INTRODUÇÃO

O enfoque deste estudo é motivação nas atividades escolares, traçando um perfil dos alunos motivados e desmotivados. Sendo a motivação o fator relevante na formação integral do aluno. Esta pesquisa é de grande importância na medida em que poderá oferecer subsídios aos professores a respeito dos alunos motivados e desmotivados, para buscar, assim, alternativas valiosas, prazerosas de relevância importante, trazendo o incentivo do educando.

Raramente pergunta-se como o aluno aprende. A perspectiva é que devemos considerar o aluno como um sujeito que age sobre a sua realidade, que pensa que conhece.

Neste sentido, é fundamental que se perceba o aluno como um sujeito curioso que busca conhecer sua realidade, que constrói o conhecimento.

A motivação dos alunos para as atividades de aula depende de muitos fatores, tais como a idade, aptidão, desenvolvimento cognitivo, situação econômica, social, familiar e traços individuais. Analisando os tipos mais comuns, encontramos o aluno auto motivado aquele do qual não precisa de estímulos, gera a sua própria aprendizagem apoiado por um conjunto de fatores culturais, com base na família e nos recursos que lhe são fornecidos.

O aluno desmotivado é o tipo mais frequente nas escolas, é ele que transforma o ato de educar num constante desafio, o que estimula os outros lhe provoca a indiferença.

Realizado sob um consistente embasamento teórico, a pesquisa coletou seus dados principalmente através de observações diretas do comportamento dos alunos, entrevistas e formulários direcionados aos professores, direção e alunos e também conversas com os pais.

Dessa forma esse artigo será dividido em três assuntos: Conceituações gerais do tema, conceito de motivação em sala de aula e conflito de interesses; a segunda parate discutirá a problemática da falta de motivação, a influência da família e do ambiente escolar, e a terceira parte será traçado o perfil do aluno motivado e desmotivado.

 1.MARCO TEÓRICO

O interesse, a participação, a motivação dos alunos nos diversos níveis de escolaridade, na atualidade é uma das grandes preocupações daqueles que estão diretamente ligados com a educação.

Geralmente a falta de motivação é originada das características próprias do aluno e do ambiente escolar como um todo, fazendo com que o aluno passe a ter medo do próprio fracasso escolar e de como lidar com ele.

Determinados alunos apresentam grande dificuldade em interagir com certas atividades, outros apresentam resistência total no sentido de adquirir conhecimentos, se isolando dos demais colegas, negando a participar das atividades propostas, bem como não apresentando interesse qualquer em realizar algo que se refere à aprendizagem.

O professor precisa estar atento ao comportamento de seus alunos, visto que podem partir desde aqueles jovens mais agitados, tanto aos jovens desligados e inquietos.

No sentido de ajudar o aluno desmotivado, o professor deve se preocupar com o ambiente escolar, em especial a sala de aula, o desenvolvimento das atividades, organização e principalmente a relação professor/aluno e o processo avaliativo. 

A motivação para a aprendizagem na escola é uma tarefa nada fácil, pois se percebe que os alunos não encontram razões para aprender. Se o aluno não encontra significado no trabalho que tem á realizar, se ele não enxergar perspectiva futura nessa aprendizagem, é muito provável que não terá interesse em aprender.

Como diz Alonso Tapia (1991) “Querer aprender e saber pensar constitui juntamente com o que o sujeito já sabe e o grau em que pratica o que vai aprendendo, as condições pessoais básicas que permitem a aquisição de novos conhecimentos e a aplicação do que foi aprendido de forma efetiva quando se necessita. Saber pensar num contexto dado - diante de uma tarefa - concreta- condiciona, consequentemente, o interesse e a motivação pela aprendizagem”.

Para que esses problemas não fiquem fora de controle o professor deve analisar caso a caso e aprender a observar sob a ótica de entender quais as causas que levam os alunos a agirem dessa forma e descobrir o que é possível fazer para que essa realidade se torne benefícios positivos para o educando.

Segundo ANTUNES (2002, p. 23) “Devemos sim, encontrar um equilíbrio entre silenciar ou fazer um bicho de sete cabeças daquilo que às vezes, pode ser um ato grave, mas também um grão de areia ou um fato circunstancial”.

Cada professor tem um olhar diferente sobre um determinado problema, pois as interpretações se discordam dependendo do olhar de cada um, ou seja, um professor pode encontrar um problema num certo acontecimento, enquanto outro não percebe como problema e sim como um simples fato acontecido sem menor consequência.

A palavra motivação vem sendo muito usada no contexto escolar, mas ainda parece um pouco mal interpretada, compreendida, pois sabendo que a escola na maioria das vezes sob a ótica dos alunos, não é vista como um lugar atraente, interessante, isto se dá pelo fato da escola não motivar nem estimular o interesse e a curiosidade do estudante. O professor e a equipe pedagógica da escola devem estar atentos a este fato, e saber que a motivação é constituída por duas características distintas: a motivação extrínseca e intrínseca. Para (Brown: 1994), “O aluno motivado extrinsecamente é aquele que persegue um objetivo somente para receber uma recompensa externa, ou seja, o reconhecimento de outros Por outro lado, o aluno motivado intrinsecamente é aquele que busca o conhecimento para atender suas necessidades e objetivos pessoais”.

Deci e Ryan observam que “A motivação intrínseca não é o único tipo de motivação auto determinada” (2000, p.68). Na realidade de sala de aula, encontramos alunos desencantados com os estudos e professores buscando motivar seus alunos (Dinis, 2000), essa motivação denominada extrínseca, também é parte da teoria da autodeterminação.

A questão real que diz respeito às ações não intrinsecamente motivadas é como os indivíduos adquirem a motivação para realizá-las e como essa motivação afeta a persistência, a qualidade do comportamento e o próprio bem-estar. Cada vez que uma pessoa (seja um pai, um professor, um chefe ou técnico esportivo) tenta conseguir certos comportamentos por parte de outras pessoas, a motivação destes últimos para o comportamento pode estender-se desde a desmotivação ou indisposição, indo para uma obediência passiva até um ato de comprometimento pessoal. De acordo com a Teoria da Autodeterminação, essas diferentes motivações refletem graus diferentes em que o valor e a regulação dos comportamentos exigidos tenham sido interiorizados e integrados. (DECI e RYAN, 2000, p.68)

Como conseguir atrair o interesse dos alunos pelas aulas com tantas coisas, aparentemente, mais agradáveis para fazer: jogar vídeo game acessar a internet, ouvir MP3, MP4, conversar ao celular...? A escola precisa encontrar formas de tornar o aprendizado mais natural, reestruturando seu espaço físico, a grade curricular e a abordagem de ensino, por exemplo. Imposição de respeito não leva ao interesse. O respeito deve ser construído, e de forma mútua.

Além disto, falta dinamismo por parte de alguns professores que ainda teimam em ensinar da forma mais tradicional. O aluno precisa perceber a importância do que está sendo estudado em sala: como aquilo pode ser usado em seu dia-a-dia, o que muda ou deixa de mudar em seu cotidiano se souber aquilo que lhe foi ensinado.

Segundo Montessori, é tarefa do professor preparar motivações para atividades culturais num ambiente previamente organizado, e em seguida, deixar de interferir no processo de aprendizagem.

O professor deve interferir no processo de aprendizagem de maneira sutil apenas para dar uma orientação, pois o aluno não deve de forma alguma ser induzido em suas conclusões. O aluno precisa ser orientado na coleta e seleção de material informativo para que ele consiga sem a interferência do professor, construir conhecimentos. Desta forma, o professor deve despertar a curiosidade e interesse dos alunos, lhes indicando a direção na utilização de recursos.

O entendimento da motivação (...) requer uma compreensão do indivíduo como ser humano inserido num contexto social no qual interage modificando-o e sendo modificado. A interação com meio afeta o seu sistema de crenças e valores, tornando-as mutáveis (MICHELON, 2004, p. 228).

Nessa perspectiva entende-se que cada manifestação de motivação que o educando tem, se aplica ao meio no qual está inserido, pois, o indivíduo influencia o meio e este por sua vez influencia sua motivação.

A motivação também deve ser trabalhada de forma que o professor perceba que suas ansiedades, suas inseguranças não devem ser captadas pelo educando, ou seja, não deixar que essas barreiras psicológicas interfiram no bom andamento e motivação da aula. Cabe ao professor também o papel de mediador entre a motivação e o despertar do interesse do educando, isto é, deixar que o aluno participe ativamente em sala no sentido de fazer sua escolha, facilitando assim a motivação do mesmo. Nesse sentido Brown diz que:

O dialogar em sala de aula coloca em circulação uma multiplicidade de pontos de vista, fazendo com que seja viável uma cobrança maior dos alunos e professores, havendo comum acordo entre aluno e professor a solução dos problemas que ocorrem em sala de aula e que prejudicam o bom andamento da aula. Nessa perspectiva é necessário que tanto os professores, como os alunos, estejam dispostos para ouvir as dificuldades e até mesmo as críticas, as quais devem ser feitas construtivamente, para que todos encontrem um meio de melhor proveito para as aulas. “O aluno tem necessidade de confiar em um adulto, em um adulto, em um professor, mas o professor, só pode conquistar esta confiança testemunhando que ele se esforça para colocar seus atos em relação com suas palavras, que ele por sua vez contribui Para preparar “para os jovens um mundo mais acolhedor às suas novas forças” (SNYDERS, 1988, p. 224).

 O aluno se espelha muito no professor e, se ele consegue estar receptivo ao aluno, e aceita está troca de ideias, terá resultados muito mais proveitosos em seu trabalho, porque conquistou a confiança do aluno e terá um melhor relacionamento. No entanto, é preciso ter o cuidado para que este diálogo amistoso não venha a demonstrar falta de domínio da turma, trazendo mais ainda a indisciplina, pois o aluno percebe muito fácil a falta de controle do professor, o que pode resultar em situações de indisciplina. É necessário mostrar-se como autoridade que está para manter um ambiente digno de sala de aula. É por isso que precisamos entender que:

“Disciplina não é um conjunto de regras, regulamento e proibições rotineiras pelas quais se controla o comportamento, embora muitas vezes seja necessário uma série de procedimentos para assegurar a ordem e garantir um ambiente de estudo eficaz, mas é aquela que permite a atuação dos alunos numa escolha pessoal, desenvolvendo trabalhos ajustados às suas necessidades fundamentais”(AMOS OREM – 1968, p. 81).

Ao examinarmos a definição desse autor, vemos que alunos disciplinados são aqueles que atuam como seres pa

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