AMENIDADES

Nada que se possa dizer neste momento é mais adequado do que falar-se de amenidades. Depois do ano de 2015 em que a desesperança tomou forma e que  tem em 2016 as expectativas ainda mais negativas, recrudescidas no terceiro mês do ano, embaladas pelas águas de março que fecham o verão, o que se pode esperar?

Dias melhores? Difícil de acreditar! Diante deste quadro desalentador, fiquei a pensar sobre que assunto seria mais ameno e que pudesse levar um alento a todos aqueles que padecem com a crise na saúde, com o medo de ser picado por um mosquito e gerar um filho com deficiência, com o desemprego, com o atraso no pagamento de salários, com o aumento dos preços, com a violência, enfim, com todas as mazelas que assolam o nosso dia-a-dia e na incerteza do que será o amanhã.  

Veio a surpresa ao dar-me conta da proximidade da páscoa, uma das amenidades cuja abordagem se torna oportuna frente a intolerância que se faz presente na atualidade. A páscoa representa a esperança de uma vida nova. Tradicionalmente, no domingo de páscoa, famílias se reúnem para o almoço e a troca de presentes entre familiares e amigos. O ovo de páscoa que representa o começo da vida, é o presente mais esperado na páscoa e quanto maior, melhor.

No entanto, nesta páscoa a troca de presentes estará limitada a presentes mais modestos porque só em pensar no quanto se vai gastar para presentear, a preocupação e o desânimo substituem o prazer. Resta nos imbuirmos do sentimento a ser nutrido pelo verdadeiro significado da páscoa. Na esperança de uma vida nova, com mais compreensão, tolerância e respeito aos nossos pares. É tempo de sermos menos consumistas e de mostrar carinho e afeto pelos familiares e amigos com gestos e palavras extraídos de  nossos sentimentos mais nobres. É preciso acreditar que depois da tempestade vem a bonança e que uma nova era se estabelecerá.