto como algo decisivo para a sociedade, algo poderia mudar a forma de viver, porém os homens brancos levados a África foram capazes de trazerem o regresso quando até eles esperam o progresso. 

Referências

www.aurelioonline.com.br Acesso em: 08 de Abril de 2013

www.temposinteressantes.blogspot.com.br Acesso em: 08 de Abril de 2013

www.articlemyriad.com.br Acesso em: 08 de Abril de 2013

Conrad, Joseph. Africa and the Congo. An outpost of progress, 1988.