Apetite empresarial




Os alimentos com modificações transgênicas resultam da combinação de genes diferentes, a fim de desenvolver nos vegetais características específicas que proporcionem ganho de qualidade e produção. Embora sejam mais resistentes a insetos e herbicidas, apresentando alta produtividade e aumento de valor nutricional, os transgênicos longe de eliminar a fome no mundo, a qual pode ser combatida com alimentos sem transformação genética representam a manifestação da ganância capitalista.
Essa verdade é facilmente comprovada, porque os maiores beneficiados com a alimentação transgênica são os laboratórios e as agroindústrias, que obtêm aumento de lucro financeiro, impondo aos agricultores o uso da biotecnologia na atividade agrícola. Além disso, a manipulação genética de sementes enfraquece a agricultura familiar, a qual não dispõe de recursos suficientes para adquirir os transgênicos, por serem produtos de preço elevado no mercado internacional, principalmente, já que são produzidos, em grande parte, por empresas multinacionais, o que aumenta a dependência dos países subdesenvolvidos em relação às nações com maior avanço biotecnológico.
É por tudo isso que muitos cientistas, governantes, ambientalistas e algumas entidades não governamentais se mostram contra a utilização precipitada de transgênicos, uma vez que ainda não foram bem desenvolvidas pesquisas sobre as eventuais consequências que esse tipo de vegetal pode trazer ao ser humano e às plantações.
Assim, o mais prudente é primeiro pesquisar com profundidade científico-social para depois, se comprovados os benefícios dos grãos geneticamente alterados, liberar a disseminação do produto no mercado, visando ao favorecimento da humanidade e não ao enriquecimento de donos dos meios de produção.



Jean Carlos Neris de Paula