Almanaque Esotérico 3
Ambas as substâncias acima mencionadas, como o Sol e a Lua, ou vermelho e branco, ou, antes, a Preparação, é, e os Mercurii são, os ingredientes na Composição de nosso Lapidis Philosophorum. Ora, as Matérias são no início purificadas e purgadas através de bastantes e repetidas Sublimentiones, e então cuidadosamente pesadas e logo depois compostas; também não deves ignorar o que representa a potência e a ocasião de ambos os ingredientes mencionados, porém deves saber como dispor ambas as Pondera, secundum proportionem Physicam (de acordo com a analogia da Física), pois uma boa porção da fé e misturada com uma pequena porrção de animae Solis vel Sulphuris, e a Preparação e o trabalho mais difícil sejam completados. Mas terás que saber que deverás primeiramente tingir teu composto, um com a vermelha Tinctur. Todavia, ela não se tornará vermelha in continenti, mas permanecerá branca, pois o Mercurius tem o privilégio de querer ser tingido primeiro, antes de todos os outros. Os Philosophi também dizem o que fazer fazer em adição com a Anima solis desta Tinctur do Mercuro, e de onde deve ser tirada. O Fermento do ouro é ouro, justamente como o Fermento da massa é massa. Ademais, é o Fermento do ouro proveniente de sua própria natureza, e então sua potência é perfeita quando transformada em terra. E isso é primeiro o início dos Filósofos. A certa e verdadeira Prima Matéria Philosophorum metallorum (a primeira Matéria dos metais dos Filósofos). Daí para diante, os verdadeiros Mestres, experienciados na Arte, começam a estimular seus Ingeniam e aproximar-se da grande obra. E então o Artifex continua com tal obra e, através da bênção de Deus, leva-a ao final, para o qual tende e onde é encarnada por Deus, nominalmente, para a abençoadíssima Pedra Filosofal. De modo que de nada senão per Spiritum universali Secretum a verdadeira matéria prima Philosophorum é preparada e aprontada. Quem, então, compreender bem este Spiritum Secretum entende também, sem dúvida, os segredos e milagres da Natureza e tem a percepção da luz da Natureza, pois ela é motus harmonicus Sympaticus e magneticus, da qual se origina a Harmonia e Concordância, a magnética e simpática força ou efeito do mais superior e do mais inferior. Porém, nota que a natureza de ambos os ingredientes não é semelhante uma à outra no início, por causa de suas opostas qualidades, pois uma é quente e seca, a outra é fria e úmida, e, logicamente, elas devem ser unidas. Mas quando isso está prestes a ocorrer, então suas qualidades opostas devem vagarosamente ser mudadas e igualadas, de modo que nenhuma das suas naturezas opostas, por meio de seu intenso fogo, retire da outra sua potência. Mas tu jamais poderá juntálas, pois ambas as naturezas devem elevar-se simultaneamente no poder do fogo. Então a Discrasia será retirada do Corpori, e uma Aequalitas e boa Temperatur são estabelecidas, o que ocorre através da maderada e constante ebulição.
Quando ambas as naturezas Sulphur e Mercurius são encerradas em espaço muito abertado e são mantidas sob calor moderado, começam a extenuar suas características opostas e a se unir, até finalmente terem todas as qualidades. Elas se tornam Conspiratio e se elevam ao mesmo tempo, e certamente no topo do vidro se encontra o número um. Elas estão prontas a consorciar-se, e então o noivo coloca o anel de ouro em sua noiva, dizem os Philosofi. E assim que Mercurius com seu Sulphur, como a água e a terra entre si, estiverem devidamente ebulidos (quanto mais tempo, melhor), expelem de si todas as suas superfluidades e as partes puras encontram-se e dispõem de seus corlicibi de outro modo as partes impuras impedem a unificação e o Ingressus.
O mercurius como o primeiro Corpus, é inteiramente imperfeito e não pode per mínima nem ser misturado nem perpetuado, pois nenhum dos Corpus ingressa no outro nem será unido a ele, seja in vere ou in radice. Mas devem essas coisas ser tratadas de modo que uma verdadeira Tinstur se forme, e deverá ser preparada dela um novo Corpus espiritual que provenha de ambos, pois após a purificação um adota as virtudes do outro, e de vários provem o único, número ET virtute (em número e qualidade). Porém, se o fogo for por demais intenso e não for controlado de acordo com as exigências da Natureza, ambos estes acima mencionados serão sufocados ou separados. Se a eles não for dispensado o modo certo de preparo, transformar-se-ão em nada, em trabalho estragado ou num Monstrum. Mas quando se proceder prudentemente e com o calor devidamente controlado, então ambas as substâncias se elevarão na Sublimatio do topo ou cúpula do vidro. Então, quando tu colheres estas lindas flores, poderás já desfrutar delas em particularia.
Mas não poderás observar o motum occultum naturae; assim como não poderás ouvir ou ver a erva crescer,pois ninguém pode observar, nem notar, o aumento e desenvolvimento destes dois ingredientes, Mercurii e Sulphuris, por causa de seu sutil, oculto e vagaroso Progressus de hora em hora. Somente por meio de marcas colocadas de semana em semana isso poderá ser observado e uma conclusão tirada, pois o fogo interno é muito delicado e sutil. Porém, por mais vagaroso que o processo possa ser, não terminará até chegar ao final, quando seu intento poderá ser visto, como em todas as plantas, a não ser que tal sutil e competente ebulição seja detida pelo calor demasiado do sol e seja queimada, ou detida por frio de aparição instantânea; ergo qui scit occultum motum naturae, scit perfectum decoctionem (por isso, aquele que conhece o movimento oculto da natureza, conhece também a perfeita ebulição ou preparação). Este motum deve agora tomar seu rumo natural e autodeterminado, apesar de ninguém poder ouvi-lo nem vê-lo, como também ninguém pode compreender o Centra ET ignem invisibilem seminum invisibilium ( o Centro e o fogo invisível da semente invisível). Por isso, deverás deixar tal assunto somente a ela, E observa-la e nenhuma vez tentar opor-se à Natureza, mas depositar nela toda a confiança até que ela produza seu fruto.