Referida conjuntura, ao enquadrar a Inteligência de Kardec no formato de uma Razão mediana, estará a levantar a ira dos mais ortodoxos que vêem, na capacidade mental do mesmo, algo fora do comum, uma Inteligência superior e, por isto, monumental.

Ora, se Kardec atuara como pesquisador do Espírito, ele também recebera muita coisa já pronta acerca do mesmo, dos fatos da mediunidade e, como conseqüência, de páginas e mais páginas da doutrina que trataria de organizar. E, portanto, por ser um pedagogo, óbvio que seu trabalho fora muito mais de organizador dos temas cogitados, quando, na conseqüência, emitia suas opiniões, muitas das vezes sapientes e respeitáveis, mas noutras: de suas idiossincrasias, seu caráter mesmo, e, portanto, de sua inegável faixa evolutiva: espiritual e moral.

Mas tratemos, primeiramente, de recordar que Razão é também sinônimo de Inteligência, sendo a referida, um Processo Mental contínuo, em dinâmica constante, que, de um pólo a outro, poder-se-ia, grosso modo, e, sem ofensa alguma, enquadra-la em três tipos fundamentais, sendo:

 

1 - Razão Cética (dos incrédulos em geral);

2 - Razão Mediana (como a de Allan Kardec); e:

3 - Razão Superior (de Ubaldi e Xavier, por exemplos);

 

Onde tais Formas Mentais não se paralisam, e, por evolução, se transmudam (--->) de uma para outra forma alcançando níveis cognitivos diferenciados, mais altos, e, portanto, mais lógicos e mais racionais:

 

Razão Cética--->Razão Mediana--->Razão Superior

 

Sendo que, para tais Processos Cognitivos do Homem, poder-se-ia dar os seguintes exemplos para a nossa compreensão dos degraus psíquicos progressivos de nossa Consciência imortal:

 

1 - Razão Cética:

 

Trata-se da Razão de um incrédulo, de um cientista, filósofo, ou de qualquer outro pensador cético que se queira imaginar, que, por sua vez, descrê de Deus e se mostra contrário à Lei de Causalidade, pois chega ao absurdo de dizer que o Universo dispensa a ideia de Deus, quando, pelo contrário, ele exige a ideia de um Criador, pois que tal Universo, em se tratando de um efeito, e, não havendo efeito sem causa, a causa do mesmo só pode estar em Deus, de Tudo: Criador.

 

Já, a um passo acima da referida Razão Cética, vamos encontrar, como citado, o que se pode denominar:

 

2 - Razão Mediana (Allan Kardec: Século 19):

 

Trata-se da Razão do codificador e de muitos de seus seguidores mais ortodoxos deste nosso Século 21, que, afinal, se posicionam um passo acima da Razão Cética, pois que já entrevêem a Lei de Causalidade provando a existência de um Criador Supremo, e acata, mais ainda, a ideia de que o Homem é um Ser comandado pela Consciência, ou seja: pelo Espírito imortal, que, por sua vez, se enquadra na ordem palingenésica das coisas ditas universais.

 

Todavia, diga-se que Kardec, e, seguidores da referida forma de raciocinar, e, conquanto superior à Razão Cética, estes ainda acumulam suas contradições como, por exemplo, a de pensar que os Espíritos são criados na condição de indivíduos Simples e Ignorantes (ESI), tabula rasa, para, a partir de tal ponto, de ínfima cognicidade, e, ingenuidade, vivenciar as muitas dores, adversidades e atrocidades sanguinolentas dos reinos inferiores da criação, objetivando-se contínuos progressos seus, até que atinjam, vagarosamente, de espécie a espécie, Seres mais adiantados, como, por exemplo, das humanidades que, por sua vez, ainda consolida avanços para planos supra-hominais até os cumes altíssimos de Espíritos Puros e Conscientes (EPC).

 

Ora, dita Razão, conquanto superior à Cética, terá de subir mais, pois também, como sua predecessora, entra em contradições, ignora inúmeros fatos, como se pode ver na palavra mesma de Kardec assim formulada:

 

“O sofrimento dos animais (ESI) é constante. Mas é racional imputar esses sofrimentos à imprevidência de Deus ou a uma falta de bondade de sua parte pelo fato de a causa escapar à nossa inteligência”. (Vide: Revista Espírita – AK - 1864 – Edicel).

 

Como se vê: Kardec percebe o efeito, ou seja, o sofrimento constante dos animais (Espíritos Simples e Ignorantes reencarnados), como também imagina uma suposta causa para tal sofrimento, que, entretanto, lhe desconhece, pois sua Razão, sua Inteligência do fato em si, em sendo restrita e incompleta (tal como a de seus seguidores mais ortodoxos), terá de avançar mais, subir novos degraus para ver e, logicamente raciocinar, que:

 

Os Espíritos são criados na condição de Indivíduos Puros e Conscientes (EPC), que, por sua discórdia da Lei, que é Deus, tais elementos decaíram na condição de Espíritos Simples e Ignorantes (ESI) para, com a dor e as muitas adversidades dos Mundos materiais, fazer sua cura, e, portanto, seu retorno ao plano divino de sua origem espiritual.

 

E, então, temos, para tal raciocínio mais amplo, mais justo e mais lógico:

 

-Causa e Efeito;

-Rebelião e respectiva Cura; ou ainda:

-Involução e Evolução; ou, se o quisermos:

-Queda e Salvação;

 

Tal como ministrado pelo Espírito superior do apóstolo Paulo (da gentilidade) e referendado em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (AK - Século 19) que alude:

 

“Fora da Caridade não há Salvação”

 

Ora, Salvação daquele que se quedara na Insurreição; ou, ainda: Evolução do que traíra a si próprio pela Involução, sendo esta, pois, o efeito da causa, e, como já dito: não há efeito sem causa e a dor, pois, resulta da rebeldia que, por agora, trata de sua cura, pois que Deus não quer a morte do ímpio, mas que se converta e se salve. O que fora devidamente esclarecido, no Século 20, por Pietro Ubaldi (Sua-Voz) e Francisco Cândido Xavier (Emmanuel, André Luiz, dentre outros), respaldados, com certeza iniludível, pelo Divino Mestre e Senhor: Jesus.

 

Só por aí, pois, é que tudo se explica de forma lógica e precisa, ampla e racional por tratar-se de uma ideia bem mais justa que sua predecessora, amesquinhada em suas injustas pretensões.

 

Logo, a Razão é, de fato, evolutiva, e a Razão de Kardec (e engessados no Século 19), terá de evoluir para o plano mental que se lhe segue, ou seja, à:

 

3 - Razão Superior (Ubaldi, Xavier: Século 20):

 

Que é uma Razão superior à de Kardec, pois vê muito mais, não se contradiz, e, portanto, referida Razão é a mesma dos Espíritos Superiores da codificação, bem como já dito, de Pietro Ubaldi, de Francisco Cândido Xavier com os reluzentes Espíritos de Sua-Voz, Emmanuel, André Luiz, Bezerra e tantos outros que fizeram e estão fazendo os progressos do Espiritismo no Século 20, 21 e Séculos vindouros de nossa perene existencialidade.

 

Assim, pois, em ordem evolutiva, podemos detectar, dentre outros, os referidos degraus evolutivos do pensamento humano que nos revela, de pronto, que a Razão é, de fato, um Processo Mental de ordem crescente, saltando do degrau 1 para o 2, e, deste, para 3, revelando-nos, ainda, que o não percebido hoje será detectado amanhã, ou depois, ou mais distante ainda na ordem infinita das coisas universais.

 

Assim cogitando, é óbvio que a Razão de Kardec, não mais como homem do Século 19, e sim, como Espírito, já transcendera tais aspectos seus, pois que, afinal, já decorrera, neste ano de 2016, algo em torno de 150 anos desde a codificação espírita; e Kardec desencarnara em 1869; sendo cogitado por muitos - em face das notícias do seu retorno ao Mundo terreno para completar a sua obra - como sendo a reencarnação, no Século 20, do elevado Espírito de Francisco Cândido Xavier. O que não é de todo inviável, pois Kardec, como se sabe, era também um eficiente médium como se pode notar nesta comunicação dirigida a ele quando trabalhava nos escritos de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (AK - Século 19):

 

“Quero falar-te de Paris, embora isso não me pareça de manifesta utilidade, uma vez que as minhas vozes íntimas se fazem ouvir em torno de ti e que teu cérebro percebe as nossas inspirações com uma facilidade de que nem tu mesmo suspeitas”.

 

E prossegue:

 

“Nossa ação, principalmente a do Espírito de Verdade, é constante ao teu derredor e tal que não a podes negar”. (Vide: “Obras Póstumas” – AK – Feb).

 

Kardec, pois, era sim um potente intermediário do astral, um médium inspirado, intuitivo e coisas que tais, sendo, portanto, muitíssimo influenciado pela espiritualidade que lhe dirigia os pensamentos, seus escritos e atos rumo a um determinado objetivo.

 

Kardec, pois, era também receptor sensível das injunções espirituais, não se podendo negar, pois, sua condição de medianeiro, fato que reforça a tese dos espiritistas simpáticos à sua reencarnação, no Século 20, como Francisco Cândido Xavier, dirigido pela alta falange espiritual de Emmanuel sob a tutela do Divino Mestre e Senhor Jesus.

 

UM GRANDE ABRAÇO A TODOS:

 

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