AMORIM, Celso. Perspectivas da Cooperação Internacional. In: MARCOVITCH, Jacques (org.). Cooperação Internacional: Estratégia e Gestão. São Paulo: Editora EDUSP, 1994, p.149-163. O recorte intitulado “Perspectivas da Cooperação Internacional” resultou de iniciativa do Ministério das Relações Exteriores do Brasil ( MRE), por meio da Agência Brasileira de Cooperação(ABC), e cujo organizador é Jacques Marcovitch onde ocupa o posto professor titular da FEA-USP em conjunto com a Universidade de São Paulo e o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, empreendeu o Programa de Gestão da Cooperação Técnica Internacional - PROCiNT (Projeto BRA/90/014). O livro com a temática “Cooperação Internacional: Estratégia” cuja coletânea foi organizado por Marcovitch com a participação de outros autores renomados e dentre estes o, Celso Luiz Nunes Amorim, com o título do recorte no primeiro parágrafo é um diplomata brasileiro e exministro da defesa Ao longo de sua carreira, ocupou por duas vezes o cargo de ministro das Relações Exteriores do Brasil. O tema analisado por Amorim faz parte de pauta de Relações Internacionais no contexto mundial onde a cooperação é um fator estratégico de negociações dentro de um sistema competitivo que busque uma estratégia, métodos de gestão de atores internacionais para cooperar com estados estrangeiros e também mesclando a idade Antiga com os discursos contemporâneos filosofais para dialogar com o leitor internacionalista. Ao iniciar o tópico o significado e limites da cooperação internacional o autor aborda uma discussão filosófica sobre as relações entre os Estados e como vem sendo desenvolvido a Cooperação cientifica e tecnológica Brasileira. A natureza de Estado com Hobbes e Maquiavel é uma luta contaste do individuo e o estado é o meio para moldar o homem com uma politica visando a Paz e não a Guerra entre as Cidades- estados mencionando uma aliança para intermediar os conflitos de interesses distintos principalmente o religioso-cultural de uma cooperação para fortalecer a inter-relação estatal . O tópico seguinte a Cooperação Internacional no Mundo Contemporâneo o diplomata brasileiro descreve o respeito de um Estado pela existência de outros Estados sendo a cooperação interacional, isto é, alteridade. Neste sentido, o Sistema de Equilíbrio de Poder evite o surgimento de um Estado hegemônico. O desastre da Primeira Guerra Mundial e com toda a sua sequela de destruições motivadas pelos conflitos internacionais de estados estrangeiros, o idealista Woodrow Wilson criou a Liga das Nações numa tentativa para dirimir os conflitos, porém com as crises e anos de recessão, e as profundas transformações sociais que sacudiram o mundo no início do século XX não foram suficiente para obter a paz. Deste modo, a alternativa para consolidar uma teia de cooperação foi criar instituições como : Dumbarton Oaks, São Francisco, Bretton Woods , GATT e Havana . Nos debates com as sequencias de guerras e o processo de descolonização (Indochina, Argélia, Cuba e Congo) e o atraso estrutural e os focos de tensão mundial do centro desenvolvido para a periferia pobre principalmente rumo à América Latina evidenciou a questão do desenvolvimento em lugar de paz. Assim, o desenvolvimento é o novo nome da Paz pelo PAPA VI e a ONU com o tema desenvolvimento, vinculando-o ao do comércio, e o fez convocando a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, mais conhecida por sua sigla em inglês, a UNCTAD. Já o tópico desenvolvimento e progresso tecnológico, ele faz uma indagação em face do panorama aqui esboçado, sobre o sentido e os limites da cooperação internacional, e tendo presente a necessidade incontornável de incorporar o progresso tecnológico ao conceito de desenvolvimento. O que realmente pode legitimamente esperar dessa cooperação no sentido de melhorar os padrões de bem-estar de pessoas sem a preocupação de o estado estrangeiro levar em consideração suas relações econômicas e políticas, em nível mundial em se tratando de um país desenvolvido ? Pois a resposta vem logo em seguida dentro de níveis de proteção indicados pelo ex-ministro de defesa, a dizer: restrições normais das próprias empresas, que tendem a reservar para a matriz as pesquisas nos setores mais estratégicos, uma série de ações do governo norteamericano, sob a égide do Export Administration Act, o do maior controle sobre seu próprio mercado e direção das medidas neomercantilistas do Estado Americano, para favorecer suas indústrias de alta tecnologia. A existência de ator internacional e hegemônico são preocupações nítidas quanto há a sua autonomia tecnológica de um país desenvolvido sem observar o cenário internacional desprovendo que nações também são potenciais rivais no mundo globalizado. O terceiro tópico o papel da cooperação internacional no desenvolvimento tecnológico vai continuar a exemplificar e descrevendo que a autonomia é, portanto distinta de autarquia considerando que os investimentos requeridos pelo progresso tecnológico levaram os países europeus a buscar concertar seus esforços, por meio de programas como o Eureka, o Espirit, o Race etc. (sem falar em experiências mais antigas, como o EURATOM e o CERN) . Assim, a somatório dos recursos investidos ao longo do tempo na formação de pessoal altamente qualificado tem uma importância significativa no processo de produção tecnológica na divisão compartida de custos. Neste mesma direção de pensamento mencionando o Brasil e a Argentina, ou seja, uma relação comercial sul-sul tem-se a usufruir interesses mútuos e também, espera-se, numa sólida vontade política. Com este proposito servirá de teste para a viabilidade de uma cooperação mais ampla em nível de regionalismo em se tratando de países periféricos. Finalizando as comparações das vantagens de cooperações e suas significações para o desenvolvimento do Brasil levando em considerações as posições a serem tomadas nos relacionamentos internacionais mercantilistas. Deste modo, o diplomata brasileiro sintetiza as dimensões a serem observadas na cooperação sul-sul é baseada em complementaridade de recursos e objetivos similares, surge, assim, como um elemento importante da própria política nacional de desenvolvimento científico e tecnológico, já que inexistem aqui os fatores de desconfiança e os riscos políticos das iniciativas marcadas pelo desequilíbrio entre os parceiros. Por outro lado, a cooperação norte-sul é apelar para a cooperação como fonte exclusiva ou principal de desenvolvimento e também condenar-se à dependência e as submissões marcadas por medidas especiais de proteção a sua indústria doméstica indispensáveis nesta relação comercial.